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Robert Pattinson concedeu entrevista reveladora para Philippe Azoury, editor-chefe da Vanity Fair francesa, em sua edição de novembro! Nossa equipe traduziu o artigo na íntegra e também já disponibilizou os scans da revista cedidos por Maya Fortino, nossa tradutora e transcript. Por favor, não reproduzam sem dar os devidos créditos! Confiram a seguir:


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Era o início de 2020, em Paris. Robert Pattinson estava passando pela cidade. Entre dois ensaios fotográficos, ele participou de um desfile de Kim Jones para Dior Homme e tirou um tempo para responder as perguntas de Philippe Azoury. O ator falou com ele sobre cinema, sua profissão e o caminho que percorreu para gerenciar uma carreira que o levou de Crepúsculo a Tenet e o Batman, seu próximo filme, anunciado para 2022.

O DEVER de surpreender

Robert Pattinson observa Paris de canto de olho. Nós estamos em um final de tarde de 17 de janeiro de 2020, mas a cena parece ser do século passado: Ele está usando uma jaqueta de lã que o mantém aquecido e puxa um cigarro eletrônico muito animado. O terraço do Hotel Bristol tem vista para a Champs- Elysées. Daqui ele pode ver o Louvre, e do outro lado, o Orsay. Ele está parado ali há cinco longos minutos e, estudando bem, nesse momento há algo muito Batman, o herói melancólico, observando do edifício mais alto de Gotham City. Robert contempla Paris como um morcego, mas ele ainda não sabe que símbolo é tecido por trás deste morcego. Ele pensa provavelmente nas poucas semanas que o separam do início da gravação de The Batman, marcadas para o final de fevereiro. Ele pensa em treinar para ter o corpo de um cavaleiro das trevas salvador do planeta, e não de um manequim. Esta preparação já está em atraso, sem dúvidas devido ao cansaço acumulado nas filmagens de Tenet (filme de Christopher Nolan) que duraram seis meses e só terminaram poucos dias atrás.

“The Batman também será gravado em seis meses. Começamos a gravar o filme do Nolan em março de 2019 até meados de novembro. No dia seguinte já fui aos ensaios de The Batman, tive treinamento físico, experimentei o traje… Ao todo, eu tive dois dias de folga. ”

Robert ainda não sabe que, sendo o Batman que ele é, ele acabará também pegando o Covid – doença de transmissão desastrosa e sem precedentes de morcego em morcego. Ele vai contrair o vírus em setembro e a filmagem deste filme dirigido por Matt Reeves, com Zoë Kravitz, Paul Dano e Jeffrey Wright, terá que parar uma segunda vez (após uma pausa em Março devido à pandemia) enquanto o primeiro teaser trailers já foi lançado ao mundo. Sombrio, ansioso, febril. Exatamente como se, desde Tenet, Robert Pattinson decidiu se especializar em filmes espetaculares e assombrados em um mundo à beira do colapso. Obviamente, é fácil para nós dizermos isso em 2020, depois de um ano em que o tempo e a vida foram destruídos. Mas nós não estávamos assim em janeiro, quando a atitude despreocupada e a consciência estavam dia, mesmo que estivéssemos a apenas um bater de asas do desastre. E Robert Pattinson ainda não é essa reencarnação que esperamos do popular e trágico Batman. Não. Ele tem apenas 30 e poucos anos, nascido em Londres (ele ainda mora lá), um jovem de beleza lúcida e/ou angelical. Ou um cara que pode estar entre o mais humano do circuito, provavelmente porque gosta, ele é lembrado como um cara normal, desesperadamente normal. E se esse fosse seu luxo principal? Ser mais que uma estrela: ser uma estrela que reivindica sua cota de realidade. E se fosse essa sua primeira semelhança com Batman, o único super-herói que não tem superpoderes, o único que, sob o disfarce, a carapaça, a imagem, é apenas um humano, um humano muito humano? Nesta tarde de janeiro, porém, com esta jaqueta, é no trompetista Chet Baker que Robert Pattinson nos faz pensar. Mistura de perigo e beleza nítida. Um pouco de solidão também. “Fui chamado para um projeto muito sério em torno de Chet Baker” , diz ele.

Eu li muito sobre sua vida, revisei “Let’s Get Lost” (Vamos nos perder) (o filme que Bruce Weber dedicou a ele em 1988, no final de sua vida). Escutei os seus discos, estudei a sua voz. Quando você mergulha a você mesmo nessa vida caótica e triste – nós estamos falando de um trompetista que perdeu seus dentes porque ele devia dinheiro a traficantes e foi forçado a reaprender seu instrumento como um iniciante -, você primeiro quer tocá-lo.

Ele é um personagem trágico e bonito, Chet. Mas é complicado incorporá-lo/encará-lo. O cara é tão legal, que ninguém, absolutamente ninguém no mundo, pode performar/executar Chet Baker tão bem quanto Chet Baker, quanto ele interpretou Chet Baker. Este é o típico caso de um homem que é o melhor ator de si mesmo.

Eu não posso competir com isso. Você acha que ele foi morto em Amsterdã? Nós dizemos isso. Isso nunca foi realmente, de fato, esclarecido. Ele devia muito dinheiro e nós teríamos o empurrado. É plausível. Ele também poderia muito bem ter caído da varanda do hotel, perto da estação de trem e da luz vermelha, então ele estava drogado com heroína.”

“O cara era um paradoxo, resume Pattinson. Ele parecia tão perfeito – tão “saudável” eu vou dizer, enquanto nós sabemos que ele era, literalmente, um veneno para tantos, não podemos mais contar o número de pessoas do jazz que ele envolveu com heroína na época. Como nós podemos ter aquela voz angelical, que se assemelha ao divino, e ser tão ardiloso? Esses eram o tipo de questões que eu pensei enquanto considerava se deveria ou não interpretá-lo. Nós não conseguimos evitar de querer traçar um paralelo com sua própria perfeição.

“Você é perfeito, Robert?” ele muda sua voz para mais aguda, uma cobra ou de uma criança, e responde: “Sim, eu sou perfeito e eu sou vazio. Perfeito e vazio!”. Ele completa rindo.

