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Tag: entrevista traduzida

Como noticiamos na semana passada, Robert Pattinson é a nova capa da ES Magazine, trazendo nova entrevista e sessão com fotos inéditas. Traduzimos a entrevista completa e você pode ler a seguir.

Depois de dormir muito pouco, você pode pensar que o ator e ícone geracional que é Robert Pattinson não seria tão comunicativo. Mas não, ele conta a Alexandra Jones sobre ataques de pânico na pista de dança, dietas baseadas apenas em batatas e o medo de fazer uma pausa.

Mesmo com um boné de beisebol puxado para baixo cobrindo seus olhos, pois estava acordado desde as 4 da manhã, (agora são 7 da noite) quando fico cara a cara com Robert Pattinson ele rapidamente me garante que está totalmente bem. O fato de ele ter acordado cedo é porque está no meio das filmagens de um novo filme: um filme que o deixa extremamente entusiasmado.

“É com o diretor de Parasita, Bong Joon-ho, e é diferente de tudo que já fiz antes”, diz ele. “O filme é tão louco, é um estilo de trabalho completamente diferente.” No filme – Mickey 17, baseado em um romance distópico de ficção científica de Edward Ashton: Pattinson interpreta duas versões de si mesmo (ambos clones) que se unem para trabalhar juntos. “É tanta conversa”, diz ele. Ele está hospedado em um pequeno hotel em Bedford perto de um grande hangar do aeroporto onde eles construíram o set. À noite, ele volta para seu quarto, ficando cada vez mais preocupado que possa ser assombrado. “De qualquer forma, só hoje que fui perceber que eu provavelmente não estou vendo fantasmas – deve ser porque eu tenho bebido cerca de 17 xícaras de café por dia.” Então, apenas para confirmar: Robert Pattinson não está ficando louco, ele só está muito, muito cansado.

Por um longo tempo, Pattinson tem sido um dos atores consistentemente interessantes de sua geração. Mais recentemente, ele voltou para o território dos filmes de grande bilheteria, como um Bruce Wayne agradavelmente incomum em O Batman. Durante a década passada ele aperfeiçoou sua técnica em filmes art-house e indie, interpretando frequentemente personagens criminosos, atípicos e desagradáveis para alguns dos diretores mais respeitados do mundo (David Cronenberg e Christopher Nolan entre eles). Pessoalmente meu favorito é Pattinson como o traficante profundamente antipático Connie, no frenético filme dos irmãos Safdie, Bom Comportamento. Você esquece que está assistindo a um homem que já foi considerado o galã adolescente mais bonito do mundo, o que é basicamente a questão. A narrativa por muitos anos tem sido que as escolhas de carreira de Pattinson são uma reação contra o megaestrelato que foi empurrado sobre ele durante seu tempo interpretando Edward Cullen na franquia Twilight.

Mas enfim, ele está aqui como embaixador de fragrâncias da Dior, envolvido no relançamento do Dior Homme Sport e na adição de um creme de barbear à linha mais vendida. Ele trabalha com a marca há 10 felizes anos, tanto que ele me diz que se tornou amigo íntimo de muitas pessoas da empresa. “Eu não estou dizendo isso apenas para ser legal. Tem sido uma das experiências pessoais e de trabalho mais agradáveis ​​que já tive na minha vida.” Em termos de fragrância, ele diz que é ruim em identificar quais são seus cheiros favoritos, “mas – quero dizer, é meio cafona – se você está apaixonado por alguém, o cheiro dela se torna muito particular para você… então sim, algo como “namorada de roupão”. A namorada dele é a modelo e musicista Suki Waterhouse. O casal está junto há vários anos, embora só recentemente tenham se tornado ‘oficiais no tapete vermelho’ e, dado o interesse público em seus relacionamentos anteriores (primeiro com a co-estrela de Crepúsculo, Kristen Stewart, depois com a musicista FKA twigs), talvez não seja de se admirar que eles tenham permanecido fora do radar por tanto tempo.

O que ele mais gosta em trabalhar com a Dior são as oportunidades que a marca oferece-o, diz ele. No último anúncio da fragrância Dior Homme, ele teve a chance de enfrentar um de seus maiores medos: dançar em público. “Achei que tinha quebrado minha maldição quando fiz aquela cena [que envolve Pattinson se remexendo de forma exuberante e descontrolada]. Mas então fui a uma festa algumas semanas depois – pensando que era como o Billy Elliot, e assim que dei um passo na pista de dança tive um dos maiores ataques de pânico da minha vida. Você sabe quando pensa que é aquele cara e, de repente, é brutalmente humilhado? Sim, parecia que meu pai tinha me pego fazendo racha com um carro. Fiquei com frio; Acho que deixei a festa depois disso.” Pattinson falou no passado sobre o fato de que se sente desconfortável em ser o centro das atenções e não gosta de multidões.

Atuar parece uma escolha de carreira estranha para alguém com essas aversões específicas, porém, presumivelmente, ele não esperava que fosse gerar essa luxúria fanática em cerca de metade das adolescentes do mundo. Talvez o momento em que temos uma percepção mais profunda de suas opiniões sobre a fama seja através de Fear & Shame (Medo & Vergonha), o curta de comédia de três minutos que ele escreveu e estrelou, em 2017. Neste, uma celebridade faminta se encontra em um neurótico espiral descendente enquanto corre por Nova York em busca de um cachorro-quente. Ele tenta escapar dos paparazzi e evita ser reconhecido (“Ele é de Teen Wolf”, diz uma garota na rua. “Ela definitivamente está zombando de você”, responde o monólogo interno de Pattinson). Temos uma noção da claustrofobia e paranóia que alguém nessa posição pode experimentar.

