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Tag: GQ

Ontem à noite, 17 de março, em Los Angeles, a Dior e a GQ deram um jantar intimista em comemoração à capa de Robert Pattinson na revista neste mês de março. Estiveram presentes cerca de 30 convidados, incluindo o ator Andrew Garfield, a cantora-compositora, Phoebe Bridgers, o diretor editorial global da GQ, Will Welch, e o novo estilista de Robert, Mobolaji Dawodu, entre outros. Confira fotos na galeria:

x SHOWS E FESTAS > 2022 > (17/03) GQ X DIOR DINNER

Ontem à noite, em L.A., a GQ e a Dior deram um jantar intimista para celebrar a capa da edição de março da GQ, Robert Pattinson. Pattinson foi brindado pelo diretor editorial global da GQ, Will Welch, e cerca de 30 outros convidados no restaurante Sunset Boulevard Horses. Com músicas selecionadas por Acyde, nomes como Quavo, Angus Cloud, Phoebe Bridgers, Taylour Paige e Andrew Garfield brindaram a Pattinson, que deu o tom elegante da noite em um terno Dior. Pegue uma cópia da edição de março da GQ para fazer uma viagem dentro da mente do mais novo Batman.

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Robert Pattinson é capa da edição deste mês da GQ Magazine! As fotos você pode ver em nossa galeria clicando aqui e abaixo você confere o vídeo legendado da entrevista que o ator concedeu a revista no qual ele relembra seus icônicos personagens – de Cedrico Diggory até o mais recente como Bruce Wayne no novo Batman. O ator conta como foi entrar nos papeis e sobre experiências que viveu ao longo de sua carreira com grandes nomes do cinema com os quais sempre quis trabalhar. Dá o play!

Como prometido na postagem anterior, segue a tradução na íntegra da matéria posada no site da GQ Magazine britânica deste mês que trás Robert Pattinson na capa. Estamos aguardando os scans saíram para compartilhar aqui no site também.

O ator que desafia as expectativas esta realizando o seu pivô de carreira mais selvagem até o momento, retornando para o universo das grandes franquias como o Batman. Ainda assim, ele não deixa de questionar: De qualquer forma, o que é uma super estrela agora?

Ele é excepcionalmente bonito. Olhos largos e selvagens. Grandes características faciais dispostas onde um escultor poderia tê-las colocado na Itália do século XVI. Ele é, diferente de alguns atores, mais alto do que as pessoas acreditam (“Muitas fãs de Batman dizem ‘Ele é pequeno, ele é pequeno!’, “Eu não sou pequeno, porra” ele diz “Eu sou, tipo, uma pessoa grande. Cerca de metade do tempo eu estou tentando ficar mais magro.”) Ele tem a habilidade de parecer convincentemente diferente em graus significativos, em muitas coisas diferentes.

Não é apenas o cabelo e o peso. É a forma com que ele controla um interruptor interno para configurar os olhos e a boca dentro de um espectro que vai de um merdinha americano à um aristocrata francês. Isso o permite trabalhar efetivamente tanto no papel principal, quanto como o ladrão de cena de 12 minutos. “Ele é um camaleão”, diz Matt Reeves, o diretor de The Batman. “Recentemente, o Rob estava me contando que ele nunca interpreta um personagem com a sua voz exatamente. A voz é uma de suas características.” Hoje em Londres, sua voz é nítida e suas palavras prudentes. Mas a sua risada é livre, e ele não pode deixar de começar as coisas dizendo exatamente o que sente: “Estou tão atrapalhado com o fuso-horário.” E ele já está sentindo o peso da idade (35): “Eu não posso fazer mais nada.” O efeito é algo como: um negociante de artes inglês depois de uma semana em uma feira de artes em Hong Kong. Ele parece como se, talvez, tivesse estado no seu momento mais brilhantes há seis dias atrás. Nós estamos caminhando pelo Holland Park, na base de Nothingh Hill. 18 horas antes o plano era o de visitarmos o Zoológico de Londres, mas ele de repente pensou melhor. “Eu estava conversando com a minha namorada noite passada” – a modelo e atriz Suki Waterhouse – “e ela disse ‘Sabe, as pessoas não gostam muito de zoológicos…’ Eu estava pensando em algo metafórico. Mas então eu pensei que isso é muito errado, um urso triste andando em círculos.” Ele mudou de ideia então. “Eu não posso evitar,” ele diz. “Eu faço isso para cada elemento, cada decisão na minha vida. Qual o pior cenário para essa decisão?”

Sua carreira até o momento tem sido moldada por uma combinação de talento, desejo, sorte, atender a fama e escolhas ousadas. A fama veio rapidamente, com Crepúsculo, a saga de vampiros adolescentes que arrecadou bilhões de dólares e colocou Pattinson em um tipo particular de caminho. As escolhas – filmes menores com diretores singulares – veio como parte de sua carreira brilhantemente planejada, depois de escapar de uma prisão de uma década que era aquela carreira em particular.

“Eu estou constantemente avaliando riscos, o que deixa todo mundo louco, tentando prever cada elemento que pode possivelmente acontecer. E no final, sendo apenas: Ah, foda-se! Eu vou interpretar um vigia de farol que transa com uma sereia! Eu acho que essa é a decisão certa.” Seu desvio reputacional para longe do cinema blockbuster foi tão firme, que Reeves, que pensava em Pattinson enquanto escrevia The Batman, não estava seguro se Pattinson estaria interessado em retornar da sua caminhada na casa de arte. Mas um pouco de exposição à mídia convencional, na forma de The Batman, foi uma decisão tão deliberada quanto se afastar dela em primeiro lugar. Entrar na batcaverna, embolsar alguns ganhos, e então embarcar em uma viagem em águas de filmes mais arriscados novamente. Era um plano.

As coisas começaram de forma auspiciosa o bastante quando as filmgens iniciaram no final de 2019. “Então eu quebrei meu pulso, bem no começo de tudo, fazendo uma acrobacia, antes mesmo do COVID. Então toda a primeira seção tentou continuar trabalhando – parecendo um pinguim. Eu lembro quando aquilo parecia a pior coisa que poderia dar errado.” Logo, é claro, houveram obstáculos muito maiores trazidos pela pandemia global sem precedentes, o que levou a interrupções da produção, incluindo uma precipitada pelo seu “muito embaraçoso” positivo em setembro de 2020, logo quando todo mundo havia retornado da primeira pausa interminável. Os atrasos acabaram por prolongar as filmagens para 18 meses – aproximadamente o tempo total em set de todos os outros filmes anteriores de Robert Pattinson combinados.

E ainda assim, quando a enorme produção estava a todo vapor em meio a crescente pandemia, ele se sentiu grato – e até mesmo culpado às vezes – por ter uma distração que demandava cada porção da sua atenção. “Eu sempre tive essa âncora em Batman. Ao invés de pensar que você é os destroços das notícias, você se sente envolvido sem ser paralizado por isso. Todos que eu conheço, se tiveram um pouco de impulso em suas carreiras ou em suas vidas, e então pararam, tiveram que se acertar consigo mesmo. Estando eu incrivelmente ocupado todo o tempo, fazendo algo que era também uma super pressão, de longe a coisa mais difícil que eu já fiz… Eu continuava fazendo o Batman no final do dia, mesmo que o mundo pudesse acabar. Mas mesmo com a chance improvável de não acabar…” ele continua muito depois: “Mesmo se o mundo acabe em chamas, eu ainda tenho que fazer isso! O set de filmagens, nos arredores de Londres, se manifestou como uma “bolha dentro de uma bolha,” ele diz. “E a natureza das gravações era tão do tipo insular, sempre filmando à noite, realmente escuro o tempo todo, e eu me senti muito sozinho. Mesmo estando no uniforme todo o tempo. Você não tem realmente permissão para sair do estúdio vestindo o uniforme, então eu mal sabia o que estava acontecendo do lado de fora.”

Eles contruíram para ele uma pequena tenda fora e ao lado do set, onde ele podia ir e aliviar a pressão. E na maioria das vezes ele passava o tempo se sentindo estranho no uniforme do Batman. “Eu só ficava na tenda fazendo música eletrônica ambiente no uniforme, olhando por sobre o capuz. Tem algo sobre a forma com que o capuz foi feito que faz com que seja muito difícil ler livros, então você tem tipo que quase se curvar para frente para ver por fora do capuz.”

Ele disse isso algumas vezes, e eu não tinha a mínima ideia do que inferno ele estava falando. O capuz? “A máscara. A bat máscara. O capuz!” Horas, dias, semanas, meses, no escuro, no uniforme, no capuz. “Eu continuava chamando isso de máscara. Mas eu aprendi, Não, não, isso é um capuz.” Embora eles tenham finalizado as filmagens de The Batman em abril, Pattinson aparenta ter emergido mentalmente da caverna apenas recentemente.

Ele ri de forma maníaca quando se recorda daquelas horas solitárias no escuro: “Eu quero dizer, eu estava realmente, realmente, realmente morto depois. Eu olhei uma foto minha de abril, e eu parecia verde.” Em um ponto, quando entramos em um restaurante meio-lotado juntos, seus olhos se fixam em um cubículo próprio para acomodar um grupo discreto de clientes. Falam para ele que o espaço já está reservado. Você realmente quer voltar para a caverna, eu digo, e ele ri uma risada de estresse pós-traumático.

