O Robert Pattinson Brasil é um site sem fins lucrativos criado em 2008 de fãs para fãs, e que reúne diversos conteúdos sobre o ator e sua carreira. Todo conteúdo aqui disponibilizado foi desenvolvido pela nossa equipe, portanto, ao fazer uso de algum de nossos materiais, por favor, credite. Viu alguma coisa sua por aqui e quer seus créditos? Entre em contato com a gente! Desde já, obrigado pela sua visita, aproveite nosso conteúdo e volte sempre!



Tag: entrevista

Robert Pattinson está na maratona de divulgação de Mickey 17 e da nova fragrância da Dior ao mesmo tempo, e com isso, estão surgindo diversas entrevistas sobre ambos os assuntos. Nossa equipe traduziu o scan da conceituada revista Vanity Fair deste mês, onde ele fala um pouco sobre o filme, e um pouco sobre o perfume. Leia abaixo a tradução completa da entrevista feita por nossa equipe, e o scans em nossa galeria de fotos.

VOLTANDO PARA CASA
Robert Pattinson tem sido o rosto da Dior Homme por mais de uma década. Com uma campanha nova em folha para a nova fragrância, e um papel principal em Mickey 17, o ator aproveita um momento para refletir.

A estrela de Robert Pattinson está de volta em órbita. Antes de retornar para as telonas nesta primavera com Mickey 17, uma ficção-cientifica de humor negro do cineasta ganhador do Oscar, Bong Joon Ho, ele aparece como um homem sexy comum em uma nova campanha Dior Homme.

Pattinson disparou para a fama mundial com a Saga Crepúsculo, e aquela vibe vampiresca obscura, temperamental, enigmática – e moldou o seu começo sob os holofotes. Mas quando ele aparece em seu dia-a-dia vestindo um moletom Supreme, com o cabelo apontando em todas as direções, isso parece ser um peso mais leve sobre os seus ombros. “Todo mundo tem síndrome do impostor em algum nível, mas por muito anos eu tive muita inveja das pessoas que eu via se sentindo muito confortáveis consigo mesmas, especialmente quando estavam em atuando. Por que eu não posso me sentir assim? Talvez seja apenas um dom natural e eu gostaria de ser desse jeito, blá blá blá. Eu passei um longo tempo tentando me livrar da ansiedade,” ele disse. “E eu acho que depois de tantos anos fazendo algo, você percebe, ah, não dá para realmente se livrar da ansiedade, mas você pode transformá-la e usá-la como energia. Minhas inseguranças sobre tudo que envolve ser um ator se tornaram o meu radar para o que fazer.”

Depois de trabalhar com a Dior por mais de 10 anos, Pattinson até mesmo abraçou o fato de ser o rosto de uma fragrância. “Eu fui muito claro sobre o que eu queria fazer na primeira campanha, porque eu realmente sabia o que eu não queria fazer: uma encarada para a câmera, algo do tipo heyyy fragrância sexy,” disse ele com uma risada. “Então isso tem uma energia de que você está lutando contra isso. Eu tipo que me acomodei um pouco mais nisso, então eu acredito que tenha mais sensualidade. Parece mais maduro. Há algo de romântico nisso, o que é de certa forma bem doce.”

A última essência Dior é uma reimaginação da sua composição original de 2005, do diretor de criação de perfumes Francis Kurkdjian, que usa a planta da íris desde a flor até a raiz, para um aroma fresco e sensual. “Há uma proximidade com isso,” Pattinson diz. “Eu realmente não gosto muito de ter uma essência onde, assim que você entra em um recinto, todos ficam, ah, você está usando perfume. Tem algo nele que combina com a sua essência natural muito bem. Não é excessivamente intrusivo. É mais uma coisa de aura.”

O próprio Pattinson fica atmosférico interpretando um astronauta regenerativo em Mickey 17, que estreia ainda esse ano após alguns problemas com o lançamento. “Eu gosto de como normaliza a viagem espacial,” diz o ator, que desde o seu último filme teve uma filha com a sua parceira Suki Waterhouse. “Isso me lembra de quando vieram todas essas histórias novas, basicamente dizendo que existem alienígenas na terra, depois de anos e anos e anos. E todo mundo esqueceu. Eles estão no TikTok 2 segundos depois. Essa é a atitude sobre viagens espaciais,” Pattinson continua “Não é como o que você normalmente vê em filmes de ficção científica, onde tem uma gravidade sobre isso. Com Mickey, é a mesma merda de sempre. Você ainda tem um chefe horrível. Não tem nenhuma trégua do outro lado do universo. É pior.”