Não há cheiro de pólvora ou perigo no rastro de Pattinson. No máximo um pequeno aroma de maconha, em dias de folga, o que imediatamente lhe dá o ar de uma eterna festa estudantil, fumando em Amsterdã. A beleza venenosa que pode ser revelada na tela, ou na frente das lentes, transformar-se na vida – é divertido assistir – em uma grande doçura juvenil.

Exercitando constantemente um assassino de segundo grau, ridicularizando, de fato, os momentos em que teria a vulgaridade de bancar o astro.

Muitas vezes temos a impressão de que há dois Pattinson, o arcanjo pop que causa confusão nos filmes e, de costas para isso, um jovem em pessoa que, felizmente, demonstra ser cinco anos mais novo que sua idade.

Você tem a idade de Cristo…

“Sim, tenho 33 anos … Este ano será, portanto, o ano da minha ressurreição. Não, vamos falar sério por um segundo: há algo estranho na minha relação com a idade. Desde os 30 anos, passo meu tempo dizendo que estava na casa dos 40, é bom envelhecer, ver projetos diferentes me afastando daqueles da minha juventude vampírica. Também o prazer de me sentir mais estável a cada dia. Sim, eu estava ansioso para envelhecer.”

Quando você entrou na indústria cinematográfica?

“Quando eu tinha 15 anos. O que significa que passei exatamente metade da minha vida nisso. Eu era criança, depois me tornei ator. É tão estranho. Eu entrei nesse ramo quase que por acidente. O primeiro papel real já era pura loucura: eu tinha 15 anos quando atuei em Harry Potter. 15 anos … Antes disso, eu era modelo e tentava fazer filmes por quatro anos, por iniciativa da minha mãe. Eu atuei naquele filme, Vanity Fair, mas acabei sendo cortado na edição, o que não era um bom começo. Então houve Twilight, por quatro anos em tempo integral, de 2008 a 2011. Quatro anos … apenas quatro anos … e teve um impacto muito grande, muito repentino … Eu tinha 21 ou 22 anos quando o primeiro Twilight foi lançado. Se eu estivesse deitado sozinho em um sofá agora, poderia ver cada momento novamente. Não há um segundo da loucura de Twilight que eu não me lembre. Mas muito rapidamente, por volta dos 25 anos, eu senti que não poderia ir mais longe em popularidade. O jogo estava sendo jogado em outro lugar para mim; com o desafio de me tornar um verdadeiro ator, por exemplo. ”

Você gostou desse momento? É que eu não consigo entender quando você fala disso…

Sim, eu gostei, principalmente porque tudo aquilo foi muito acidental. O prazer foi tão intenso que ele não era, para mim, guiado por nenhuma ambição do tipo “ser o mestre do mundo”. Com a idade, a ambição foi para outro lugar: atuar em filmes que eu tivesse vontade de assistir. Quando eu fiz Good Time com os irmãos Safdie (2017), ou High Life (2018) com Claire Denis, eu soube que começava a me aproximar de mim mesmo.

Eu digo que existe um ator que finalmente se molda nos planos desses filmes. E eu tenho vontade de chegar ainda mais longe. Isso me faz me preocupar menos se esse ator será tão popular quanto o Pattinson de Twilight. De certa maneira, nós conhecemos a resposta: não. Não dá para chegar tão longe, e além disso, não é a motivação. Não será, pois um homem de 33 anos não causa mais a mesma febre entre um público adulto. É uma relação mais consciente, menos histérica e menos fetichista. Minha visão sobre a carreira é simples: eu assisto a muitos, muitos filmes, principalmente à noite. Alguns me animam tanto que eu chego a escrever e-mails às 3 horas da madrugada para quem os fez para dizer que eu tenho um “desejo de atuar no lugar deles”. Aqui está, meu luxo.

Nota: Nós podemos testemunhar que vimos um jovem diretor espanhol, que morava em Berlim e que trabalhava como garçom em um restaurante vegetariano, enquanto esperava para financiar seu primeiro projeto de longa-metragem, receber numa noite uma mensagem que ele inicialmente pensou ser falsa. Coloque-se no lugar dele: Pattinson tinha acabado de ver seu curta autofinanciado visto em uma micro plataforma independente e disse a ele como ficaria feliz em acompanhar o resto de sua carreira.

Quando você chega ao set de um filme independente, sua atitude ainda é a de uma estrela adulada?

“Não, muito pelo contrário. Tornei-me um amador que tem que reaprender tudo, começar do zero, esquecer o que sabe, quem tem que ouvir. Se eu viesse como uma estrela, com muita condescendência, me intrometer em um projeto menos espetacular para ganhar um pouco de crédito artístico, perderia a aproximação, mas também a chance de ser recebido em filmes exigentes antes dos quais não há sistema estelar que conta mais. Pelo contrário, é preciso ser humilde diante das pessoas que fazem o cinema progredir ”.

Você tem medo de filmar?

“É difuso. Quando leio um roteiro, geralmente, depois de algumas páginas, sei como interpretar. A ansiedade geralmente começa exatamente um mês antes das filmagens. De repente, minha confiança some. É substituída pela dúvida. Não tenho mais ideia de nada, de como devo fazer, até o momento da filmagem.”

Quantos dias você precisa para encontrar o personagem?

“Não há regra. Depende do que posso encontrar dentro de mim. O maior perigo na minha vida diária seria não me sentir animado com o que está ao meu redor. Ainda é na minha própria vida que poderei encontrar os elementos para refinar minha técnica. Essas coisas muitas vezes são muito íntimas, às vezes são até sonhos que eu invoco para poder representar a cena da maneira que acho que deve ser feita. ”

Você pode me dar um exemplo?

“Para começar, o Batman, estou usando coisas no momento que parecem frágeis em comparação com a importância do projeto. Conversas que tive com amigos próximos, cenas de sonhos. Essa é a parte secreta e sensível do ator frente ao peso do projeto. No Batman, em Tenet, uma equipe gigantesca de técnicos cerca você e quando você diz: “Vamos, Robert … Ação!” você tem que esquecer essa massa de pessoas e atuar na frente de seus próprios pensamentos, seus próprios demônios. Sim, tenho a empolgação de um ator em enfrentar a tensão do set, a expectativa desordenada de todas essas pessoas e transformá-la em um diálogo entre mim e eu. É uma sensação emocionante e horrível ser aquele “merdinha” que arrisca desperdiçar toda a artilharia pesada, toda aquela infraestrutura de guerra, porque não conseguiu fazer direito… Eu penso nisso, alguns dias antes da filmagem ”

Você ainda consegue se surpreender?

