Além das notícias sobre a sequência de The Batman ao Collider, Matt Reeves e o compositor Michael Giacchino falaram ao The Process, do Deadline, em como entrar na “cabeça do Batman” e a “nova fase” de Giacchino como diretor.
Como o icônico personagem-título de The Batman, o compositor Michael Giacchino é um obsessivo. Mas enquanto para o Cruzado Encapuzado, o objetivo é trazer ordem e justiça para uma cidade em desordem, para Giacchino tem a ver com personagem e história, e como esculpir ambos por meio da música.
O vencedor do Oscar ficou tão empolgado com essa perspectiva quando se tratou do já mencionado blockbuster da Warner Bros. de Matt Reeves, baseado nos quadrinhos da DC, que ele tomou medidas que Reeves chama de “altamente incomuns” para o processo como colaboradores. Embora o cerne do trabalho de Giacchino em cada projeto seja escrever um conjunto de músicas baseado nos personagens, explorando os ritmos únicos e os tons emocionais de uma história, no caso de The Batman, ele escreveria isso antes que sua estrela, Robert Pattinson, fosse até escalado.
“Desta vez… o que você me disse foi… ‘Quero que seja como a partitura perdida de Beethoven para Batman'”, lembra Reeves em conversa com Giacchino na última edição de The Process.
“Eu tive essa ideia”, explica o compositor. “Pensei: ‘E se Beethoven fizesse a trilha sonora de um filme do Batman? Como isso soaria? Como uma trilha moderna de Beethoven para Batman? E eu nunca pensei que poderia alcançar as alturas do que Beethoven poderia fazer, é claro. Mas foi mais um conceito, mais uma ideia, uma abordagem.”
Marcando o quinto filme do compositor vencedor do Oscar, Emmy, Globo de Ouro e Grammy com Reeves desde Cloverfield, de 2008, The Batman pega o Cavaleiro das Trevas (Pattinson) em seu segundo ano de combate ao crime, observando enquanto ele descobre a corrupção em Gotham City que se conecta à sua própria família enquanto enfrenta um serial killer conhecido como Charada (Paul Dano).
A visão de Giacchino para a trilha, consolidada após inúmeras discussões com Reeves sobre caráter e tom, era que ela refletiria o “peso” carregado pelo bilionário Bruce Wayne em seu trabalho como vigilante. A trilha faz questão, de acordo com Reeves, de justapor os interiores de Wayne e Batman, quase como se fossem figuras separadas – colocando a experiência “elegíaca e emocional” do primeiro contra a qualidade obsessiva do último. O que levou Giacchino ao produto final, como tem acontecido ao longo de sua carreira, foi uma determinação inabalável de “entrar” na cabeça de seu personagem principal.
A preparação da trilha sonora de The Batman muito antes da produção beneficiou o projeto em todas as etapas de sua criação, informando tudo, desde ajustes no roteiro até o processo de pós-produção. Depois, haviam os atores, incluindo Pattinson, que foram capazes de se concentrar com muita precisão na emoção e no ritmo de uma cena ouvindo a música no set. “[Robert] realmente me disse… o que foi realmente uma janela para ele emocionalmente [no projeto] foi ouvir a música”, lembra Reeves. “E ele ouviu de novo e de novo e de novo.”
Aclamado pela crítica e arrecadando mais de $770,9 milhões de dólares em todo o mundo após seu lançamento em março passado, The Batman também é estrelado por Zoë Kravitz, Colin Farrell, Barry Keoghan, Peter Sarsgaard, Amber Sienna, Andy Serkis, Jeffrey Wright e John Turturro. Reeves escreveu o roteiro com Peter Craig e o produziu com Dylan Clark. Simon Emmanuel, Walter Hamada, Michael E. Uslan e Chantal Nong Vo são os produtores executivos, com Toby Hefferman atuando como produtor associado.
Enquanto Giacchino considera seus próximos passos como compositor – já tendo escrito a trilha sonora para o próximo filme de Taika Waititi, Next Goal Wins – ele também está construindo uma carreira como diretor de estúdio. Ele fará sua estréia na direção com uma reinicialização o filme de monstros de 1954 da Warner Bros. “Them!”, como contamos em primeira mão – tendo também dirigido recentemente o especial da Marvel “Werewolf by Night” para Disney+.
Fonte: Deadline