“Eu assisti uma versão crua do filme sozinho,” ele me conta na não-caverna, enquanto comemos juntos. “E a primeira cena é tão discordante de qualquer outro filme do Batman, que isso é apenas um ritmo totalmente diferente. Isso é o que Matt estava dizendo na primeira reunião que eu tive com ele: ‘Eu quero fazer uma história de detetive noir dos anos 70, como The Conversation.’ E eu tipo presumi que aquilo significava o quadro geral ou algo assim, como pareceria. Mas na primeira filmagem, é tipo, Oh, essa é realmente uma história de detetive. E eu me senti como um idiota, porque eu nem sabia que o Batman era o ‘maior detetive do mundo’; Eu não havia escutado isso na minha vida antes – mas é realmente assim. Só porque há muitas situações onde ele está entre os policiais. Geralmente, quando você vê o Batman, ele chega e espanca as pessoas. Mas ele têm conversas, e há cenas emotivas entre eles, nas quais eu não penso que tenha em quaisquer um dos outros filmes.”

Eu lembro o Pattinson que a última vez que ele esteve na GQ , ele estava apenas começando em The Batman, procurando pelo o que ele chamou “o vácuo” em um personagem que já foi interpretado de todas formas e por décadas até agora. Eu pergunto se ele alcançou aquilo.

“Eu definitivamente encontrei uma pequena linha interessante. Ele não tem uma personalidade de playboy, de forma alguma, então ele é tipo um estranho como Bruce e um estranho como Batman, e eu fiquei pensando que há uma inclinação mais nihilista para isto. ‘Porque, normalmente, em todos os outros filmes, o Bruce vai embora, treina, e volta para Gotham acreditando em si mesmo , pensando ‘Eu vou mudar as coisas aqui’. Mas aqui, está meio que implicado que ele teve uma espécie de colapso. E isso que ele está fazendo não está nem mesmo funcionando. Tipo, são dois anos disso, e a criminalidade se tornou pior desde que o Bruce começou como o Batman. As pessoas de Gotham pensam nele apenas como um dos sintomas de quão merda é a situação. Tem uma cena em que ele espancando todo mundo em uma plataforma de trem, e eu amo que tem uma parte no roteiro onde o cara que ele esta salvando, também está tipo: ‘Ahhhh! Isso é pior!’ Ou você é assaltado por membros de gangue, ou um monstro aparece e, tipo, espanca todo mundo! O cara não têm ideia de que o Batman veio para salvá-lo. Só parece que é um lobisomen.”

Pattinson ri muito. “E eu fiquei tentando interpretar isso, fiquei tentando pensar nisso, e eu vou expressar tão mal, mas tem algo sobre reconhecer o trauma…Todas as outras histórias dizem que a morte dos pais é o motivo do Bruce se tornar o Batman, mas eu estava tentando fazer isso de uma maneira que eu achava que era real, em vez de tentar racionalizá-lo. Ele tem criado esta intrincada construção por anos e anos e anos, o que culminou nessa personalidade Batman. Mas não é algo saudávelo que ele tem feito.” É como um colapso prolongado. “Quase como um vício em drogas,” ele diz.

“Há um momento no qual Alfred pergunta ao Bruce o que a sua família pensaria dele maculando o legado da família com essa atividade paralela. “E o Bruce diz: ‘Esse é o legado da minha família. Se eu não fizer isso, então não há mais nada para mim.’ Eu sempre li essa parte não como, ‘Não há nada mais’, como, ‘Eu não tenho um propósito’, mas como: ‘Eu estou saindo.’ E eu penso que isso torna tudo mais triste. Tipo, é um filme triste. E como se fosse ele tentando achar algum elemento de esperança nele mesmo, e não apenas na cidade. Geralmente, o Bruce nunca questiona as próprias habilidades; ele questiona as habilidades da cidade de mudar. Mas tipo, isso é algo tão insano de se fazer: O único jeito de eu viver é se vestindo como um morcego.”

“A DC é um tipo de quadrinho emo,” continua ele, rindo. “Tem um lado nihilista nisso. Mesmo a arte é muito, muito diferente. Então, esperançosamente, há muitas pessoas tristes no mundo.” Do lado de fora, é frio escuro e “covidamente” nihilista (em outras palavras, tudo vagamente DC), e o clima lembra Pattinson sobre como sua caldeira precisou de reparos recentemente. “O rapaz apareceu [para o reparo] outro dia,” conta ele, “e aleatoriamente começou a falar de como ele é um fã da DC. E eu estava lá sentado encarando a direção oposta, enquanto a minha namorada continua conversando com ele. E eu olhei para ela, tipo: Cala a porra da boca!” ele racha de rir. “Por que você está fazendo isso comigo? Ela foi muito divertida, conversando com um fã obcecado.”

Eu o questiono se ele está ansioso sobre como esse esforço de anos vai ser recebido. Pelos superfãs. Por aqueles que sabem o que um capuz é. “Depende. Se as pessoas gostarem do filme, será ótimo. Tudo isso.” Mas se não, eu sugiro, você irá responder pela angústia das pessoas. “Você não tem como saber até que aconteça.”

Enquanto caminhávamos pelo Holland Park no início da tarde – o céu estava limpo sob nossas cabeças – os olhos de Pattinson tem um aspecto de alerta . Ele é incompreensivelmente famoso desde os 22 anos, e em cada esquina nos últimos 13 anos espreita um fã ou uma câmera ou um fã com uma câmera. O parque, neste dia de inverno, parece inofensivo para esses olhos destreinados, mas Pattinson sabe melhor. Há algumas mesas do lado de fora da cafeteria do parque que parecem um lugar bom o suficiente para sentar e conversar, mas há algumas velhinhas conversando por perto e um caminho que passa perto o suficiente para potencialmente expô-lo. “Hmm”, ele diz, “que tal…” Ele nos leva em uma direção diferente, em direção a um monte abandonado de materiais de construção, onde um banco fica de frente para uma cerca. Ele diz que é falso-ponderado: “Vamos apenas encontrar a área mais monótona, escondida em um canto”.

Pergunto- se é assim que ele experimenta o mundo: como uma busca constante por áreas monótonas escondidas nos cantos. “Ah, cem por cento. Na verdade, tipo, se eu vejo um bar vazio e não tem vibração alguma, eu fico tipo, Oooo!” As máscaras têm sido uma dádiva de Deus, diz ele. “É engraçado com todas essas coisas anti-máscara, porque eu fico tipo, vou usar uma máscara pelo resto da minha vida. Acho que ganhei alguns anos de vida por falta de estresse. É ideal quando todo mundo está usando um também, então não é como se eu estivesse me destacando. É incrível.”

Desde que entrou para The Batman, Pattinson fez seu primeiro movimento atrás das câmeras, agradavelmente escondido, tendo estabelecido um acordo de produção na Warner Bros. Ele diz que é um “escritor terrível”, mas “estou moldando coisas que acho muito, muito, muito satisfatórias.” Em primeiro lugar estão alguns projetos que ele vem concebendo há algum tempo, tempo suficiente pelo menos para que ele não esteja mais certo em protagonizá-los e, em vez disso, “quer encontrar um desconhecido”.

Ele gosta da HBO Max, com quem está trabalhando como parte do acordo com a Warner Bros., porque “eles não têm medo”, diz ele. “Eu sinto que eles são tão novos e ainda estão tentando estabelecer sua identidade. E há espaço para isso.” O trabalho de desenvolvimento estava em andamento enquanto ele ainda estava filmando The Batman: “Eu tinha minha explosão de energia pela manhã. Eu ia fazer um treino e tinha cerca de 15 minutos antes de ter que vestir o traje. E então eu literalmente ficava sete minutos no banheiro pela manhã quando eu enviava um e-mail impensado para os escritores.” Ele descreve a emoção de se envolver com projetos como esses, que, como atuar, exigem sua pequena jornada pessoal para o inferno: “Parece que só consigo ter ideias quando há uma enorme quantidade de adrenalina. É quase como o meu processo de fazer qualquer coisa agora. Eu tenho que realmente sentir que cheguei ao fundo do poço. Onde até o momento que eu tenho que auar é: Uau, eu sou o pedaço de merda mais vazio.” Ele ri a risada sua rouca bat – risada “Você tem que sentir a dor. E então, de repente, é como se Deus lhe desse um pequeno presente: aqui está uma ideia na qual você nunca pensou antes. Corra atrás disso!”