“Inventei uma pressão que acabou me enlouquecendo. E eu gosto. O dever de surpreender, meu público e acima de tudo eu mesmo, tornou-se o único desafio que vale a pena. E é muito mais difícil, acredite em mim, do que o desafio de bilheteria. Com O Batman e o Tenet, você sempre pode dizer que estou tentando voltar àquelas alturas – estamos falando de milhões de ingressos. Mas Tenet também é um filme experimental. Quanto ao Batman, primeiro olho para o personagem e o que tenho a ver com ele, como terei que inventar nuances nesta concha, tornando-a mais complexa, cada vez mais complexa. Batman é um papel em que tenho que aprender a interpretar melhor a ambigüidade. Está fora de questão interpretar um personagem de uma única cor. É lindo, pessoas que parecem viver de duas maneiras ao mesmo tempo. E então, imagine: você adora cozinhar e depois de anos consegue obter o prato perfeito, o mais saudável, o mais equilibrado, o mais saboroso, o mais sutil; você honestamente comeria em todas as refeições? Não! O que você sonharia secretamente? Em comer um bom cheeseburger gorduroso, ah ah ah ah. Ele deu uma longa tragada em um cigarro em silêncio e se perdeu no panorama. Você sabe, quando filmamos O Farol, fiquei louco sobre onde estávamos filmando. O farol, nada ao redor, pedras. No filme, é suposto representar o próprio inferno, o precipício para a loucura. Eu realmente queria ir de férias lá. Simplesmente porque amo a solidão. Eu amo tanto que não saio do hotel quando estou filmando. Por semanas a fio, trancado no meu quarto. Eu assisto filmes, fico horas olhando pela janela, o balé das pessoas andando nas ruas ”.

Que conselho, Robert Pattinson, o homem, daria a Robert Pattinson, o ator, a lenda?

[Silêncio] “Eu não tenho ideia. Provavelmente porque eu nunca fiz uma separação entre mim e o ator. Não acredito na sua versão de que existe um verdadeiro eu e a estrela. Pelo contrário, acredito que tentei reduzir a distância entre minha pessoa privada e a pública. Claro, quando me vejo na capa de uma revista, não posso dizer a mim mesmo: “Ah, aí, sou eu mesmo.” Mas estou procurando coerência. E isso vem do desejo de ser eu mesmo, tanto quanto possível, enquanto tento explorar personagens que não são eu. Meus papéis não são como eu. Eles não são nada como eu. Não me perturba muito. À minha volta, alguns amigos atores estão preocupados com a forma como são percebidos externamente por causa de seus personagens. Eu não estou. O que me incomodaria seria fazer a mesma coisa indefinidamente. Sempre os mesmos papéis, os mesmos filmes. Sempre o mesmo Pattinson. ”

O que a modernidade significa para você?

“É uma questão de adaptação. Tudo se move muito rápido, tudo está sempre à beira do caos. Mas não devemos ter medo diante dessa velocidade. E então, há uma certa beleza em contemplar o caos, não é?”

Tradução: Maya Fortino, Amanda Gramazio e Reh Cegan

Robert Pattinson concedeu uma pequena entrevista para a Stern Magazine (Alemanha). O ator falou de sua relação com a moda e com os perfumes, já que é contratado pela Dior, nas campanhas voltadas ao público masculino. Confira a seguir a tradução feita por nossa equipe e o scan em nossa galeria:

“A moda masculina fica melhor quando as mulheres a veste”. Como ator, estou acostumado a deslizar para outros papéis. O mesmo acontece com a moda. Quando estou em casa, gosto de andar por aí com meu roupão. Gosto mesmo que me faça parecer o chefe da máfia de “Os Sopranos”. Não sou uma vítima da moda na minha vida privada, gosto de casual, às vezes minhas roupas também não combinam. Então, eu visto o que funciona: minha jaqueta de couro de motoqueiro. Para mim, a peça de roupa mais masculina. Porém, não sou fã da demarcação de gênero. Na verdade, acho que a moda masculina fica melhor quando as mulheres a vestem. Ao contrário da vida privada, gosto de me vestir excentricamente para aparições públicas. Lembro-me da estreia de “High Life” em Nova York. Naquela noite, eu usei um terno preto da Dior: um paletó trespassado com bermuda de basquete na altura do joelho, além de sapatos de amarrar com sola de borracha branca. Eu definitivamente não queria usar um smoking burguês, mas sim um look especial. Agora gosto de me destacar no tapete vermelho. Apenas uma vez sofri na minha corajosa vida fashion. Karl Lagerfeld me chamou de lado, bateu em minha jaqueta aberta e disse: se você não quer passar envergonha, é melhor fechar o botão. “Uma regra que tenho seguido meticulosamente desde então. Mas mesmo quando gosto de experimentar a moda, reluto em usar fragrâncias. Para mim, não há nada pior do que atrair a atenção com um perfume pesado e desagradável que fica suspenso no ambiente quando o deixa há muito tempo. Gosto de aromas leves que se misturam com o meu próprio cheiro. Sempre fico feliz quando as pessoas me dizem: “Você cheira bem”. Esse é um belo elogio para mim. Os cheiros me fascinam. É como infância. Talvez seja porque eu cresci em Londres. Todo mundo que mora lá conhece o cheiro da chuva caindo no asfalto. Um perfume que pode ter sido escrito com muita frequência. Mas é especial – e sempre me faz sentir em casa.

Fonte | Tradução: Amanda Gramazio

Vários são os artigos que estão sendo publicados falando sobre o filme Tenet. Durante coletiva de imprensa com participação de Christopher Nolan e o elenco, Robert Pattinson comentou sobre o seu personagem, Neil. Confira a seguir a tradução:

O que você pode falar sobre as muitas camadas do seu personagem?