O problema é que ele é muito gostoso. Mesmo com o mínimo de sono, Pattinson é bonito o suficiente para fazer você corar (e eu nem era Team Edward naquela época): maxilar pontudo e leonino, ele também é despretensioso, autodepreciativo. Na sessão de fotos para esta edição, ele entrou com tão pouco alarde (segurando uma sacola reutilizável com estampa de cachorro com seu almoço dentro) que a princípio ninguém percebeu que ele havia chegado. Ele se moveu pela sala, apertando a mão de todos, dizendo ‘olá’ para cada membro da equipe. Ele não é exatamente charmoso, daquele jeito polido de LA, ele é muito inglês e inquieto (ele fuma em um vape durante a entrevista – não é um com sabor, ele me diz – ele está tentando parar), mas ele é engraçado. Não é algo que eu esperava, você raramente lê isso sobre ele, mas tudo o que ele diz tem uma inflexão perversamente irônica. Ele tem um olho aguçado para o absurdo (veja novamente: Fear & Shame) e sempre da risada, muitas vezes de si mesmo. Nos dias que antecederam nossa entrevista, me deparei com várias pessoas que o conhecem ou que já o encontraram, todas tinham uma ótima impressão. A escritora de Sucessão Lucy Prebble, por exemplo, elogia ele; eles não são próximos, mas já se encontraram algumas vezes e ele é muito divertido, ela me diz, bom para sair à noite.

Eu não posso te dizer qual é a equação que leva um ator gostoso a ser rotulado como um ‘ator sério’ enquanto outro é descartado como mero ‘colírio para os olhos’, mas Pattinson certamente não é o primeiro a achar frustrante o destino que lhe foi atribuído. No início deste ano, Alexander Skarsgård disse que depois de seu primeiro emprego, ele acabou em uma ‘estúpida ‘lista sexy e gostoso” e então ninguém o levou a sério. No passado, Pattinson falou sobre resistir à pressão de ficar muito malhado para interpretar seus personagens, incluindo Batman. Foi uma piada, ele diz (‘embora eu tenha me encrencado ao dizer que não malho, até mesmo o meu treinador disse: ‘Por que você diria isso?‘), mas a fala certamente sugere seu desconforto em ser visto como um símbolo sexual. Também é, ele aponta, ‘muito embaraçoso quando você entra em um padrão de responder a perguntas sobre seu treino, porque sempre haverá um cara que está em melhor forma do que você‘.

Brincadeira ou não, suas falas trouxeram atenção para a pressão que os homens enfrentam para ter uma determinada aparência, uma pressão que vem sendo filtrada constantemente para meninos cada vez mais jovens. ‘Sim, é uma loucura’, diz ele. “E é muito, muito fácil cair nesse padrão também, mesmo que você esteja apenas acompanhando sua ingestão de calorias, é extraordinariamente viciante – e você não percebe o quão traiçoeiro é até que seja tarde demais.” Pattinson diz que ele nunca lutou com a imagem corporal, ‘mas basicamente tentei todos os modismos que você pode imaginar, tudo exceto consistência. Certa vez, comi apenas batatas por duas semanas, uma desintoxicação. Apenas batatas cozidas e sal rosa do Himalaia. Aparentemente é uma limpeza… você definitivamente perde peso. E eu tentei fazer a dieta cetogênica uma vez. Eu estava tipo, “Oh, existe uma dieta em que você só come tábuas de charcutaria e queijo o tempo todo?” Mas não sabia que você não pode tomar cerveja, isso anula completamente o propósito.” Uma de suas resoluções para 2023 é tentar a consistência – e adotar um cachorro. “Passei tantas horas olhando fotos de cachorros diferentes, literalmente por meses e meses, então, se eu não adotar um, será uma perda de tempo colossal. Quero dizer, eu realmente investi nisso.” Ele me disse que prefere os desleixados e nanicos.

É engraçado que neste próximo filme ele interprete clones de si mesmo porque há nas redes sociais um deepfake (inteligência artificial que gera uma falsificação profunda) de Robert Pattinson. “Eu sei, é assustador”, diz ele. ‘A quantidade de pessoas que me conhecem muito bem e ainda vão ficar tipo, “Por que você está fazendo esses vídeos estranhos de dança no TikTok?” É realmente bizarro. Você acaba percebendo que estamos a dois anos de sermos indistinguíveis da realidade – e o que diabos eu vou fazer como trabalho então?’

Apesar de ter uma agenda tão intensa que beira a psicodelia, ele me diz que ainda se preocupa sobre o próximo trabalho. ‘Existe algo em mim que é muito, muito profundo e faz com que a ideia de tirar férias pareça uma impossibilidade… Eu me pego pensando: “Não, eu tenho que continuar trabalhando, tenho que continuar trabalhando o tempo todo, pode ser minha última oportunidade, tenho que deixar a pausa pra quando for necessária. É genético. Meu pai sempre foi ruim em tirar férias’, continua. ‘Ele sempre adorava, mas eu me lembro, mesmo sendo muito novo, que sempre havia lágrimas na noite anterior – ele dizia: ‘Apenas vá sem mim, apenas vá sem mim.’

Porém, ele me diz assim que terminamos a entrevista, que a sua hora de tirar uma folga chegará. ‘E enquanto isso’, ele sorri, ‘estarei aqui lutando contra o demônio fantasma.’

Fonte | Tradução: Mayara Fortino – Equipe RPBR