Dada a ambivalência do filme sobre o espaço, não é surpreendente que Pattinson não tenha nenhuma vontade de viajar para outros planetas. “Minha falta de imaginação,” ele começa, “mesmo quando você vê alguém em uma nave espacial: Okay, então você está em uma nave espacial e você só olha para as janelas. O quão diferente isso seria de assistir TV ou assistir um protetor de tela? Além de poder contar para as pessoas. Eu não me importaria de fazer um passeio especial, mas estar numa nave espacial? Eu acho que prefiro ter um cachorro.”

Tradução: Amanda Agostinho e Iarlla Vieira

Robert Pattinson concedeu uma nova entrevista para a Esquire, onde falou sobre perfume, sucesso e gaivotas! Leia à seguir, traduzido na íntegra por nossa equipe:

Para marcar o lançamento de um novo Dior Homme Parfum, a Esquire conversou com seu criador, Francis Kurkdjian, e o rosto da Dior Homme, Robert Pattinson. Francis Kurkdjian é um dos perfumistas mais bem-sucedidos do mundo. Em 1995, ele criou Le Male para Jean Paul Gaultier, em um ponto a fragrância masculina mais vendida na Europa. Em 2009, ele fundou sua própria casa de fragrâncias de luxo, Maison Francis Kurkdjian, agora parte da LVMH. Em 2021, Kurkdjian foi nomeado diretor de criação de perfumes, Christian Dior Parfums.

Robert Pattinson está entre os atores mais versáteis e respeitados do mundo. Seus filmes incluem The Twilight Saga (2008-2012); Good Time (2017); The Lighthouse (2019) e The Batman (2022). Ele tem sido o rosto da fragrância Dior Homme desde 2012. A campanha do ano seguinte para a marca, com Pattinson e uma modelo em um quarto de Nova York, foi aplaudida por seu estilo cinematográfico. (Em 2016, Pattinson se tornou um embaixador global da moda Dior Homme).

Para o lançamento de um novo Dior Homme Parfum, conversei com Francis Kurkdjian e Robert Pattinson sobre perfume, filmes e o que é feito para fazer uma fragrância de sucesso.

Esquire: Olá, Robert. Quem é o personagem que você interpreta no novo filme promocional da Dior Homme Parfum?
Robert Pattinson: Acho que é uma continuação da primeira campanha em 2013. O personagem original era alguém que é realmente amável. Há uma espécie de anseio agressivo. De realmente não se encaixar em lugar nenhum. [A equipe] estava se baseando em personagens arquetípicos: James Dean e Marlon Brando. Meu personagem quer experimentar tudo. Ele nunca está bem em casa. Ele está tentando se definir de uma maneira bastante apaixonada. E acho que, à medida que as campanhas avançam, ele se tornou mais romântico e sensual.

Seu trabalho é vender um sentido (cheiro) criando um sentimento e uma atmosfera dentro de um comercial. Esse é um show bem estranho. O cheiro informa isso?
Robert Pattinson: Quero dizer, eu sou absolutamente atroz. Percebi nas últimas horas o quão ruim eu sou em falar sobre perfume [estamos falando no final do dia, durante o qual Pattinson e Kurkdjian têm feito várias entrevistas]. Eu tenho a capacidade de ligar e desligar meu olfato, no entanto – o que eu acho uma habilidade bastante útil. É interessante ver como Francis aborda seu trabalho. O perfume foi desenvolvido muito antes de qualquer parte da campanha chegar. Então, sim, acho que é tudo realmente uma resposta ao trabalho de Francis.

Qual foi a ideia para a nova fragrância então, Francis?
Francis Kurkdjian: Eu queria infundi-lo com masculinidade moderna. Dior Homme é uma marca que joga à beira da masculinidade. Iris [no novo perfume] é conhecida como uma flor feminina – muito macia, em pó – então havia algo que ainda não foi explorado. Quando assumi a Dior, sabia que faria algo com a Dior Homme, para torná-la mais contemporânea. Torne-o não tão clássico e traga um pouco de irreverência. É assim que Kim [Jones, diretor criativo da Dior Homme] define masculinidade. Ele é capaz de misturar classicismo e modernidade, tradição e algo contemporâneo. “Respeite as tradições e ouse ser ousada”, – essa é uma citação de Christian Dior. Isso volta às décadas de 1940 e 50. Não devemos esquecer que isso é relevante hoje. Minha tarefa é falar sobre o homem moderno. Eu sabia que Robert [estaria promovendo a fragrância]. Eu vi o roteiro um pouco. Dior Homme é um homem muito específico. Mesmo com o mundo do perfume, em comparação com outras marcas, porque está à beira do frágil e forte. Poderoso e carismático. Isso é difícil de descrever. Mas o trabalho tem essa dualidade.