RP: Existem tantas camadas que você faz parte da consciência do personagem. Ele está estranhamente ciente das camadas de seu próprio personagem, o que é algo incomum de interpretar. Mas sim, é divertido. Lembro-me de tentar descobrir. [Ele é] um personagem muito complexo e difícil dentro de um mundo muito complexo e intrincado. Uma vez percebi que poderia interpretar Neil como alguém que gosta da situação caótica em que se encontra, isso pareceu ser o ponto chave para o resto. Quando você vê o protagonista tentando lidar com essa nova situação que é incrivelmente difícil de lidar, não é agradável para nenhum dos personagens, uma vez que você descobre a verdade da história, não é uma coisa boa descobrir. Neil é apenas uma dessas pessoas que fica tipo, “Oh, eu amo isso! Eu amo viver em um pesadelo. ” [risos]

O site South China Morning Post apresentou os seguintes trechos de Robert sobre o longa-metragem:

“Praticamente todos os atores, fora nós quatro, nem mesmo viram o roteiro completo”, diz Robert Pattinson, quando falamos através do Zoom. Os outros desse quarteto privilegiado? John David Washington, Kenneth Branagh e Elizabeth Debicki.

“As pessoas estavam entrando e filmando por meses, sem realmente ter ideia de qual era a história”, acrescenta Pattinson, “que eu achei muito fascinante”.

Bond, Jason Bourne, Ethan Hunt – todos os famosos espiões de filmes que você pode citar – nunca enfrentaram nada parecido com a ameaça de inverter o tempo que domina Tenet. “As pessoas pensam que é sobre viagem no tempo e não é”, diz um Pattinson sorridente, claramente aproveitando a chance de provocar.

Ainda assim, como Pattinson pensa, Tenet pode nunca mais acontecer – um filme original, não baseado em uma história em quadrinhos ou jogo conhecido, com cenários tão longe quanto os olhos podem ver. “Acontece extremamente raramente. E não sei quantas vezes isso vai acontecer de novo”, diz ele.

“A indústria do cinema estava indo nessa direção de qualquer maneira. E agora [depois da Covid], pode ser fundamentalmente diferente. Fazendo um grande, enorme, enorme filme original, acho que Chris [Nolan] pode ser o último cara que pode fazer isso.”

Via: RPAU | Fontes: That Shelf e South China Morning Post | Tradução: Andréa Rouxinol

O site Irish Times, postou recentemente uma matéria muito interessante sobre o novo filme de Christopher Nolan, TENET, que conta com Robert Pattinson em seu elenco. Nela, podemos ler algumas declarações do elenco e produção sobre este filme, que promete movimentar as bilheterias dos cinemas no mundo todo. Ainda falando em Tenet, vamos deixar aqui algumas novas imagens do elenco do filme divulgadas por revistas estrangeiras.


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Todos os olhos estão em Tenet, o filme de espionagem com tudo para provar.

JÁ MAIOR EM ESCALA DO QUE QUALQUER COISA QUE O ACLAMADO DIRETOR TENHA TENTADO ANTES, A CRISE DO CORONAVIRUS SIGNIFICA QUE O SUCESSO DO NOVO FILME DE CHRISTOPHER NOLAN É UM SINAL PARA TODOS OS CINEMAS.

Depois de algumas mudanças relacionadas à Covid-19, o blockbuster de Hollywood retornará em grande estilo em 26 de agosto. Tenet, o 11º longa de Christopher Nolan, mudou sua data de lançamento original em 17 de julho para uma estreia internacional no final de agosto e uma estreia nos Estados Unidos – apenas nas principais cidades – em 3 de setembro.

No momento em que o circuito teatral espera por um pilar que trará o público de volta aos cinemas, todos os olhos estão em Tenet. Em maio passado, o Washington Post citou um aviso de Cassandra de uma fonte anônima de um estúdio de Hollywood: “. . . Se Tenet não sair ou não tiver sucesso, todas as outras empresas vão para casa. Não há filmes até o Natal. ” Um relatório recente da Variety observou que Tenet deve arrecadar cerca de US$ 700 milhões globalmente para ter lucro.

Se o elenco e a equipe de Tenet estão sentindo o peso de ser o Filme Que Pode Salvar Hollywood, ou o calor de seus investidores, eles não estão deixando transparecer.

“Para ser honesta, há sempre uma pressão mental quando você lança um filme em qualquer circunstância”, diz Emma Thomas, que produziu todos os filmes que seu marido, Christopher Nolan fez desde que se conheceram na faculdade. “Eu não vejo isso como sendo diferente nesse sentido. Obviamente, estamos muito animados para lançar o filme nos cinemas. E ficaremos nervosos com isso. Mas ficaríamos assim de qualquer forma”.

Até agora, Nolan foi indicado a cinco Oscars, cinco British Academy Film Awards e seis Globos de Ouro. Em 2012, ele se tornou o diretor mais jovem a ter uma estrela no Grauman’s Chinese Theatre em Los Angeles. No ano passado, ele foi nomeado Comandante da Ordem do Império Britânico (CBE) nas Honras de Ano Novo de 2019. Os elogios são bons, diz Thomas, mas não são uma prioridade.

“Não fazemos filmes para a academia”, diz ela. “Fazemos filmes para o público. Em última análise, isso é o mais importante para nós: que o filme faça sucesso com o público. Claro que é bom receber prêmios e fazer parte disso tudo, mas no final das contas eu prefiro fazer um filme que fale com o público. Tenho muito mais orgulho disso, de um filme que faz as pessoas sentirem algo; um filme que as pessoas querem curtir e experimentar. ”

Mesmo antes da crise de Covid, Tenet já era um grande negócio. Com um tempo de execução de 150 minutos, uma filmagem global que ocorreu na Dinamarca, Estônia, Índia, Itália, Noruega, Reino Unido e Estados Unidos, e um orçamento de produção de US$ 225 milhões, Tenet é a maior jogada de Thomas e Nolan até o momento.

“Cada vez que ele escreve um roteiro, eu olho para a primeira página e respiro fundo”, diz Thomas. “Mas este é maior em escala e ambição do que qualquer coisa que eu já tenha visto antes. Em todos os filmes, temos a mesma conversa. Vamos fazer um pequeno desta vez? Em um mundo onde os estúdios estão cada vez mais avessos ao risco, tivemos sorte porque todos os filmes que fizemos deram certo. Portanto, continuamos capitalizando nosso último filme, se é que isso faz sentido. O que me deixou louca com este filme foi o grande número de peças definidas. Com os filmes que fizemos, sempre sabemos o que vai desafiar a todos. Com O Cavaleiro das Trevas, provavelmente era o hospital explodindo. Com Tenet parecia que toda vez que faríamos uma daquelas grandes coisas, você relaxa por cinco minutos e depois olha para o cronograma definido para a próxima semana e depois há outro. Temos uma grande perseguição de carros ao vivo no filme que foi difícil de filmar por motivos que você verá. ”

Uma dessas razões foi Robert Pattinson.