Ele é um consumidor voraz do trabalho de outras pessoas. Ele lê constantemente, assiste a tudo, esculpe seu gosto, seu tom, até as pontas afiadas que usa para colaborar efetivamente com cineastas para criar personagens bizarramente novos. Em O Rei, de 2019, ele colocou um Delfim exagerado bem no meio de um dos filmes mais sérios de todos os tempos. “Eu estava tentando fazer isso seriamente, mas então eu estava conversando com alguém da Dior” – Pattinson é o rosto da Dior Homme – “e comecei a imitá-los e fazer isso de uma maneira mais engraçada”, diz ele. Ou seja, transportar uma figura da moda francesa para Shakespeare. “Comecei a fazer isso como uma piada no começo, mas depois me filmei e assisti de volta, e pensei que isso realmente funciona.” Pattinson interpretou outro vilão em The Devil All the Time de 2020, no qual ele interpreta um pastor do sul assustador e corpóreo que seduz jovens paroquianas e depois as “ilumina” sobre seus encontros sexuais. “Mas eu pensei que era para ser uma comédia. Lembro-me de ler o roteiro e era tão extremo, com personagens tão monstruosos, eu estava pensando que tinha que ser.” (Não foi.)

É sua maneira de articular seu desejo de ver algo que nunca viu antes, fazendo algo que nunca fez antes. É o seu jeito de quase, parafraseando Gandhi ou Batman ou alguém, ser a mudança no cinema e no estrelato que ele quer ver no mundo. Aqui está o que minha versão de uma estrela de cinema pode fazer – alguem concorda? Até agora, pós-Batman, não realmente. “É irônico que os dois filmes que eu achava que eram os filmes mais seguros que você poderia fazer, todo o cenário da indústria muda”, diz ele. “Eu realmente pensei que depois do Batman, eu seria muito mais…” Ele para com um desânimo genuíno. Pode-se sentir o calor vindo dele de seu desejo de encontrar um projeto viável.

“Acho que talvez até já tenha dito isso na última vez que fiz uma entrevista com a GQ”, diz ele. “Antes de Tenet, meus agentes diziam você simplesmente não está na lista de ninguém. E eu totalmente, por acaso, consigo esses dois filmes enormes. E eu fiquei tipo, Ok, estou na lista agora? E eles ficam tipo, sim, você está na lista agora, mas não há filmes.” Com isso, ele se refere ao tipo que muitos cineastas e espectadores lamentam não existir mais em excesso. Um filme de estrela de cinema para adultos. Em uma escala entre The Lighthouse (orçamento de US$ 11 milhões) e Tenet (US$ 200 milhões). “E por isso é estranho: o buraco da agulha, que eu estava tentando enfiar antes, fica ainda menor agora”, diz ele. “Eu costumava pensar que tinha um plano relativamente longo, aquele que fiz depois do primeiro Crepúsculo para trabalhar com vários diretores diferentes. Mas tentar fazer um plano agora quando você tem que levar em conta uma espécie de dúvida existencial, além de ficar tipo, estou competindo com adolescentes pelo mesmo papel… Bem, há lobos em todos os lugares.”

Contra todas essas preocupações pessoais da carreira, ele também se pergunta em voz alta sobre os problemas que a indústria em geral está enfrentando para tomar o centro da cultura. “Mesmo quando os filmes tentam: Ah, vamos fazer algo que capture o zeitgeist, não é possível se nem todos estiverem assistindo ao mesmo tempo. Filmes usados para gerar o zeitgeist. E agora descobri que, ao contrário da música ou da moda, os filmes não conseguem acompanhar a cultura.” Há uma exceção, no entanto. Um vislumbre. E tem a ver com a maneira como certos cineastas, diz ele, parecem identificar subculturas e curar mais do que apenas experiências cinematográficas para aqueles que estão sintonizados na mesma frequência. Ele descreve a cena em uma exibição para Uncut Gems dos irmãos Safdie, “onde provavelmente havia 30 pessoas na platéia usando chapéus Elara”. Elara Pictures é a produtora dos Safdies, mas, através de pessoas famosas da moda como Timothée Chalamet (fã) e Emily Ratajkowski (que é casada com um dos produtores), agora também uma espécie de marca de moda inadvertida.

“Existem certos cineastas”, diz Pattinson, que podem transformar filmes ainda menores em algo muito maior – algo que vai contra, ou mesmo define, o zeitgeist. Ou provavelmente mais precisamente: um zeitgeist. Ele também viu isso com os fãs nas exibições de O Farol: “Eles estavam todos vestidos da mesma maneira, como pescadores”. Ele diz que o diretor Robert Eggers entendeu “como você pode fazer esse cruzamento entre moda e música”. Pattinson viu isso em uma exibição para The French Dispatch no ano passado também. “Achei que fosse uma exibição temática. Mas todas essas pessoas eram apenas fãs de Wes Anderson. Eles apenas se vestem como Wes Anderson.”

Aí, talvez, esteja a melhor explicação, por uma série de exemplos, do que Robert Pattinson tem tentado fazer com suas escolhas de carreira na última década. Não trabalhe apenas com diretores que fazem bons filmes. Trabalhe com diretores que gerem uma energia tão específica que as pessoas queiram assistir seus filmes e fazer parte da subcultura que só elas podem cultivar. Diretores que fazem as pessoas quererem literalmente se vestir como eles. “Se você fornecer um filme que fornece uma cultura inteira com isso”, diz Pattinson, “acho que as pessoas realmente gostam disso e realmente respondem a isso”. Pattinson é – e isso fica mais claro a cada ciclo promocional de filme que passa – um daqueles tipos criativos autenticamente estranhos, ilimitadamente energéticos, enganosamente caóticos que estão misturados em 10.000 coisas enquanto projetam uma falsa sensação de passividade. Aqui está Pattinson, que não é muito fã de esportes, romantizando o fandom de futebol de seus amigos: “Há algo tão adorável em ter algo todo domingo, onde é como, isso é o que estou fazendo. Quando alguém me pergunta, quais são seus hobbies? Eu respondo: Ser fodidamente preocupado. Preocupação com o futuro.” Ele diz a última parte com uma espécie de sotaque cômico. E então ele ri. O sentimento – a ansiedade, a incerteza do que o mundo reserva para ele e para qualquer um – parece quase real demais, como olhos tristes brilhando por trás do capuz de morcego. Isso me lembra o que Matt Reeves disse sobre Pattinson: que ele nunca desempenhou um papel com sua própria voz, que a voz é seu caminho para pessoas diferentes.

Pattinson me diz que às vezes ele apenas inventa alguma coisa em uma entrevista, para dizer qualquer coisa – e que às vezes volta para mordê-lo (por exemplo, comentários que ele fez anos atrás sobre não lavar o cabelo que acompanhá-lo até hoje). Tudo fica um pouco escorregadio quando alguém lhe diz que às vezes mente deliberadamente. Mas parece que isso se soma a várias outras histórias que Pattinson compartilha comigo. Há algumas coisas que são honestas, há algumas coisas que são construídas, e no meio há apenas um monte de papéis que Pattinson está interpretando além de uma estrela de cinema e celebridade. Entre eles:

Vendedor de pornografia (anteriormente). Ele roubava as revistas de uma banca local e as vendia para colegas de classe por um bom lucro. Isso o expulsou de sua primeira escola preparatória. O espírito empreendedor era orgânico, irreprimível.

Traficante de drogas (anteriormente). “Eu não penso nisso há anos, mas durante o ensino médio minha primeira namorada de verdade estava alguns anos mais velha, e eu sempre quis sair com a tuma legal, que estavam no ano mais velho. E alguns deles decidiram que eu fingiria que estava importando drogas. Mas eu nem sabia como eram as drogas. Então eu tive a ideia de pegar disquetes, abrir o disquete, despejar esse tipo de pó dentro, e depois borrifar com algum tipo de produto de limpeza para que cheirasse a química, e fechar tudo dentro. Eu comprei, tipo, 40 disquetes, e então eu mostrava para crianças que provavelmente tinham 15 ou 16 anos, e eu dizia: Sim, estou importando drogas em disquetes.” Ele diz isso como um verdadeiro canalha. “E todos acreditaram em mim. E eu meio que tenho essa reputação de que: Esse garoto é louco. Ele é um traficante! Como: Quer experimentar alguns? Alguma serragem com Febreze?”

Rap pirata (anteriormente). Ele era o único que tinha álbuns de Noreaga do exterior. Ele e seu amigo pegavam as letras de Noreaga, transpunham suas vozes em um programa de música que ele tinha e depois mandavam “seus” raps para o DJ de hip-hop inglês Tim Westwood para tentar colocá-los em seu show. “Minha mãe entrava na sala, e ficávamos dizendo as letras de outras pessoas literalmente, pensando que ninguém jamais descobriria.” Impostor de skate (anteriormente). “Na verdade, eu não conseguia andar de skate, mas me esforçava o máximo que podia, e praticava sozinho e, literalmente, a qualquer hora que fosse hora de fazer qualquer coisa, eu estava com medo de me machucar, então apenas sentava lá, arrastando o skate ao redor. Rolando-o para frente e para trás, acertando-o com coisas, e meio que fazendo pequenos cortes nele, de modo que parecia que eu estava andando nele. Mas eu nunca andei nisso”.

Designer de cadeiras (em andamento). Ele costumava ter um estúdio em Londres. Mas agora ele apenas faz cadeirinhas de barro, pequenas maquetes, tira fotos delas e depois as envia para um designer que ele conhece que ajuda a construí-las. O primeiro, “um sofá insano”, está chegando em breve. Ele é consumido por cadeiras. Pensa neles incessantemente. Quando chegou a hora de criar o logotipo para sua produtora, ele continuou enviando fotos de cadeiras para as pessoas.

