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O site da revista francesa Madame Le Fígaro postou recentemente uma entrevista feita com Robert Pattinson em Beverly Hills, onde ele falou sobre o início de sua carreira, sua luta pela liberdade, seus trabalhos mais recentes e como Cosmopolis mudou a sua vida, sobre sua fama, revelando inclusive que gostaria de ter sido famoso na época em que a internet e o twitter não existiam, e finalmente sobre sua campanha para a Dior Homme. Acompanhe à seguir.

Novo ícone da colônia da Dior Homme, a estrela de Crepúsculo se recusa a deixar a fama sugar o seu sangue. Aos 27 anos, o ídolo britânico mostra sua ambição artística e sua ardente sede de liberdade. Conheça com um novo cavalheiro da moda.

Ele é a estrela da saga Crepúsculo e só jura por Jean-Luc Godard. Ele é um ídolo cobiçado. Ele ama nada mais do que festas entre amigos. Ele está feliz, pessimista, ousado e ansioso. Quando você tem que fazer um retrato de Robert Pattinson, notamos as inconsistências e e tentamos entender por que esse homem de 27 anos, não poderia não estar preparado para lidar com esta fama devoradora – dá um sentido especial à palavra “liberdade”. Alguns são mais livres do que outros, mas ele não. Ele está lutando contra a solidão da qual ele está tentando sair.

A saga Crepúsculo acabou há quase um ano – e ela o levou a ser um dos atores mais bem pagos de Hollywood. O cara britânico impaciente quer viver de maneira diferente, sem ser lembrado como o vampiro romântico que enlouquece as adolescentes.

No Hotel Beverly Hills – lendário edifício de Los Angeles, onde Marilyn Monroe amor Yves Montand – chegamos para conhecê-lo em uma suíte super protegida, longe da histeria de fãs e curiosos telescópios. Existe uma forte sensação no ar. O ator está em uma fortaleza. Robert Pattinson não está aqui para promover um filme, ele agora tem um novo papel: o embaixador da colônia da Dior Homme, depois de Jude Law. A grande surpresa para a casa francesa, já que Pattinson é um jovem da moda, com uma imagem pura e aura internacional. Ele personifica a figura jovem e a figura do rock’n’roll: a artista Nan Goldin foi quem o fotografou para a campanha.
Primeira avaliação: Robert Pattinson tem o charme dos mais reservados. Sua roupa? Uma visão através das paredes se vê (jeans e uma camisa azul escura). Sua expressão? Sorrateiramente observando você de uma forma que você nunca imaginou. Ele balbucia as palavras, dúvidas e crenças se colidem. Robert Pattinson mostra um nervosismo comum de fumantes irritados – Há uma placa de ‘Não Fume’ em sua suíte de luxo.

Com sua voz grave, pesando cada palavra, o ator expressa sua necessidade de tomar um rumo: “Quando você é atingido por um fenômeno como Crepúsculo, subsequentemente é difícil desfazer a imagem que o público tem de você. Eu pensei que eu nunca conseguiria… Tal sucesso pode ser uma prisão duradoura. Sei que é um ponto de virada na minha vida. Todas as decisões que tomamos hoje vai definir meu futuro para sempre. A pressão é enorme, eu estou constantemente pensando: “Eu tomei a decisão certa?” Mas, ao mesmo tempo, não posso deixar que o medo me controle.”

Sua transformação começou no ano passado em Cosmopolis, de David Cronenberg. No papel de um poderoso milionário que observa o fim do capitalismo em sua limusine, ele começou a alcançar um novo público. Algo mais sério, do que os gritos perturbadores de seus fãs de 12 anos. “Cosmopolis é o filme da minha vida. Eu não me considerava um ator antes, mesmo eu tendo começado há quase 10 anos atrás. Eu sempre me senti como uma fraude, e inapropriado. Haviam várias dúvidas. David Cronenberg me fez confiar em mim mesmo. Ele mudou a minha forma de atuar e de pensar nesta indústria”.

O filme foi exibido no Festival de Cinema de Cannes e foi elogiado por críticos e teve sua credibilidade concedida. Até agora, seus esforços dramáticos passaram despercebidos. Seria a maldição da beleza? “Os americanos não sabem realmente como é Cannes, ou não se importam, mas para um homem britânico como eu, é algo essencial. Quando eu era criança, eu sonhava em tirar fotos nesse evento e eu tinha os DVDs dos filmes premiados pelo Festival.

Desde então, Rob está tentando se libertar dos laços que o amarraram e toma novos caminhos e assume novos riscos. A partir de agora, ele revela a sua natureza artística, escolhendo opções mais ousadas. Este cinéfilo experiente, que conta com Jacques Audiard entre seus diretores favoritos, acaba de se envolver com cinco filmes totalmente diferentes, desde pequenos filmes independentes a grandes sucessos. ‘The Rover’, um faroeste futurista do jovem diretor australiano David Michôd (Animal Kingdom). Um filme biográfico sobre a exploradora, Gertrude Bell, ‘Queen of The Desert’, no qual ele interpretará Lawrence da Arábia. Também o veremos em ‘Hold on to Me’, um drama com Carey Mulligan e, em seguida, uma thriller psicológico: ‘Mission: Blacklist’ vivendo Eric Maddox.