“Houve uma cena em que percorremos cerca de 8km em uma rodovia na Estônia com centenas de carros”, lembra o ator inglês. “Então John David estava no banco do passageiro e Chris fica apenas seguindo o carro com a câmera. Vá com calma da primeira vez, eu pensei, então John David virou para mim e disse: ‘Você é um bom motorista ou algo assim. Então, estou me borrando enquanto estou passando de um carro para outro à mais de 80 km por hora e Chris está se comportando como se isso fosse completamente normal.”

Nolan, não muito diferente dos personagens de seu filme de 2006, The Prestige, sabe como fazer um show e como trabalhar em uma direção errada. Sua preferência pela produção de filmes de grande formato aumentou o senso de ocasião em torno de seus filmes. Seus fãs, os nolanistas, é uma legião leal.

Tenet ferozmente guardado ampliou sua própria mística com um trailer muito estudado e um protagonista, interpretado por John David Washington, que é chamado de O PROTAGONISTA. Washington, a impressionante estrela de BLacKKKlansman e filho de Denzel, é um orgulhoso Nolanista.

“Quando descobri que Christopher Nolan queria me conhecer, foi uma vitória”, disse Washington. “Não importa o que tenha acontecido depois disso, o fato dessa lenda querer falar comigo já era uma vitória para mim. Não importa o que aconteça, posso dizer que vou conhecer Christopher Nolan. Quando recebi a ligação, eu estava gritando com toda a força. E então fui convidado para conhecer seu escritório e tive duas horas para ler o roteiro. E fiquei pensando: como vamos filmar isso? Muitas das coisas neste filme são coisas expositivas de construção de um mundo e uma história densa. E o script torna isso acessível para um leigo. “Lembro que no domingo antes de começarmos a filmar, fizemos um churrasco em família. Era como se eles estivessem me mandando para a faculdade de cinema Christopher Nolan. Minha mente estava explodindo todos os dias. Eu entrava no set e Christopher Nolan dizia: ‘Bom dia’. E eu dizia: ‘Meu Deus, é o Christopher Nolan; todos vocês ouviram isso? ‘Depois daquela primeira semana de filmagem – não posso mentir – eu não era mais eu, tive que falar com minha mãe sobre isso porque foi uma experiência incrível. ”

Pattinson não era melhor em guardar segredos: “É engraçado porque Chris é muito reservado sobre tudo o que tem a ver com seus filmes”, disse o ator, que estava filmando O Batman de Matt Reeves quando a produção foi temporariamente interrompida em fevereiro. “E então eu tive que ser realmente discreto sobre o Batman. Então, eu tive que mentir para Chris sobre ter que ir para um teste – eu disse que tinha uma emergência familiar. E assim que eu disse ‘é uma emergência familiar’ ele disse: ‘Você está fazendo testes o Batman, não está?’ ”

Tenet provou ser útil no treinamento do Batman de Pattinson. Quando seu parceiro na tela é John David Washington – um astro do atletismo do colégio e ex-corredor profissional de St Louis Rams e Sacramento Mountain Lions – pode ser difícil acompanhar.

“Quando estou em cena correndo, geralmente apareço junto a John David, que é um ex-jogador da NFL, então foi a coisa mais injusta do mundo”, diz Pattinson. “O treino máximo que faço, na maior parte do tempo, é um passeio casual. John David pode correr o dia todo. Foi bom eu ter ficado em forma. Mas definitivamente, no início, tiveram dias em que eu simplesmente não conseguia andar depois.”

No final do ano passado, quando um prólogo de seis e meio minutos foi exibido antes das exibições de Star Wars: A Ascensão Skywalker no Imax, fãs e jornais relataram saltos temporais, o que certamente estaria de acordo com a abordagem lúdica do cineasta quanto à cronologia e subjetividade. O filme – de acordo com as melhores suposições – segue um agente secreto com habilidades que podem ou não incluir a manipulação do tempo – em uma missão para impedir a Terceira Guerra Mundial. O elenco de apoio inclui Elizabeth Debicki (As Viúvas), Aaron Taylor-Johnson (Kick-Ass) e Michael Caine, regular de Nolan.

Pattinson definitivamente afirmou, em uma frase de efeito aprovada por Nolan, que Tenet não é um filme que viaja no tempo. Então, novamente, por sua própria admissão, ele pode não ser a fonte mais confiável.

“Quando li (o roteiro) pela primeira vez, Chris e Emma estavam dizendo: você o leu corretamente, porque todo mundo levou mais duas horas?” diz Pattinson, corando um pouco, via Zoom. “E eu disse: Oh merda. Até a última semana de filmagem, eu estava conversando com John David (Washington) e perguntando a ele algumas questões fundamentais sobre quem era meu personagem. E John David disse: ‘Espera, você não sabe?’ Mas é complicado! Você não está apenas sendo alimentado com a história. Você está tentando desvendar o mistério ao mesmo tempo que os personagens do filme. Muitas das coisas neste filme são coisas expositivas de construção de mundo e uma história densa. E o roteiro torna isso acessível a um leigo. E isso é realmente difícil de conseguir o equilíbrio entre fazer com que pareça um diálogo natural e tentar transmitir informações que você provavelmente precisa de um PhD para entender corretamente. E então você tem que colocar na boca de alguém como eu, que mal consegue somar.”

Kenneth Branagh, que interpreta o que John David Washington descreve como o “vilão terrível” de Tenet, diz que leu o roteiro mais vezes do que qualquer outro projeto em sua longa e distinta carreira.

“Era mais sombrio do que qualquer coisa que eu já interpretei”, diz ele sobre o oligarca russo de Tenet. “Chris faz sua lição de casa, então ele sabia o que eu tinha feito antes e o que ele não queria de mim. Ele ficava dizendo: ‘Você sabe que esse personagem tem que ser incessantemente mau?’ Até que finalmente, no último dia ele disse, a respeito do seu personagem e das trevas? Você realmente entendeu o memorando.”