Quão complicado foi fazer este?
Francis Kurkdjian: Não foi complicado. Sinto muito dizer isso! Sou velho – sei que pareço muito jovem – e agora sou um perfumista experiente. Quando você tem uma ideia clara, é fácil. Se você é dançarino de balé, confia na sua técnica. A parte mais difícil do meu trabalho é estar conectado a um tempo. Quando comecei há 30 anos, eu era jovem, então estava conectado com aquela época. Mas eu não tinha a técnica para expressar isso, porque eu não era habilidoso o suficiente. Hoje, tenho longas horas de técnica atrás de mim. Então, ir do conceito para o produto real é meio fácil. O que é mais difícil para mim é encontrar uma ideia relevante ou criar uma nova história que ainda não tenha sido contada.

Robert, o que você quis dizer quando disse que tinha a capacidade de ligar e desligar seu olfato?
Robert Pattinson: [Começa a rir, talvez ao ser convidado a falar sobre algo tão esotérico como cheiro mais uma vez] Mesmo que eu dê as melhores respostas, não há boas respostas.

Vamos lá, você pode fazer isso.
Robert Pattinson: É estranho. Acabei de notar isso no último trabalho que estava fazendo. Porque, por algum motivo, as pessoas ficavam se desculpando pelo cheiro delas. E acabei de perceber que não conseguia sentir o cheiro de nada. Então eu percebi que quando estou trabalhando, eu simplesmente não tenho nenhuma noção desses momentos…. Estou quase completamente dentro do meu próprio corpo. Não estou ciente de nada além das expressões faciais das pessoas. Eu não sei. É uma habilidade estranha de se ter!

O que você está dizendo é que você é um ator incrível, você está completamente no momento o tempo todo.
Robert Pattinson: [Sério] Sim. É apenas um foco extremo. Alguém poderia soltar o pior peido ao meu redor e eu nem saberia.

Que cheiros te lembram da infância?
Robert Pattinson: Bem, você está falando com alguém de Londres [ele nasceu em Barnes]. E há um cheiro muito particular de Londres. Pousando no Aeroporto de Gatwick – eu acho, porque sempre que eu saí de férias quando era criança, sempre parecíamos ir de Gatwick – e pousar lá tem um cheiro muito, muito, muito forte para mim. Então isso sempre me lembra de uma infância. Eu acho que isso é extremamente nostálgico.

Gatwick cheira melhor do que Heathrow?
Robert Pattinson: Sim, não tanto Heathrow. Isso só parece mais “regular”. Acho que se você for de férias para a Espanha, ou o que quer que seja, você sempre vai de Gatwick. Então, eu associo muito esse cheiro do Aeroporto de Gatwick com a infância. Há também algo particular em ir para Dorset. As praias de Dorset sempre trazem de volta à infância.

Existem aromas que você associa aos personagens que você interpretou?
Robert Pattinson: Definitivamente o cheiro do capuz, do Batman – muito.

Do que isso cheira?
Robert Pattinson: Bem, é couro. Mas também é uma combinação – porque você está selado em uma máscara de couro, mas também está extremamente ansioso o tempo todo. E o couro é poroso, então realmente assume um cheiro emocional. Quando fiz o teste para o Batman, tive que experimentar todos os diferentes capuzes [de atores que interpretaram o papel]. Mesmo de 20 anos atrás, todos eles ainda tinham o cheiro de cada ator individual. É meio estranho.

Quem cheirava melhor?
Robert Pattinson: Acho que provavelmente Clooney cheirava melhor.

Claro que ele fez. O que você descreveu soa como o cheiro de medo. Parece horrível.
Robert Pattinson: Sim. [Risos] O cheiro do medo tem a ressonância emocional mais forte!

E quanto a Thomas Howard, o faroleiro do século 19, em The Lighthouse?
Robert Pattinson: Quero dizer, essa é outra razão pela qual eu posso desligar meu cheiro! Aquele filme cheirava tão mal que [os cheiros] realmente explodiam. Havia tantas cenas [que cheiravam terrível]. Porque tivemos que fazer com que as gaivotas circulassem o conjunto o tempo todo. Então, havia baldes de peixes podres por toda parte, por todo o conjunto. Só para que houvesse centenas de gaivotas. E isso é um alerta e tanto. É como “G’ah! Ah, agora estou no trabalho”. Eu tenho muito respeito pelos pescadores depois disso.