Fotógrafo (em andamento). E não apenas das maquetes de suas cadeiras. Ele estava em uma loja recentemente, procurando uma nova câmera, e vasculhando a internet para descobrir que tipo Daniel Arnold usa. “Acabei parado olhando para um monte de fotos dele”, diz ele, “e no final das contas fiquei tipo, não tem nada a ver com a câmera, não é? Assim como qualquer coisa, você pode se treinar para ver as situações de uma maneira diferente – para começar a ver a surrealidade em todos os lugares ao seu redor.”

Traficante de macarrão instantâneo (em andamento, por enquanto). Leitores próximos da GQ podem se lembrar que, há dois anos, Pattinson tentou demonstrar seu conceito de um lanche rápido de macarrão via entrevista no Zoom, com resultados devastadores. A internet recebeu o esforço como uma façanha, ou pelo menos como uma performance consciente de inépcia. “Mas eu estava realmente tentando fazer aquela massa”, diz ele. “Como se eu estivesse literalmente conversando com fábricas de alimentos congelados e esperava que aquele artigo fosse a prova de conceito. Meu gerente disse: é isso mesmo que você quer fazer? Você quer seu rosto em macarrão? Você sabe que só precisa ir ao Walmart e realmente vendê-lo, com um retorno potencialmente muito pequeno.” Ele ri como se fosse ideia de outra pessoa. “E havia uma parte de mim que era, tipo: existe um mundo onde isso funciona?”

Tudo isso para dizer: Pattinson parece ter sido bom em ser pelo menos duas coisas ao mesmo tempo. Um autêntico alguém singular em seu âmago. Mas também alguém muito bom em fingir ser outra pessoa.
Quando ele começou a fazer o teste, sempre que ele se apresentava como inglês enquanto tentava um papel americano, os agentes de elenco agiam preocupados. “Eles sempre questionavam: ‘Estamos preocupados com o sotaque…’ ”, diz ele. “Então eu costumava entrar sempre como uma pessoa diferente, uma americana. Eu dizia, ‘Oi, eu sou de Michigan.’ Mas então eu estava fazendo uma audição para Transformers 2, logo após Crepúsculo ter saído”—em outras palavras, precisamente no momento em que Pattinson se tornou um ator mundialmente famoso— “e entrei como um cara de Denver. E eles ligaram para o meu agente e disseram: ‘O que há de errado com ele? Por que ele estava fazendo uma improvisação? Uma improvisação muito chata?’ ”

E então ele começou a fazer testes como Rob, para melhor ou para pior. “Se eu não tivesse tido muita sorte”, diz ele, “e tivesse sido forçado a fazer um teste todos esses anos, eu não teria uma carreira. Eu sou tão ruim isso.” Ele tem lembranças vívidas de ter seu almoço entregue a ele pelos outros atores de sua idade. “Eddie Redmayne e Andrew Garfield foram tão bons nas audições, é simplesmente inacreditável. Você os veria e, se estivesse esperando do lado de fora, literalmente ouviria os diretores de elenco dizendo: Oh, meu Deus! Meu Deus! E você ficaria tipo, porra, quem está dentro? E Eddie saía e dizia: Ei, cara. Eu estava fazendo algo pensando que era uma comédia e de repente ouvia esses soluços pesados. Estou pensando, quem conseguiu tirar um soluço disso?! E então a porra do Eddie sai!”

Mas então, de repente, os dias de dormir no sofá de seu agente em L.A. acabaram. “Ela acabou de me dizer que ainda tem minha mala”, diz ele, “cheia com minha roupa suja daquela época. Na garagem dela, fossilizada.” Após Crepúsculo, Pattinson trabalhou com David Cronenberg, Werner Herzog, James Gray, Claire Denis. Mas nenhuma partida pareceu tão eletrizante quanto a de Josh e Benny Safdie, com quem ele fez Good Time de 2017: “Eles são meio anárquicos. Mas não estão totalmente fora de controle. Eles são alguns dos únicos diretores com quem trabalhei que prosperam no caos, mas também estão sempre no controle do carro.” Os irmãos Safdie parecem gostar desse tipo de desconforto. Seus filmes são alimentados pela pressão alta de decisões erradas e o pior cenário.

Embora o monitor de avaliação de risco de Pattinson sugira que ele evite as crianças no quarteirão que gostam de brincar perto de linhas de energia caídas, Pattinson está, naturalmente, emocionado com a proximidade: “Eles são tão divertidos, tão engraçados, tão corajosos. Essa é a principal coisa que eu gosto de observar”. O ar na rara altitude da celebridade de Pattinson pode ser desorientador. “Pode ser assustador pra caralho”, diz ele. “As pessoas pensam que você tem um tipo de exército protegendo você, mas você realmente não tem. Você esta por sua conta. Você tem que ter uma quantidade louca de, eu acho que é algum tipo de força mental. Obviamente, é essa vida incrível. Mas como qualquer coisa, se você não pode desligá-lo… Até as pessoas mais próximas a você supõem que sua vida provavelmente é mais parecida com a maneira como é contada em uma revista. Até meus parentes. Mas, novamente, esse é o objetivo: capturar a imaginação das pessoas.”

Nós nos movimentamos bastante durante a tarde, de uma zona de inatividade aparentemente segura para outra. Seus olhos realmente parecem ler o mundo como um scanner térmico. Um banco sombrio para um banheiro vazio, para um caminho vago através de um parque aleatório. E ainda assim, há um cara esperando por nós com uma câmera. Máscara, Pattinson não se intimida. Passamos por algumas crianças jogando futebol e pergunto a ele se já abrigou delírios juvenis de grandeza do futebol. “O oposto. Ainda tenho o mesmo terror quando passo por criancinhas e a bola de futebol passa pelo caminho. Eu só tenho esse terror de passar de volta, e volto direto para ser uma criança de 10 anos e chutando na direção errada. As pessoas ficam tipo: Uau! Que idiota! Eventualmente, eu provavelmente vou ter um filho. Então comecei a me treinar para poder ser um pouco… para poder jogar futebol com uma criança de três anos.” Ele se sente envelhecendo a cada instante. “Trinta e cinco foi definitivamente o ano em que as coisas mudaram. Eu realmente estendi minha adolescência para cerca de 34 anos”, diz ele enquanto pulamos em um táxi preto e começamos a passar por Notting Hill. “Lembro-me de alguns anos atrás, eu estava conversando com meu amigo em uma rua bonita por aqui. Anos atrás, eu sempre pensei que era tão chique, e agora parece tão legal. Eu fiquei tipo, eu me pergunto o que mudou na área…?”

Ao envelhecer, ao mesmo tempo em que está mais próximo, ele está começando a ver sua família de novas maneiras, a “delineação entre os tipos de personalidade” em seus pais, seu pai (o introvertido, o cínico, o preocupado) em uma extremidade do espectro e sua mãe (a extrovertida, ai risonha, a emocionalmente acessível) para o outro, e ele sentado no meio deles, ou, na verdade, como ele esclarece, “balançando de um para o outro. As coisas que costumavam me deixar louco com meu pai, ser do contra o tempo todo, constantemente bancando o advogado do diabo – estou indo nessa direção.” De volta para casa, mais perto da família, Pattinson parece estar se estabelecendo em algum novo estágio de sua vida e carreira. Apesar de tomar o que poderia ser caracterizado como inúmeras decisões corretas, elas parecem não ter alcançado um caminho óbvio a seguir. O que é um fato da vida e da carreira que planta Robert Pattinson firmemente em sua microgeração.

Ele existe nessa faixa etária altamente específica de pessoas (ou seja, aqueles nascidos em meados dos anos 80) que cresceram para ver o Velho Caminho – o viu funcionar desde o degrau mais baixo, do nível de entrada – antes de assistir a sua indústria escolhida desmontar na última década, como eles meio que empilharam um monte de escombros antigos e novos crescimentos para chegar ao topo de… o que exatamente?

Muitas pessoas da idade dele, em muitas capacidades profissionais diferentes, terão encontrado esse emoji existencial encolhendo os ombros e sentirão vontade de vomitar. Pattinson tem idade suficiente para realmente ter visto de perto o que ele queria – ele fez um plano – apenas para ser confrontado, quando chegou a sua vez, com o fato agora óbvio de que absolutamente ninguém tem a menor idéia do que vem a seguir. É emocionante. É assustador. É o que é tão assustadoramente familiar sobre seus sentimentos irritantes de carreira: “Eu realmente pensei que depois do Batman, eu seria muito mais …” Não muito tempo atrás, ele estava conversando com seu gerente sobre sua paralisia e indecisão sobre o que fazer a seguir em todas as frentes – incluindo seu próximo filme. “Eu disse: ‘Não quero cometer um erro sobre o que fazer a seguir’. 2024. E até lá, ninguém vai dar a mínima para o que você está fazendo.” É a coisa mais estranha que até três anos atrás, nós meio que tínhamos basicamente o mesmo caminho tradicional de carreira. Se tudo correu bem, ainda meio que existia. E agora é como: Qual é a direção a seguir?
“Você só precisa pensar: Bem, meu plano é que talvez um milagre aconteça e tudo fique bem. Que é o que eu acho que todo mundo tem pensado por dois anos. Apenas: Uhhh, acho que o plano é apenas esperar?”