Houve apenas duas ocasiões, desde a estreia de Branagh nas telas em 1982, quando ele se viu no set pensando: ‘O que diabos está acontecendo?’ Ambos aconteceram durante a produção de Tenet.

“O sentido de escala aqui, mesmo na página, é outra coisa”, diz Branagh. “É um entretenimento excelente, mas é muito mais do que isso. Mesmo com Dunquerque, e a escala disso, eu estava ciente do enredo relativamente contido do meu personagem. Essa é a trama do roteiro em tantos personagens em tantos países e camadas de enredo e significado. A presunção é realmente ousada. É uma daquelas coisas quase exclusivas de Chris Nolan. É um blockbuster massivo e cheio de ação que parece um filme realmente pessoal com deslumbramento intelectual.”

Em relação aos temas científicos e epistemológicos do filme, Branagh ri ao citar a fala de Michael Caine sobre o início.

“Michael disse: ‘A maneira como eu entendo o filme, é que todas as cenas comigo são reais e todo o resto é inventado.’”

Fonte | Tradução: Andréa Rouxinol e Ana Paula

Robert Pattinson antes de colocar o traje de super-herói, acompanha John David Washington em sua missão de salvar a humanidade em Tenet. Confira a seguir a tradução da entrevista concedida pelo ator para a revista Cinemania em sua edição de Julho de 2020 e o scan em nossa galeria.


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Quanto os temas de Tenet falam do mundo em que vivemos?
Os personagens de Tenet acordam uma manhã e descobrem que suas qualidades já não servem para a realidade em que vivem. E têm que se adaptar muito rápido para sobreviver. É muito estranho que isso seja exatamente o que temos vivido nos últimos meses.

As filmagens foram muito exigentes a nível físico?
Sim. Das filmagens de Tenet, o mais exigente que tive a nível físico, a The Batman acho que tenha envelhecido 10 anos. Também porque John David é um atleta de alto nível e, não somente isso, tem uma verdadeira mentalidade de desportista. Se precisar correr fará um sprint de sua capacidade máxima por várias vezes. Em cada tomada, em cada ensaio… E minha carreira basicamente tem se desenhado ao redor do conceito de sentar em poltronas e sair de férias (risos). Achava-se que teríamos que mostrar habilidades, mas tinham semanas de filmagem que sequer não podia caminhar.

Nolan te deu algum conselho para interpretar Batman no longa The Batman?
Não. É muito respeitoso. Acredito que a única conversa que tivemos sobre Batman foi no último dia de filmagem.

Adorei o seu curta Fear & Shame. Gostaria de dirigir?
Sim, adoraria. Acredito que estou ficando mais organizado à medida que vou envelhecendo, então acredito que seria capaz. Mas preciso de uma história.

Você acredita que seu trabalho com diretores prestigiados como Claire Denis ou os irmãos Safdie te ajudaram nesse caminho?
Com certeza que sim! O que sei é que isso me ajudou muito como ator. Quando você trabalha com diretores que tem admiração é muito mais fácil confiar neles. E quando não tens dúvidas sobre o filme que estás fazendo, você aprende muitíssimo mais. Tenho sido muito sortudo por trabalhar com esses diretores tão talentosos.

Fonte: aqui e aqui | Tradução: Andréa Rouxinol

O novo filme Christopher Nolan, Tenet, é a grande aposta da indústria cinematográfica pós-pandemia para a volta do público nos cimenas. Em razão disso, é o destaque de capa da revista Entertainment Weekly em sua edição de Julho. Na publicação, há novas informações sobre o misterioso longa, além de entrevistas com os atores Robert Pattinson, John David Washington e Aaron Taylor-Johnson, que foram concedidas em Março desse ano. Sem contar que foram divulgadas imagens de um novo photoshoot e de um vídeo. Todas essas informações podem ser lidas, na tradução do artigo e vistas em nossa galeria, a seguir:


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Time for Tenet: Nos bastidores do filme ultra-secreto de Christopher Nolan

“Esta é uma mera fatia do que o filme será ”, disse Emma Thomas, produtora Tenet, à EW em outubro do ano passado no meio do sufocante deserto da Califórnia . Se essa é uma lasca, o mais recente filme do escritor e diretor Christopher Nolan ficará um pouco confuso: em uma extensão de terreno poeirento e com raios de sol a aproximadamente 130km ao leste de Palm Springs, uma cidade abandonada de prédios destruídos e escombros foi construída a partir de scratch, um vasto conjunto povoado por centenas de figurantes em uniformes de camuflagem militar. À medida que o dia avança e a temperatura sobia, duas das estrelas do filme, John David Washington e Aaron Taylor-Johnson, correm repetidamente pela estrada, bifurcando a paisagem urbana. Robert Pattinson, dirigindo um veículo militar blindado, está em perseguição; ele é seguido por outro caminhão segurando uma câmera IMAX e Nolan. Todo o shebang é praticamente o flex mais impressionante financiado por Hollywood que você poderia esperar ver. Até Nolan, que tem muita experiência em dirigir filmes grandes – Interstellar, A Origem e a trilogia de Cavaleiro das Trevas, estrelada por Christian Bale – parece impressionado. “O conjunto certamente seria classificado como uma das construções externas de maior escala de todos os tempos”, diz ele. “É colossal”.

É uma surpresa que a EW tenha sido convidada para testemunhar o processo hoje, devido ao sigilo em torno do filme da Warner Bros. Quando as notícias do novo projeto de Nolan, estrelado por Washington, Pattinson e Taylor-Johnson, foram divulgadas em maio de 2019, o estúdio descreveu o filme, com deliberada imprecisão, como “um épico de ação evoluindo do mundo da espionagem internacional”. Hoje, Thomas continua extremamente calada sobre o projeto, cujo elenco também inclui Elizabeth Debicki, Clémence Poésy, Himesh Patel, Michael Caine, regular de Nolan, e Kenneth Branagh, que apareceu no filme anterior do diretor Dunkirk. A produtora se recusa educadamente a responder até as perguntas mais básicas, como em que país devemos estar agora? “Sei que as pessoas pensam que somos secretos e geralmente não somos”, diz Thomas, casada com Nolan e que produziu todos os seus filmes. “Neste, há um pouco mais …” Thomas faz uma pausa e depois muda de rumo. “Tudo ficará claro!”

