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Tenet é a grande esperança de Hollywood para a retomada da indústria após a paralisação por conta da pandemia da Covid-19. Ontem foi divulgado o trailer final do longa. Confira abaixo, o trailer legendado. Tenet mostra uma organização capaz de inverter o fluxo do tempo e que usa esse poder para salvar pessoas de perigos eminentes. Liderado por John David Washington, o elenco conta ainda, além de Robert Pattinson, com Elizabeth Debicki (Guardiões da Galáxia Vol. 2), Aaron Taylor-Johnson (Vingadores: Era de Ultron), e Clémence Poésy (Harry Potter). A estreia nos cinemas brasileiros está prevista para 24 de setembro (confira a programação local).

A seguir, vejam imagens do trailer em nossa galeria:


FILMES > TENET > SCREENCAPS > TRAILER OFICIAL FINAL

Confira as primeiras impressões da imprensa internacional da produção comandada por Christopher Nolan, a seguir:

Até a publicação desta matéria, a produção está com 71 na nota do Metacritic, que ainda não começou a considerar as notas do público, já que o longa não foi lançado ainda. Já no Rotten Tomatoes, o valor é de 87%, baseado em 31 textos da crítica especializada.

Confira abaixo o resumo das críticas de cinco sites da imprensa internacional, incluindo Variety, Empire, The Guardian, entre outros.

VARIETY:
“(…) Uma cornucópia concreta de caos global e ameaça, em que a sobrevivência da humanidade depende de uma questão menor de remodelar tempo e espaço, Tenet é adequado para uma época de ansiedade. Mas também é apenas um filme: um grande, impetuosamente bonito e grandiosamente agradável filme, que vai socorrer o público sedento por um escapismo em sua escala robusta feita para IMAX (…).

Não é, no entanto, um filme com muito para dizer sobre o mundo real em que está entrando, ou, na verdade, sobre o mundo elaboradamente reorganizado e prestes a ser destruído que é mostrado em tela. Isso não é algo contra o filme. Só que Tenet, durante a maior parte de 2020, chegou praticamente como um projeto abstrato, com fãs se debruçando sobre as implicações palindrômicas de seu título, e reunindo as poucas informações divulgadas, que alimentaram um quebra-cabeças afastado do próprio filme (…).

A meticulosidade da estética de ação de Nolan é cativante, como se para compensar os fios soltos e os paradoxos de seus roteiros – ou talvez simplesmente para acentuar que eles não importam tanto assim. Tenet não é o Santo Graal, mas com toda a sua pose solene, é um entretenimento estonteante, tanto da escola nova, quanto antiga”.

EMPIRE:
“O grande caso de amor de Nolan é o tempo em si. Desde as lembranças confusas de Amnésia, até a linha do tempo tripla de Dunkirk e as fissuras geracionais de Interestelar, ele não se cansa do tema e Tenet está submerso nisso. Não é um dispositivo da narrativa – é a coisa em si, algo para ser explorado, investigado, jogado e distorcido. E ainda assim, este é um filme de ação (…). Nolan fez seu próprio Bond aqui, pegando tudo o que gosta sobre, descartando tudo o que não gosta e juntando tudo do seu jeito (ou seja: bagunçando sobre o tecido do tempo).

(…) Sem dúvida alguns ‘cérebros maiores’ ficarão bem com isso – e vão acompanhar o enredo – mas para o resto de nós, Tenet é uma jornada desconcertante e desnorteante. Isso importa? Um pouco. É difícil investir completamente em coisas que vão completamente além da sua cabeça. As linhas gerais estão traçadas e são constantemente atraentes, mas é um pouco exigente. Sem dúvida isso faz sentido para Nolan, mas é difícil se envolver emocionalmente (…).

E no fim das contas, com tudo isso, Tenet prova mais uma vez o compromisso de Nolan com as emoções na tela grande. Há muita coisa acontecendo neste filme, para ressuscitar o cinema e tirar as pessoas de suas casas, com máscaras e tudo. Pode funcionar: se você está em busca de um bom e velho orgasmo cerebral de Nolan, é exatamente isso o que terá, com a produção filmada do jeito clássico (como os créditos orgulhosamente declaram). Quando terminar, talvez você não saiba o que raios aconteceu, mas mesmo assim é empolgante”.