MATÉRIA ORIGINAL : GQ.COM
Tradução: Amanda Agostinho / Amanda Gramazio

A Revista GQ do Reino Unido em sua edição de Dezembro de 2021, traz a lista dos homens mais bem vestidos de 2021, no qual, Robert Pattinson encontra-se na 27ª posição.


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27° homem mais bem vestido de 2021:
Ator (ÚLTIMO ANO Nº 6) O antigo galã de Twilight amadureceu e agora carrega consigo o carisma garantido de um auteur* de Hollywood. Sua amizade com Kim Jones de Dior significa que ele pode combinar peças clássicas sob medida com elementos de alta costura feminina finamente trabalhados, como blusas de seda transparente e renda de uma forma que pareça factível, em vez de exagerado.

KIM JONES: “Robert é como uma família para mim. Ele é tão talentoso e permaneceu realmente fiel a si mesmo. Eu adoro o estilo do Rob porque ele está sempre procurando por coisas novas. Ele tem um olho muito bom e é uma das pessoas mais divertidas e legais que conheço.”

*Um auteur é o artista que controla todos os aspectos de um trabalho criativo e colaborativo, uma pessoa equivalente ao criador de uma obra literária.

Fonte | Tradução: Maria Luisa

Robert Pattinson, que atualmente está em quarentena em Londres, é a capa da GQ Magazine edição junho/julho 2020. Provando que é multitalentoso, Robert foi quem tirou as próprias fotos para o artigo e capa da revista! As fotos foram tiradas no apartamento que ele está em isolamento desde o final de março uma vez que as gravações de The Batman foram paralisadas devido a pandemia. Confira a tradução completa da entrevista que Robert concedeu para GQ Magazine (por vídeo chamada) e as fotos de sua própria autoria:

Robert Pattinson: Narrativas do isolamento
Ninguém em Hollywood é mais adequado para crescer durante o confinamento do que Robert Pattinson, a estrela de cinema, que já foi relutante, mas  está voltando aos holofotes com um novo sucesso de bilheteria de Christopher Nolan e depois, The Batman. Isso se ele puder encontrar o telefone. Ou ligar o computador. Ou conseguir não queimar sua cozinha.
Por Zach Baron

Robert Pattinson: [embaçado, pixelizado, com a barba por fazer] “Não sei como isso vai funcionar. Meu telefone quebrou, a internet quebrou, tudo quebrou. Eu sou tipo: ‘O que? Por que tudo está atualizando e como faço para parar?’”

GQ: Você não pode atualizar nada. Isso é perigoso.
Robert Pattinson: “Eu sei. Acho que nunca pressionei “atualizar” na minha vida. Eu sempre adio para amanhã. Nunca atualizei! Espere, deixe-me tentar com o meu, deixe-me tentar e conectar o meu ah, na verdade, você sabe o que? Eu nem vou tentar fazer um Bluetooth. Eu vou silenciar da maneira antiga. Meus fones de ouvido. Hum, como você está? Onde você está?

No outro dia – ou foi essa semana? Um mês atrás? Robert Pattinson luta com dias e datas, mesmo nas melhores circunstâncias – A produção de O Batman, que Pattinson estava filmando, foi paralisada, junto com a maior parte da civilização humana. “Quase imediatamente perdi totalmente a noção do tempo”, diz Pattinson. Ele tem esse sentimento, o que todos temos agora, de girar no espaço, na ansiedade e na história. Ele diz que era algo realmente muito familiar se sentir assim. “É uma reclamação que muitas pessoas têm sobre mim. Essa noção … não tenho noção do tempo. Eu acho que algo que aconteceu há dois anos atrás poderia realmente ser uma semana atrás. Definitivamente, é uma reclamação sobre minha personalidade.”. Ele diz que três pessoas diferentes ligaram para ele, para lembrá-lo de me ligar.

Ele está em Londres com a namorada, no apartamento que o pessoal do Batman alugou para ele. Ainda comendo as refeições que o pessoal do Batman está oferecendo, embora no outro dia ele tenha ficado nervoso, que eles possam parar ou esquecer. Ou se os donos do apartamento dele precisariam dele de volta ? Ele veio para Londres com, tipo, três camisetas. O resto de suas coisas, ele diz, está em sua casa em Los Angeles, onde ele realmente vive. Sua internet em Londres está entrando e caindo. Seu laptop não está funcionando. Ele tem dois telefones, um deles está recebendo um bom sinal, e agora todo o sistema está funcionando com duas ou três barras de sinal: “Todo dispositivo de Internet está operando neste 3G, como em um iPhone 4.”

O estúdio contratou um treinador que deixou Pattinson com uma bola Bosu, um único peso e um pedido sincero de usar as duas coisas, mas agora, ele diz, ele está ignorando p pedido. “Acho que se você está malhando o tempo todo, você faz parte do problema”, diz ele, suspirando. Por “você” ele quer dizer outros atores. “Você estabeleceu um precedente. Ninguém estava fazendo isso nos anos 70. Até James Dean, ele não foi exatamente malhado”. Ele diz que, quando era a estrela da franquia Crepúsculo, “a única vez em que me disseram para tirar minha camisa, logo me que me disseram para colocá-la novamente”. Mas Batman é Batman. Pattinson chamou outra atriz do filme, Zoë Kravitz a Mulher Gato, outro dia, e ela disse que estava se exercitando cinco dias por semana durante o exílio. Pattinson, bem: “Literalmente, mal estou fazendo qualquer coisa”, diz ele, suspirando novamente.
É possível que você não consiga construir uma pessoa mais adequada a essa experiência. Pattinson, que completou 34 anos em maio, passou a vida adulta se separando do resto do mundo. Ele tinha 21 anos quando foi escalado no primeiro filme da Saga Crepúsculo, como o vampiro principal do que se tornou uma saga de cinco filmes cada vez mais populares sobre a luxúria adolescente no noroeste do Pacífico. A parcela final da franquia, que transformou Pattinson e sua co-estrela, Kristen Stewart, em duas das pessoas mais famosas do mundo, saiu em 2012 e arrecadou mais de US$ 800 milhões em todo o mundo. Mas a essa altura, ele já havia sumido.

Ele estava estrelando filmes de David Cronenberg. Ele estava em sets na Austrália, no Canadá ou na cidade de Nova York, onde passeava pelas ruas disfarçado, tentando desenvolver o sotaque certo para o bairro de Josh e Benny Safdie. Ele estava interpretando inocentes, rivais, forasteiros, pessoas que babavam, choravam e se masturbavam, nos filmes de Werner Herzog, James Gray, Anton Corbijn. Ele estava se tornando, filme por filme, um dos atores mais interessantes do mundo. E quando ele não estava trabalhando? Ele estava se escondendo. De paparazzi, às vezes. Do sistema de estúdios de Hollywood, para outros. De todas as coisas estranhas que o mundo joga contra jovens atores que já têm muito. Ele estava andando por casas grandes demais em Los Angeles, em bairros onde não podia sair. “Passo tanto tempo sozinho, porque você sempre é praticamente forçado a isso, que não consigo me lembrar de como era não ter esse tipo de estilo de vida”, diz Pattinson. Agora ele está conversando com seus amigos e familiares, que estavam tendo que fazer a mesma coisa. “Eu apenas percebo que todo mundo é tão vulnerável ao isolamento”, diz ele. “É muito chocante.”

Claire Denis, que dirigiu Pattinson em High Life em 2018, diz que mandou uma mensagem para ele no outro dia, fazendo um check-in. “Eu perguntei pra ele, se não estava muito terrível ficar confinado. E ele disse: ‘Oh não, Claire. Eu aguento. ‘É tão bom poder dizer isso. ”

Pattinson está em Tenet, dirigido por Christopher Nolan, que deve sair em julho. Ele tem um filme menor, o gótico noir The Devil All the Time, que será lançado na Netflix neste outono. O Batman deveria sair no verão do próximo ano, mas já foi transferido para outubro de 2021. Depois de anos evitando filmes de grande orçamento e os holofotes que os acompanham, Pattinson está no meio de alguns filmes gigantes seguidos. Então o mundo parou e, com ele, suas ambições, por mais tentativas que sejam ou possam ter sido. Ainda assim, ele teve a sorte de superar esta experiência peculiar incólume, pelo menos até agora. Ele tem sorte de saber como ficar sozinho. O que ele ainda não descobriu é como fazer qualquer outra coisa, como sair. “Fui dar uma volta pelo parque hoje”, diz ele. “Estou com tanto medo de ser preso. Você pode correr por aqui. Mas o terror que sinto disso é extremo”. Ele está nervoso assim mesmo. Apenas voltando ao mundo, mas só assim que o mundo finalmente voltar? Essa pode ser a parte mais difícil. “Ontem eu estava apenas pesquisando no Google, estava no YouTube para ver como fazer macarrão no microondas. (risos)”

GQ: Isso não existe.
Robert: “Coloque em uma tigela e coloque no microondas. É assim que se faz. E também, realmente, realmente não é uma coisa que existe mesmo. O que é realmente revoltante. Mas, quero dizer, quem teria pensado que realmente faz com que o gosto seja realmente nojento?”