Mas se o público ficar em casa por medo, Hollywood pode ter que esquecer completamente o verão (inverno no nosso hemisfério) e começar a se preocupar seriamente com o outono (nossa primavera). Como resultado, o lançamento de Tenet é um símbolo da experiência na tela e um indicador prático de quando as pessoas realmente voltarão aos cinemas. (Sem pressão, Chris.) Os filmes de Nolan lidam frequentemente com o conceito de tempo, e Tenet não é exceção, mas o relógio que marca a aproximação da data de lançamento é uma força temporal sobre a qual o diretor não tem controle. Em suma, a grande questão em torno de Tenet não é mais “Do que se trata?” mas “As pessoas vão voltar aos cinemas para assistir?”

O que nos diz muito sobre o nível de sigilo em torno de Tenet que, quando Pattinson se encontrou com Nolan em Los Angeles no início de 2019, ele nem sabia para que era para uma reunião. “Conversamos por três horas sobre nada, na verdade”, diz o ator, 34. “Então, ele finalmente disse nos últimos dois minutos: ‘Então, eu escrevi essa coisa …’” Debicki lembra de ter que ler O roteiro de Nolan no lote da Warner Bros em Burbank. “Fui a uma pequena sala e li o roteiro sozinha”, diz a atriz australiana de 29 anos, mais conhecida por interpretar Jordan Baker em O Grande Gatsby, de 2013. “Isso é bastante incomum. Parece um tipo de clube e, de alguma forma, recebi a senha mágica e, de repente, experimentei as maquinações da mente de Chris Nolan, que eram fascinantes “.

O primeiro encontro de Washington com Nolan foi semelhante ao de Pattinson: “Conversamos sobre tudo, exceto o projeto”, diz o ator, 35 anos. “Conversamos sobre nosso amor por filmes, família, minha infância. Foi realmente uma reunião agradável e, quando descobri que consegui o papel, li o roteiro. ” Nolan diz que notou Washington pela primeira vez enquanto o assistia o interpretar o jogador da NFL Ricky Jerret no Ballers (sim, como a senadora Elizabeth Warren, o diretor é um fã improvável da comédia esportiva da HBO) e começou a pensar em escalá-lo depois que Spike Lee convidou o diretor para a estréia de Infiltrado na Klan no Festival de Cannes de 2018. “John David foi um protagonista muito carismático desse ótimo filme”, diz Nolan. “Parecia o destino naquele momento.” É claro que Nolan acredita que o ator tem a presença na tela para seguir os passos de seu pai, Denzel Washington.

A capacidade de Nolan de manter um controle sobre o projeto é duplamente notável, dado há quanto tempo ele pensa nisso. “Estou trabalhando nessa iteração do script há cerca de seis ou sete anos”, diz o diretor, telefonando em maio de sua casa em Los Angeles, onde supervisiona a pós-produção de Tenet. Branagh diz que Nolan não mencionou o projeto para ele quando estavam filmando Dunkirk, o que provavelmente é bom, já que o ator não pode deixar de se entusiasmar com o filme, deixando escapar algo próximo de uma sinopse ao longo do caminho. “É uma peça de espionagem que está lidando com uma ameaça global para o mundo”, diz Branagh, 59. “Um holocausto nuclear não é o maior desastre que poderia acontecer à raça humana. Tenet discute uma possibilidade ainda pior, e está envolto nesse tratamento estonteante do tempo que continua as preocupações de Chris Nolan nos filmes desde Memento, através de Interstellar e A Origem. ”


Em breve legendado

Em Tenet, essa questão floresceu no que os personagens do filme chamam de “inversão”, uma maneira de manipular o tempo para que os personagens possam, por exemplo, “disparar” balas de volta em uma arma. (A última habilidade é muito mais útil do que você imagina, de acordo com o prólogo do filme, que foi exibido antes de algumas sessões de Star Wars: A Ascensão do Skywalker em dezembro passado.) A inversão é inspirada na física e na entropia da vida real, medida de desordem e aleatoriedade em sistemas termodinâmicos. “Este filme não é um filme de viagem no tempo”, diz Nolan. “Ele lida com o tempo e com as diferentes maneiras pelas quais o tempo pode funcionar. Não para entrar em uma aula de física, mas a inversão é essa ideia de material que teve sua entropia invertida, de modo que está retrocedendo no tempo, em relação a nós. ”

E nós pensamos que isso não seria uma aula de física! É menos complicado quando Nolan descreve seus personagens principais, incluindo os de Washington. “Estamos lidando com um mundo de espionagem, lidando com um mundo de identidades ocultas”, diz o diretor. “[John David] está interpretando um agente conhecido pelo termo” protagonista “. Tenet é o nome da organização na qual o protagonista é induzido.” Dado o amor de Nolan pelos filmes de 007, parece que o personagem de Washington pode ser o mais próximo ainda de um Bond preto, embora o diretor seja rápido em apontar que o protagonista não é um clone da criação de Ian Fleming. “Ele está presente no coração do filme, mas, ao contrário de Bond, ele tem uma acessibilidade emocional muito calorosa.” Enquanto isso, Pattinson interpreta alguém chamado Neil – possivelmente. “Achamos que ele pode se chamar Neil”, diz Nolan, rindo. “Você nunca sabe realmente o que está acontecendo com essas identidades.” Nolan descreve Neil – ou como ele é chamado – como um “personagem levemente malandro que opera dentro do que eles chamam de mundo crepuscular de agentes em diferentes serviços secretos”.

Quanto ao vigarista oligarca russo de Branagh, “Ele é um vilão, não há dúvida sobre isso”, diz . “Quando Chris me colocou em cena, ele se esforçou ao máximo para garantir que eu entendesse que esse personagem era incessantemente sombrio e que ele era um indivíduo impiedoso, avarento, cruel, desesperado e terrivelmente perigoso”. Debicki retrata sua esposa distante, “que se meteu em uma situação muito complicada com o marido”, diz Nolan. “O relacionamento dela com John David é ambíguo e complicado.”