THE NEW YORK TIMES:
“(…) O filme é inegavelmente divertido, mas sua grandiosidade serve apenas para destacar a fragilidade de sua suposta inteligência. Isso não seria uma crítica para qualquer outro blockbuster, mas Nolan é, após várias explosões de campos de futebol, o principal autor do ‘interesctáculo’, que combina uma engenhosidade visual de cair o queixo, com todas as satisfações de um grau médio de Sudoku (…). Tenet deslumbra os sentidos, mas não move o coração, uma crítica comum a todos os filmes originais de Nolan (…). Mas não é só a falta de coração que prejudica Tenet. Nolan imagina tecnologias impossíveis, mas não explora suas implicações mais profundas (…).

Na verdade, tire o truque sobre o tempo, e Tenet se torna uma série de sequências timidamente genéricas: roubos, perseguições de carro, desarmamento de bombas, mais roubos. A grande mentira sobre a carreira de Nolan é que ele faz o tradicional ‘filme de ação voltado para garotos’ mais inteligente e adulto, quando o que ele realmente faz é enobrecer fixações de adolescentes que muitos de nós, adultos, ainda prezamos, criando vastas paisagens conceituais fervilhantes onde o que os personagens realmente fazem é abrir cofres e explodir coisas. Mas, nossa, como ele explode bem”.

BBC:
“(…) Em termos de espetáculo, Tenet entrega. As acrobacias, o trabalho de câmera e a escala são impressionantes. Assim como o apetite de Nolan em usar o entretenimento de blockbuster como uma plataforma para considerar seriamente ameaças existenciais, mente inconsciente e física de ponta (…).

Se tudo isso soa complicado, tente mostrar em um filme (…). Nolan desafia nossas preconcepções sobre o tempo, sugerindo que pode haver uma maneira alternativa para olhar além de uma noção de progressão linear. É confuso no começo, mas no meio do filme começa a fazer sentido narrativo, a tal ponto que as reviravoltas no final são bem previsíveis (ou talvez seja algum dispositivo de metanarrativa superinteligente que valida o argumento conceitual do filme). (…) Na verdade, todo o enredo é bem previsível, o que, eu imagino, dá mais espaço para toda a parte física. [Tenet] não vai te deixar mexido, mas sua mente ficará agitada. E isso pode valer uma ida ao cinema”.

THE GUARDIAN:
“(…) Tenet não é um filme pelo qual vale enfrentar a viagem corajosa e tensa para ver na grande tela, não importa o quão seguro seja. Não tenho nem certeza de que, em cinco anos, valerá a pena ficar acordado para ver na TV. Dizer isso é triste, talvez herético. Mas para o público deixar sua sala de estar a longo prazo, é melhor que a primeira experiência não deixe um gosto ruim (…).

O verdadeiro motor de Tenet são as sequências de ação, uma em particular envolvendo um avião de carga e outra perseguição com vários carros. Elas são boas, precisam ser. Como os olhos mais atentos notaram, Tenet é um palíndromo, o que significa que é possível você ver a mesma cena duas vezes. No entanto, apesar de todos os detalhes sobre cronologia reversa, há pouco que fique na imaginação da mesma forma que em A Origem ou Interestelar (…).

Você sai do cinema com menos energia do que entrou. Há algo irritante sobre um filme que insiste em detalhar sua pseudociência, ao mesmo tempo em que reconhece que você provavelmente não está acompanhando nada. Somos atingidos por uma trama, depois confortados com discursos de panos de prato sobre como o que aconteceu realmente aconteceu (…).

O mundo está mais do que preparado para um fabuloso blockbuster, especialmente um que tem máscaras faciais e fala sobre voltar no tempo para evitar uma catástrofe. É realmente uma pena que Tenet não seja esse filme”.

Via: Omelete