GQ: Como você está realmente sobrevivendo?
Robert: “Estou essencialmente em um plano de refeições para o Batman. Graças a Deus. Não sei o que estaria fazendo além disso. Mas quero dizer, sim, além disso – eu posso sobreviver. Como aveia com proteína de baunilha em pó. E eu mal vou misturo tudo. É extraordinariamente fácil. Como, como de latas e outras coisas. Vou literalmente colocar o Tabasco dentro de uma lata de atum e comê-lo da lata.”

GQ: Você treinou toda a sua vida para isso, aparentemente.
Robert: “Eu … é estranho, mas minhas preferências são … meio que como um animal selvagem. [risos] Tipo, de uma lata de lixo”.

Um dia, pergunto a Robert Eggers, que dirigiu Pattinson no filme O Farol do ano passado – no qual Pattinson interpreta um homem levado à loucura e ao homicídio aviário por isolamento e solidão – por que ele escolheu Pattinson em seu filme. “Bem”, Eggers diz, de sua própria solidão em Belfast, “essa qualidade paranoica do Rob que você sente na vida cotidiana, eu acho, que é o motivo pelo qual Josh e Benny o queriam em Good Time e por que eu achava que faria isso muito bem em O farol. Embora ele seja bom o suficiente para se transformar. Mas acho que a qualidade paranóica é algo especial para ele. ” E você sente essa qualidade paranoica. Mesmo quando você está olhando para ele através do vidro, distância e tempo. Pattinson tem uma energia generosa, mas completamente caótica. Hoje ele está usando um chapéu preto da Carhartt e uma camiseta branca, e alterna pedaços de coca-cola com pedaços de chiclete da Nicorette – apenas um após o outro após o outro. “Tão nojento”, diz ele alegremente. Ele começa e para frases no meio como um quebrado. Às vezes, ele perde tantas palavras seguidas, intercaladas com tantos suspiros pesados e risadas nervosas, que você, momentaneamente, pensa que ele está falando um idioma completamente diferente.

Pattinson já tem idade suficiente para admitir que existe um método para o modo nervoso como ele aborda o contato humano, uma espécie de cálculo por trás dele. “Sinto que preciso de adrenalina apenas para funcionar”, diz ele. “Caso contrário, eu literalmente fico sentado lá. Eu sou apenas um grogue. Eu me exalto em um estado de tensão nervosa antes de quase qualquer coisa. Eu tive o mesmo processo em todos os trabalhos. Eu fico super empolgado, tenho muitas idéias sobre as coisas e, quanto mais perto você chegar do trabalho, é o mesmo ciclo em que sua confiança cai completamente, você se odeia e então procura alguma desculpa. Você está procurando a estratégia de saída antes mesmo de começar. “. Ele diz que seus agentes nem sequer ouvem suas chamadas de pânico para esse efeito. Eles dizem a ele: Este é apenas o seu processo. “Ele tem essa capacidade muito natural de fazer parecer que tudo é caos, estilo livre, ele está apenas saindo ao vento e seguindo instinto”, diz John David Washington, com quem estrela Tenet. “Mas ele é muito concentrado no que está tentando fazer, apesar de suas histórias e sentimentos.”

Pattinson diz que costumava beber 5.000 xícaras de café antes de entrevistas como essa, e depois desmaiar “e dormir por dois dias”. Ele diz que faria questão de dizer a coisa mais louca que ele pudesse pensar. “Gostava de dizer coisas provocativas porque achava engraçado. Fico muito desconfortável por fazer coisas sérias.”. De repente, ele se vira para o computador quebrado. “Literalmente, pouco antes disso, eu estava tentando encontrar minhas anotações sobre o filme, e aquilo, como …”

Leva um momento para eu perceber o que está acontecendo. Que anotações? Que filme? Acontece que ele quer dizer Tenet, ele quis dizer as anotações que escreveu no ano passado, quando ele estava começando o filme. “Quando eu estava olhando as notações”, diz Pattinson, “eu estava pensando: ‘Ah, sim, são ideias muito boas’. E era disso que se tratava. ’ É engraçado, porque eu esqueci totalmente, tipo, eu esqueci totalmente muitas das coisas dos personagens. Você já viu o filme, a propósito?

“Não.”

“Eu também não vi.”

“Você quer me dizer do que se trata?”

“Mesmo que eu já tivesse visto, realmente não sei se seria capaz … estava pensando, liguei para minha assistente há 20 minutos: ‘Que porra eu digo? Eu não faço ideia.’

“O que seu assistente disse?”

“Ela é muito mais inteligente do que eu. Como, ela foi para a faculdade e outras coisas. E eu sou como posso dizer … todas essas coisas, e fiquei tipo, ‘Oh Deus, não. Eu não posso nem fazer besteira no meio caminho. ‘

Por um minuto, ele tenta, no entanto. “Isso é tão insano”, diz ele. Ele diz que eles tinham uma tripulação de cerca de 500 pessoas, e 250 deles voariam juntos, apenas pegando aviões para diferentes países. “E em cada país há uma enorme cena de peça, que é como o clímax de um filme normal. Em todos os países. ” Alguns dias depois, ligo para o próprio Christopher Nolan, para perguntar se Pattinson estava brincando comigo por dizer não saber o enredo do filme que ele acabara de terminar.

“O interessante de Rob é que ele está levemente brincando com você”, diz Nolan, rindo um riso inglês reservado. “Mas ele também está sendo incrivelmente honesto. É o tipo das duas coisas ao mesmo tempo. Quando você assistir o filme, entenderá. A leitura de Rob no roteiro foi extremamente aguda. Mas ele também entendeu as ambiguidades do filme e as possibilidades que surgem na mente em torno da história. E assim as duas coisas são verdadeiras. Sim, ele está brincando com você, porque ele teve uma compreensão completa do script. Mas uma compreensão completa do roteiro, no caso de Tenet, é aquela que entende e reconhece a necessidade desse filme viver na mente do público e sugerir possibilidades na mente do público. E ele era muito bom com nisso.”.
Pattinson: [tentando novamente descrever o enredo de ‘Tenet’], esqueci muitas coisas no começo do filme. Eu estava tão obcecado em assistir os debates de Christopher Hitchens. Você conhece Christopher Hitchens?
GQ: Claro.
“Muitas coisas do meu personagem, eu estava tentando fazer uma representação de Chris Hitchens, e esqueci completamente que estava fazendo isso até ver minhas anotações. Eu sou tão curioso. Quero dizer, eu literalmente não vi nenhuma imagem desse filme. Agora, estou imaginando Christopher Hitchens como um viajante do tempo. Ele não é um viajante do tempo. Na verdade, não há viagens no tempo. [risos] Essa é a única coisa que eu posso dizer.” Juliette Binoche me envia um e-mail, tentando descrever Pattinson, e parte do que ela diz faz muito sentido para mim. “Toda vez que vejo Rob, sempre me sinto próxima dele. Não tem nada a ver com tempo. Vejo sua solidão. , sua necessidade de conversar, sua necessidade de compartilhar experiências ”, e algumas delas me interessam. “Sua busca pela verdade é implacável”, ela escreve, e “isso explica também suas necessidades de entrar em mundos diferentes: filmes e filmes”. Acho que por filmes ela se refere às coisas de Hollywood que ele está começando a fazer novamente agora, em comparação com os filmes independentes em que ela estrelou com ele ao longo dos anos, começando com Cosmopolis de 2012.

Mas Pattinson rapidamente lhe dirá que a divisão entre os dois é apenas uma divisão para ele. Não é que ele não tenha consciência da percepção, que ele é um protagonista de um garoto bonito que passou anos repudiando tanto sua beleza quanto seu protagonismo. Só que ele não concorda totalmente com isso. “Eu olho para os filmes de Crepúsculo”, diz ele, “e acho que, de muitas maneiras, eles parecem mais com filmes existenciais artísticos do que com alguma coisas que foi intencionalmente feita para isso.” E então, o que veio a seguir, todas as coisas enfaticamente não-Twilight que ele fez – bem, ele fez esses filmes porque eram o gosto dele o tempo todo, não porque ele estava tentando provar alguma coisa. “Eu cresci gostando de filmes clássicos, e então eu realmente gostava de assistir filmes quando era adolescente”, diz ele. “Eu queria trabalhar com essas pessoas. Mas não sabia que realmente podia.

Então ele percebeu que podia. Ele percebeu que os agentes de Hollywood não sabiam mais sobre o que ele poderia fazer do que ele, Robert Pattinson, sabia. “Porque você é categorizado rapidamente, do jeito que parece”, diz ele. “E se você é um inglês alto e meio de cabelos fracos, frequentou uma escola particular e começa a atuar, bem, está em dramas de época. Mas não gosto de dramas de época. E então você luta contra isso. ” Em algum momento, ele me contou, descobriu que estava recebendo ofertas para o personagem loiro quando queria ser o outro: “Eu basicamente sempre quis os papéis que chamavam os magros com cabelos pretos.”