Washington, Pattinson, Debicki e Branagh estavam no primeiro trailer do filme e em um segundo clipe promocional lançado em maio. Mas Taylor-Johnson parece estar ausente deles e não aparece em nenhuma das fotos do filme até agora. “Aaron Taylor-Johnson está de fato no filme”, diz Nolan. “Ele é uma parte importante do filme. Sim, não há fotos dele, isso é verdade. Ele é brevemente vislumbrado no [segundo] trailer. Ele também é completamente irreconhecível. Há todo tipo de coisa que acontece em termos de onde a história se passa à medida que o filme se desenvolve e onde acaba nas fases posteriores que não queremos estragar para as pessoas. ”

Nolan gravou Tenet em sete países diferentes, algo que agora parece próximo à ficção científica neste período de bloqueios e quarentenas. Na época da visita da EW, a produção da Tenet havia filmado na Índia, Itália, Noruega, Dinamarca, Estônia e Reino Unido. “Acho que se você está trabalhando em um filme em que entra na terça-feira e há uma tela azul e depois muda na quarta-feira para uma tela verde, ninguém vai se importar”, diz Nolan. “Mas se [você está] em Tallinn, na Estônia, e então você entra em um avião e está em Amalfi, na Itália, é uma incrível mudança de cenário e traz consigo um sentimento que se infiltra no filme.”

O elenco e a equipe passaram sete semanas filmando na Estônia – mais do que o cronograma inteiro de filmagem de muitos filmes – incluindo uma sequência elaborada de perseguição de carros. “É engraçado, eu fiz um dia de treinamento para dirigir acrobacias”, diz Pattinson. “Eu pensei que não faria nenhuma manobra, mas acabei fazendo várias e várias. Lembro-me de fazer uma sequência em que eu e John David estamos em um BMW com uma câmera IMAX montada no capô, o que significa que você não pode ver nada através do para-brisa, basicamente. E também, se você girar um pouco demais para a esquerda ou direita, a plataforma bate na estrada, o que é meio assustador. John David estava virando para mim e dizendo: ‘Você é um motorista de acrobacia ou algo assim? Você já ensaiou isso? Em circunstâncias normais, você realmente não teria permissão para fazer isso. Mas Chris tem tanto controle sobre o set que você consegue fazer as coisas divertidas, que normalmente seriam reservadas para especialistas e não para pessoas que nem conseguem estacionar em paralelo. ” (Para que ninguém tenha dúvidas sobre a segurança no set, “Rob está sendo tipicamente atrevido e depreciativo”, diz Nolan. “Seu dia de ‘treinamento de acrobacias’ foi na verdade um dia de avaliação de habilidades por nossa equipe de acrobacias que o encontrou. ser um excelente motorista, mais do que capaz de realizar com segurança os disparos necessários, nenhum dos quais, para o registro, era tão difícil quanto o estacionamento paralelo. ”)

A alegria de Pattinson por ter permissão para fazer “as coisas divertidas” foi um subproduto do desejo de Nolan de filmar o máximo possível, sem recorrer a CG ou outros efeitos; quando ele precisava destruir um avião, ele não usou miniaturas – ele comprou um velho Boeing 747 e o explodiu. “Acabamos com um pequeno número de tomadas de efeitos visuais”, diz Thomas. “Inicialmente pensávamos que deveríamos estar na faixa de 700 a mil contagens, mas acabamos com bem menos que isso porque conseguimos fazer praticamente.”.

No início de março, quatro meses após a visita da EW ao deserto da Califórnia, Pattinson, Washington e Debicki se encontraram em uma ambiente menos empoeirados de um estúdio de fotografia em Londres – onde Pattinson estava filmando The Batman – para a sessão de capa da EW Tenet. Quando agradeci a Pattinson por ter aparecido, apesar das crescentes preocupações com o COVID-19, ele deixou claro que não era grande coisa. Na época, se você estava no Reino Unido ou nos EUA, o coronavírus não era grande coisa. Apenas cinco dias antes das filmagens, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson se gabou orgulhosamente de como ele estava cumprimentando pacientes do hospital que sofriam de coronavírus. A situação piorou rapidamente, é claro. No início de abril, Johnson, atingido pelo COVID-19, estava lutando por sua vida em um hospital de Londres e a maior parte da América, incluindo sua indústria cinematográfica, se auto-isolava.

O compositor Ludwig Göransson estava prestes a iniciar as sessões de orquestra para a trilha sonora quando o país fechou. “Temos gravado os músicos em suas casas individualmente e depois o meu engenheiro está montando”, diz Göransson, cujos créditos incluem Pantera Negra e The Mandalorian. “Você não escuta o som tradicional da orquestra, mas o som que ouvimos é realmente muito adequado para a partitura”. Nolan afirma que a pandemia não foi realmente um problema em termos de finalização do filme. “Felizmente para nós, nosso processo criativo há muitos anos tem sido bastante adaptável às condições atuais”, diz ele. “Eu sempre gostei de fazer os efeitos visuais com o Double Negative em Londres, então desde Batman Begins, fazemos isso remotamente. Conseguimos adaptar nosso processo sem compromisso criativo e sentimos muita sorte nesse sentido. ”

Enquanto tudo estava bem com o filme, os cinemas em que Nolan esperava exibir Tenet ficaram fechados. Defensor ardente da experiência do cinema , Nolan é um dos poucos diretores que ainda filma em filme, e não digitalmente. Em 20 de março, o Washington Post publicou um artigo apaixonado que ele escreveu, pedindo ao governo que ajudasse funcionários e estúdios de teatro a se combinar estrategicamente com a comunidade de exposições teatrais após a pandemia. “Quando essa crise passar”, escreveu o diretor, “a necessidade de engajamento humano coletivo, a necessidade de viver, amar, rir e chorar juntos será mais poderosa do que nunca”.

Tenet será o filme para atender a essa necessidade de filmes após o bloqueio? O tempo – essa força principalmente irreversível – dirá. O próprio Nolan é cauteloso ao discutir o peso da expectativa que foi colocada no filme como o filme que poderia levar o público de volta. “Eu realmente só posso assumir a responsabilidade de terminar o filme e tentar fazer um entretenimento que valha a pena voltar ao cinema”, diz ele. “Esse é o tipo de filme que sempre tentamos fazer, e Tenet não é exceção.”

Fonte: Entertainment Weekly | Tradução: Amanda Gramazio