Mas o projeto que agrada mais é que ele trabalha novamente com o seu mentor, David Cronenberg. Na verdade, ele terminou de filmar Maps To The Stars com Julianne Moore há poucos dias. “Eu já trabalhei com diretores que ficaram perdidos em suas ideias no meio do caminho de seu próprio projeto. Com David, podemos ter certeza de que no final, teremos um filme completo em um todo, o que é raro. Depois de 40 anos na profissão, ainda se preocupa com o que faz e com o mesmo nível de exigência que que ele tinha no início de sua carreira. Eu gostaria de ser como ele um dia.”

Apresentado como “satírico e extremo” pelo diretor canadense, o filme oferece uma visão cínica dos fracassos de Hollywood. “É uma comédia de corte do humor negro, sério e divertido”, diz Robert Pattinson. “O tema refere-se a como é fácil para os atores enlouquecer nesta indústria. É grosseiro, mas é verdade” Rindo, ele acrescenta: “É claro que estamos falando de estrelas que não estão mais entre nós. Não acredito que isso ainda continua acontecendo!”

Começando com os perigos de ser uma estrela, Robert Pattinson não ignora nada. Na verdade, para ele, que se tornou do dia para noite objeto de desejo de muita gente, de repente ele não podia sair de casa sem ser assediado por seus fãs mais exaltados, os paparazzi que o segue sem parar.

Em uma época em que a visibilidade e o exibicionsmo dos tweets são glorificados, Robert Pattinson está metodicamente tentando bloquear tudo sobre sua vida pessoal.

Um curso de ação… mais como uma questão de sobrevivência. “É violento, é estranho… eu estou tentando ter uma vida normal desde que entrei em Crepúsculo. Finalmente eu percebi que era inútil lutar contra isso. Não é possível, e isso é tudo. Eu acho que eu teria gostado de ser famoso, na época em que não existia Internet e Twitter como hoje em dia. Hoje, todos podem tirar uma foto sua onde e quando quiserem, todos podem falar à seu respeito, enquanto se escondem atrás de uma tela de computador.”

Nascido em Londres em uma família de classe média, Pattinson não é do círculo interno. Sua mãe trabalha em uma agência de modelos e seu pai é importador de carros antigos. Ele tem duas irmãs mais velhas. “Minha família e entes próximos são meu equilíbrio, com eles nenhuma pretensão é possível.”

Músico, ele se juntou a um grupo de teatro quase que por acidente. Ele não está tentando construir sua lenda após os fatos, mas fala sobre sua iniciativa com sinceridade: “Eu sempre fui muito tímido. Um dia, eu estava em um restaurante com o meu pai, e ele ouviu um grupo de meninas bonitas que falavam sobre aulas de teatro e me disse: ‘Vai, lá você pode conhecer alguém! “E eu fui… e não me dei mal”. Quatro anos mais tarde, eu estava em Harry Potter”. E depois… nada. Três anos fazendo testes sem nenhum resultado.

Quando Robert Pattinson finalmente conseguiu seu papel em Crepúsculo, ele estava prestes a desistir de atuar. Mais do que ninguém, ele sabe que o sucesso é muito frágil. Agora ele é um dos principais atores de Hollywood. Ele diz que é rentável a ponto de que um filme pode ser construído apenas com seu nome. Isso o diverte. “Você sabe, eu ainda tenho que ir para audições, para convencer os diretores que eu sou o homem certo para o papel. E mesmo assim, há seis meses atrás, me disseram um não. Para The Rover, eu tive que lutar para conseguir o papel. Fui contratado e eu realmente espero que seja um grande filme, porque eu adorei filmá-lo.” Ele acrescenta: “Eu devo muito a sorte, eu nunca pensei que nada disso iria acontecer comigo um dia, mas eu nunca duvidei que coisas boas esperavam por mim.”

Seu maior medo? Seu comportamento tímido. “Eu admiro atores como Joaquin Phoenix ou Daniel Day-Lewis, como eles fazem o seu trabalho sem medo e de forma tão talentosa. Isso é tudo que eu quero ser: Um ator.” Robert Pattinson está se soltando, mesmo relutante. Até agora, ferozmente negou qualquer proposta para uma campanha comercial. Ele concordou em se tornar o novo rosto da Dior Homme depois de Jude Law.

Quando se trata de explicar esse paradoxo, a estrela não tem medo: “Sempre me pareceu perigoso para um ator estar associado a um produto, porque ele suga a vida de sua imagem, mas eu amadureci e aceitei o projeto porque a Dior me deixou livre para realizar um projeto de arte, então eu estava convencido. Eu amei a ousadia e a criatividade. Eu queria tentar esse tipo de publicidade como um curta-metragem. Quando eu vi as primeiras imagens da campanha, quando me vi, eu pensei que talvez eu estivesse começando um novo capítulo na minha vida…”

Pattinson optou em trabalhar com o produtor francês Romain Gavras. O curta-metragem em preto e branco é elegante, com uma energia inebriante, e uma estética muito contemporânea – Nouvelle Vague – seduz. Todo equilibradi com o som Whole Lotta Love do Led Zeppelin. Sexy, Robert Pattinson interpreta um homem que quer viver milhares de vidas, intensamente, quer amar completamente, mesmo que ele saiba que terá apenas um. Ele não se proíbe de nada para explorar suas emoções, ignorar as regras… que são os objetivos do próprio de Robert Pattinson, ser livre e escrever sua própria história.

Fonte | Tradução: Ana Paula Oliveira