E foi assim que ele interpretou os papéis que exigiam homens magros de cabelo preto: irmãos mais novos chorões (The Rover), aspirantes a Hollywood e garotas de programa (Maps to the Stars, Life), exploradores desarrumados (The Lost City of Z, High Life) e bandidos mesquinhos (Good Time).

“Durante muito tempo, gostei de fazer parte da insegurança, de onde a energia vem da insegurança”, diz Pattinson. “E então ficou meio chato, então eu gostei de jogar basicamente o oposto, que são pessoas que não têm absolutamente nenhuma vergonha e nenhum medo depois. E então eles eram pessoas que estão muito no pé da frente, tipo, tomando decisões dinamicamente. É estranho. Se você continuar tocando, ele realmente começa a se espalhar depois. Então, se de alguma forma você continua jogando perdedor passivo, você se sente como um depois de um tempo. ”

Ele é honesto sobre o fato de que, de certa forma, ele estava apenas mapeando sua mudança psicológica como um ser humano em seu trabalho. Ele estava evoluindo sobre quem ele era através das partes que estava interpretando, de alguém que parecia não pertencer a alguém que estava começando a se divertir, fazendo o que fazia, a alguém que se sentia bem no controle pela primeira vez. E então, no ano passado, ele bateu em uma parede. Não um muro de trabalho, por si só, mas um muro da vida, um muro da carreira. “Comecei o início do ano passado sem emprego. E eu estava ligando para o meu agente e só estava tipo – eu tinha recebido boas críticas nas coisas – e eu fiquei tipo, ‘Que porra é essa? Eu pensei que este era um ano muito bom, e estou começando o ano como se tivesse acabado de fazer uma pilha de lixo. ‘”E o que os agentes dele disseram foi: você não está na lista. Aquela lista mítica de atores da lista A considerados para partes da lista A. Não necessariamente porque ele não era procurado. Mas porque disseram a ele: “Todo mundo acha que você não quer fazer nada disso”.

Mas o que Pattinson estava percebendo era: na verdade, ele queria. Ele queria mais segurança, menos dúvida. “Apenas algo em que você poderia confiar um pouco mais”, diz ele, suspirando. “O problema que eu estava encontrando era que, por mais que eu adorasse os filmes que estava fazendo, ninguém os vê. E isso é meio assustador, porque não sei o quão viável isso é para uma carreira … Não sei quantas pessoas existem na indústria que estão dispostas a apoiá-lo sem qualquer viabilidade comercial. ” Foi nessa época, no início do ano passado, que Christopher Nolan, o único diretor que faz o que são essencialmente filmes de arte – em sua singularidade de visão e pureza de execução – nos maiores e mais comerciais dos níveis de Hollywood, ligou. Nolan disse que viu as coisas que Pattinson estava fazendo em Good Time e The Lost City of Z e ficou fascinado com isso. “Rob parecia estar exatamente no lugar certo em sua carreira para querer vir e inventar comigo”, disse Nolan. E Pattinson descobriu que ele era. Ele estava pronto para tentar a lista novamente. E então, talvez no primeiro dia de filmagem de Tenet, Pattinson também foi escolhido como Batman.

GQ: Posso perguntar por que o Batman é algo que você queria fazer? Eu posso pensar em várias razões para querer fazer isso. Mas também posso, francamente, pensar em várias razões para não querer fazer isso.
Robert: Quais são as razões para não fazer isso? (risos)

GQ: Bem, você acabou de estrelar um filme de Christopher Nolan; Nolan já fez três filmes icônicos do Batman. Além disso, eu penso em você como um ator bastante específico, e Batman é tanto um arquétipo quanto um personagem a ser interpretado.
Robert: Às vezes, acho que as desvantagens – nas quais eu definitivamente pensei – as desvantagens parecem meio positivas. Eu meio que gosto do fato de não apenas haver versões muito, muito, muito bem feitas do personagem que parecem bastante definitivas, mas eu estava pensando que existem várias interpretações definitivas do personagem. Eu estava assistindo a produção de Batman e Robin outro dia. E mesmo assim, George Clooney estava dizendo que estava preocupado com o fato de que isso já havia sido feito, e que muito do terreno que você deveria preencher com o personagem já foi explorado. E isso está em 96, 97?

GQ: Sim, 1997.
Robert: E depois há Christian Bale e Ben Affleck. E então eu estava pensando, é divertido quando mais e mais características são exploradas. Como, onde está a lacuna? Você já viu esse tipo de versão mais leve, um tipo de versão cansada, um tipo de versão mais animalesca. E o enigma disso se torna bastante satisfatório, ao pensar: onde está minha abertura? E também, tenho algo dentro de mim que funcionaria se eu pudesse fazê-lo? E também, é uma parte do legado, certo? Eu gosto disso. Há tão poucas coisas na vida em que as pessoas se preocupam apaixonadamente com isso antes mesmo de acontecer. Você quase pode sentir esse empurrão da antecipação, e isso meio que energiza você um pouco. É diferente de quando você está fazendo uma parte e existe a possibilidade de que ninguém a veja, certo? De certa forma, não sei … Isso faz com que você fique um pouco picante. (risos)

Alô? Alô? [O telefone desconecta. Pattinson liga de volta.] O que aconteceu?
Meu telefone morreu. O que você estava dizendo?
Você estava falando sobre medo. Você estava se preparando para dizer algo que me empolgava em relação ao terror e ao Batman, mas agora perdi o fio.
Minha, hum, minha relações públicas sempre me liga depois de uma entrevista, e ela fica tipo: “Existe alguma coisa, tipo, existe algum tipo de incêndio que você acendeu agora? O que tenho que consertar para você agora? E eu fico como, “eu nem me lembro de nada que eu disse.”

Alguns dias depois, Pattinson decide cozinhar para mim. Ou cozinhar na minha frente, de qualquer maneira. No FaceTiming, concordamos, era difícil, cansativo. Estávamos um pouco cansados de nos olhar. Mas o que dois homens podem fazer juntos quando estão em diferentes continentes, em diferentes fusos horários? Pattinson pensou: cozinhar. Ele tinha noções de Top Chef, fotografando nossas respectivas geladeiras e depois lutando contra ela. (Nenhum de nós realmente viu o Top Chef.) Mas então ele olhou em sua geladeira e “os ingredientes que estavam aqui são tão totalmente independentes um do outro. Não há como reuni-los. ” Então ele foi à loja da esquina, e agora aqui está ele, com um plano.

Eu gostaria de poder dizer se o que estou prestes a descrever aqui é um pouco de, ou uma peça de arte performática, ou é de fato sincero – mesmo agora, eu não sei totalmente. Eu acho que partes dele são reais e partes não podem ser reais. “Ele não é mau”, diz Claire Denis sobre Pattinson. “Mas ele está sempre tentando escapar um pouco. Ele não quer que você coloque suas garras muito fundo nele. Às vezes eu esqueço e enviarei uma mensagem para ele com algo um pouco pessoal. E ele sempre responderá: hahahaha. “Esse é o limite, Claire. Você sabe?”
Eu sei.
De qualquer forma, a história que Pattinson conta para anteceder o que ele está prestes a fazer é aproximadamente isso: No ano passado, ele diz, ele teve uma ideia de negócio. E se, ele disse a si mesmo, “as massas realmente tivessem o mesmo tipo de credenciais de fast-food que hambúrgueres e pizzas? Eu estava tentando descobrir como capitalizar nessa área do mercado, e estava pensando: como você faz uma massa que pode segurar na mão? ” Ele diz que chegou ao ponto de projetar um protótipo que envolvia o uso de um grelhador panini e, segundo ele, foi ainda mais longe, marcando uma reunião com a realeza do restaurante de Los Angeles Lele Massimini, cofundadora da Sugarfish e proprietária da o restaurante de massas Santa Monica Uovo. “E eu disse a ele meu plano de negócios”, lembra Pattinson, “e sua expressão facial nem mudou depois. Muito menos reconhecer qual era meu plano. Não havia absolutamente nenhum sinal dele, literalmente. E isso meio que me deixou um pouco chateado. ” (Massimini diz: “É 100% verdade, tudo o que ele lhe disse.”)

No entanto, diz Pattinson, ele concebeu um nome de marca para seu produto, um apelido pequeno e macio que meio que resumia como ele pensava que sua criação de massas era: Piccolini Cuscino. Travesseiro. Ele pensou que daria outra chance ao produto comigo agora: “Talvez se eu disser na GQ, talvez um parceiro simplesmente apareça.”

Então ele agora pega a sacola que trouxe da loja da esquina, da qual produz o seguinte:
Uma (1) caixa de flocos de milho gigante, imunda e coberta de poeira. (“Fui à loja e eles não vendiam migalhas de pão. Eu fico tipo, ‘Oh, foda-se! Só estou recebendo flocos de milho. Isso é basicamente a mesma merda.’”)
Um (1) isqueiro incrivelmente grande e inovador. (“Eu sempre gostei da ideia de fazer um pouco de flambé, como o nome da marca, com um tipo de ponta queimada no topo.”)
Nove (9) pacotes de queijo em fatias. (“Eu recebi, nove pacotes de queijo em fatias.”)
Molho. (Como um molho de tomate? “Qualquer molho.”)
Ele coloca luvas de látex. Ele tira um pouco de açúcar e papel alumínio e faz uma cama, uma espécie de esfera oca, com o papel alumínio. Ele segura uma caixa de macarrão penne que tinha em casa. “Tudo bem”, diz Pattinson. “Então, obviamente, as primeiras coisas primeiro, você precisa colocar o macarrão no microondas”.
Observo enquanto ele derrama o penne seco em uma tigela de cereal, a cobre com água e a coloca no microondas por oito minutos. Ele diz que usar penne já é um novo território para ele. Geralmente ele usa … bem … “Você conhece a massa que é, tipo, um pouco, é como uma bolha, uma espécie de bolha ondulada?”
“Nhoque?”
“Não, não, não, não, parece – como você chamaria isso? Parece uma espécie de bagunça … tipo, o coque de cabelo de uma garota.
“Eu literalmente não tenho ideia do que você está falando”, eu digo.
“Havia um tipo de macarrão que funcionava. Definitivamente não era penne. ”

No entanto, penne e água no microondas por oito minutos. Enquanto isso, ele pega a folha e começa a despejar açúcar em cima dela. “Depois de muita experimentação, descobri que você realmente precisa congelar tudo em uma quantidade enorme de açúcar e queijo”. Então, depois do açúcar, ele abre seu primeiro pacote de queijo e começa a estratificar fatias após fatias na folha de açúcar. Depois, mais açúcar: “Ele realmente precisa de uma crosta de açúcar”.

Então ele percebe que esqueceu a camada externa, que deveria ser migalhas de pão, mas hoje serão flocos de milho triturados, e então ele levanta a pilha de queijo e açúcar e quebra alguns flocos de milho na folha de alumínio antes de colocar o queijo com açúcar de volta, no topo disso. Então ele adiciona molho, que é vermelho. O microondas apita e Pattinson prontamente se queima na tigela de macarrão. Ele suspira pesadamente, olhando para ele. “Não faço ideia se está cozido ou não.” Ele joga o macarrão de qualquer maneira. Neste ponto, seus espíritos começaram visivelmente a embandeirar. “Quero dizer, não há absolutamente nenhuma chance disso funcionar. Absolutamente nenhum.”

O pequeno travesseiro agora quase todo construído, ele derrama mais açúcar por cima e depois produz a metade superior de um coque, que ele esvazia, coloca-o em cima do resto do que diabos é isso, e … começa a queimar topo do pão com o isqueiro gigante novidade. “Eu só vou fazer as iniciais. …” “Parece que você está cozinhando metanfetamina”, eu digo, porque parece. “Estou realmente tentando vender esta empresa. Estou fazendo isso pela minha marca. ” Nesse ponto, ele acidentalmente acende uma de suas luvas de látex, que imediatamente derrete na palma da mão. Ele grita de dor. Depois, ele cautelosamente segura o produto acabado: alguma aproximação de um P, seguida de um C, para Piccolini Cuscino, queimado no topo de um pão de hambúrguer. Ele começa a embrulhar a coisa toda com mais papel alumínio e, em seguida, compacta e embrulha um pouco mais e depois aperta novamente. De repente, ele para: “Você pode colocar papel alumínio no forno?” Eu digo que sim, você pode, mas o que você absolutamente não pode fazer é colocar papel alumínio no microondas. E ele diz legal, legal, e depois procura seu forno, que nunca havia usado antes, e esta é uma casa agradável, então há várias opções, e a que ele instala, bem: parece outro microondas para mim. Ele me garante que não é. “Eu acho que provavelmente … 10 minutos?” Ele coloca a esfera de alumínio, o pequeno travesseiro, no que ele acha que é um forno e eu acho que é um microondas. Ele tenta ligá-lo. “Eu realmente sabia como fazer isso antes”, ele me diz. “Eu literalmente fiz isso ontem. E agora é simplesmente impossível. Vai parecer que eu não sei cozinhar. ” Ele se atrapalha com mais alguns botões. “Oh, oh, oh”, diz ele, animado agora. “Mil watts, lá vai você.” Orgulhosamente, ele está voltando para o balcão em que seu telefone está ligado quando, atrás dele, um raio irrompe do forno / microondas, e Pattinson se abaixa como se alguém estivesse abrindo fogo. Ele está rindo e agachando enquanto o forno lança cintilações dispersas de luz e som. “A porra da eletricidade … oh, meu Deus”, diz ele, ainda no chão. E então, com um estrondo final alto, o forno / microondas fica escuro. No silêncio, Pattinson e eu olhamos para a misteriosa peça de maquinaria construída na parede atrás dele. “Sim, acho que tenho que deixar isso em paz”, diz ele, suspirando novamente, levantando-se do chão. “Mas isso é um Piccolini Cuscino.” 15 de abril, 10h35 PST // 18h35 GMT

Robert: Com quem mais você conversou? Você já falou com Claire Denis ou qualquer outra pessoa?
GQ: Sim, eu realmente ia perguntar para quem mais eu deveria ligar. Quem te conhece bem? Uh … quem mais? … é sempre estranho, então, não é? Eu quase quero perguntar às pessoas que realmente não gostam de mim.

GQ: Você quer que eu fale com alguém que te odeia? Você pode me dizer quem te odeia?
Robert: Isso seria muito divertido. [risos] Isso seria tão engraçado. Alguém que eu mal conheço. “Ei, você pode fazer uma entrevista sobre mim?” Eu sempre senti que seria um insulto tão bom. Você acabou de enviar para o agente de um ator enorme para dizer: “Ei, eu só estou pensando, tipo, você gostaria de ser assistente dele?” [risos]

Não há retorno algum.
Você é um verdadeiro agente do caos.
Definitivamente, só isso em minha mente. (risos)
Finalmente, começamos a conversar, como as pessoas hoje em dia, sobre ansiedade. O padrão: como você está? Pattinson diz que está bem, sério. “Estou definitivamente muito mais calmo do que costumava estar. Se isso foi há alguns anos atrás ou o que seja, seria uma história totalmente diferente. ” Ele diz que, na casa dos 20 anos, por um tempo, não sentiu nada além de medo e incerteza, mas de alguma forma isso mudou. “Eu acho que fiquei mais velho. Sinto que tenho menos a provar ”, diz ele. “Ou parece mais divertido provar isso. Parece que é um jogo divertido, em vez de, eu não sei, apenas basicamente um pesadelo. ” Ainda há coisas que ele faz que outras pessoas consideram estranhas ou compulsivas. Muitas coisas, de fato. Robert Eggers diz que Pattinson é quase “Andy Kaufman-esque na vida real. Rob está tão além da seca que é, tipo, meta. Você fica tipo, ‘Isso é engraçado?’ Tipo, ‘Eu não tenho ideia do que está acontecendo.’ ”Ele tem o hábito de entrar em contato com as pessoas que admira repetidas vezes, mas também admite livremente que seu senso de tempo é equívocos instáveis e tão infelizes podem acontecer. “Eu recentemente enviei um e-mail para esse cara que está absolutamente aterrorizado comigo”, diz Pattinson. “Ele acabou passando meu e-mail para uma das atrizes do filme, para que ela falasse comigo, para que eu não mandasse mais e-mails. E eu pensei que tinha passado, tipo, dois anos e seis meses, entre cada e-mail, mas faltam apenas algumas semanas. ” A família dele está em Londres e “definitivamente tenho tentado ajudar minha família a encontrar uma calma, eu acho. Acho que acabei encontrando um novo nível de paciência em mim. Provavelmente, isso é provavelmente uma coisa importante. Hum, mas hum … “Normalmente, esse é o seu papel em sua família, ser a fonte de calma?” Eu pergunto. Pattinson ri disso por um longo tempo. “Oh não. Eu definitivamente tomei, eu me ungi disso. De alguma forma, me convenci de que posso ser um terapeuta de família. ” “Eles estão comprando?” “Você simplesmente nunca sabe.” Ele começa a rir novamente. “Acho que talvez seja uma das coisas em que você continua falando com alguém até que ele se esgote. Eles não têm mais energia para ficar chateados. É apenas terapia de desgaste. ” “Esse parece ser seu presente, certo? Enviar e-mail às pessoas repetidamente e assim por diante. ”E quando alguém aponta isso, eu fico tipo, ‘Oh, meu Deus!’ Ou eu nego.” E então Pattinson parece ficar sem rir. Ele olha para cima, depois para baixo e suspira um último suspiro pesado.
“Mas sim”, diz ele. “Eu acho … tipo … acho que todo mundo acha que é uma época bem estranha”.

Zach Baron é o escritor sénior da GQ.
Uma versão desta história aparece originalmente na edição de Junho/Julho 2020 com o título “O Rei da Quarentena”.
CRÉDITOS DE PRODUÇÃO: Fotografias por Robert Pattinson Produzido por MAI Productions
Fonte | Tradução: Amanda e Andréa Rouxinol

No dia 7 deste mês, Robert Pattinson compareceu ao evento da GQ, “GQ Man of the Year” que aconteceu no Chateau Marmont. Confira tudo divulgado até o momento:


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