Connie Nikas, o pequena vigarista em Good Time?
Robert Pattinson: [imediatamente] Oh, isso é uma mistura estranha de sangue e um vape.

O Batman vai cheirar diferente em “Batman: Parte II”?
Robert Pattinson: Espero que sim!

Você pode nos dar uma palavra para descrevê-lo neste momento?
Robert Pattinson: Ainda não vi nada, então não faço ideia. Mas eu acho que talvez… um pouco mais de íris?

Alguns comerciais de fragrâncias se tornam tão famosos quanto o produto que estão vendendo. Qual é a chave para isso?
Robert Pattinson: Acho que você não pode prever nada. Mesmo que você esteja se divertindo no set… Eu fiz muitos [de comerciais] quando você pode ter o melhor momento, e você acha que vai se traduzir em algo maravilhoso, e simplesmente não. Nem parece que você estava se divertindo. É uma alquimia muito estranha. Lembro-me do primeiro anúncio [fragrância Dior Homme] que fizemos com [diretor] Romain Gavras. Fizemos a coisa toda com uma música do A$AP Rocky – na época o A$AP Rocky não era tão conhecido. Fizemos todo esse anúncio com essa música tocando constantemente em segundo plano. A atitude que estávamos incorporando era mais como hip hop. E então eles mudaram o Led Zeppelin [“Whole Lotta Love”] no final. E parece tão natural agora com aquela música do Led Zeppelin, mesmo que lhe dê uma vibração totalmente diferente. Então, você nunca sabe. Você está apenas atirando no escuro e esperando.

Francis, e você? Às vezes você deve passar muito tempo fazendo um perfume, e então ele é apresentado ao mundo de uma maneira que você não teria previsto.
Francis Kurkdjian: Sim, nunca se sabe. Mas não é sobre o que eu penso. É sobre o que o público sente e vai pensar. Também depende de contra quem você está competindo. Porque às vezes você acha que é relevante, você acha que está surfando em uma onda – e de repente você tem um concorrente que vai “zoom!” [E é muito mais bem-sucedido]. Então, você pode ser muito feliz na noite anterior [o lançamento]. E então você libera seu perfume e a campanha. Aconteceu comigo que eu não fui a virada de jogo! Nos últimos 35 anos, tive alguns fracassos. Eu fiz alguns não bons, eu tenho que dizer. Eu lancei um perfume um dia antes do 11 de setembro, por exemplo. Nesse último momento, algo pode acontecer… ou você pode estragar tudo. Mas eu acredito que essa é a beleza disso. Isso significa que não há receitas. Um dia [se viermos responder sobre] inteligência artificial [para criar aromas de sucesso] não funcionará. Porque o que torna isso bonito é a incerteza das coisas.

Assim como a indústria cinematográfica, Robert.
Robert Pattinson: Tentar prever como será um mercado nos próximos anos… é quase ridículo. É difícil até mesmo saber se você ainda vai gostar do que está fazendo daqui a dois anos, muito menos de qualquer outra pessoa.

Como podemos aprender a apreciar melhor o cheiro?
Robert Pattinson: Faça algumas pesquisas com Frances. Assista a algumas entrevistas!
Francis Kurkdjian: Confie em si mesmo, de verdade. Não há erros. Você pode usar um terno porque acha que é sexy ou que está na moda. Você pode usar um par de sapatos porque eles parecem bons. E seus pés podem doer. Mas você não pode usar um perfume que não gosta. Com perfume, há algo que está no fundo do seu intestino. Você não pode confundir o que você gosta, porque sua mente e seu corpo lhe dirão imediatamente, que você vai ficar doente! Então, confie em si mesmo. Muitas vezes tentamos colocar regras e dizer: “Oh, isso mesmo, isso é chique. Isso é elegante”. Mas isso é um absurdo. É besteira, porque se você não conseguir convencer alguém a usar algo que eles não gostam. Não é como moda, isso é certo.

Fonte | Tradução: Bárbara Juliany

Robert Pattinson foi entrevistado pela ELLE Man sobre a nova fragrância da Dior e contou que o cheiro de sua filha é o melhor que já sentiu. Confira:

O olfato de Robert Pattinson vai explodir sua mente. O novo rosto da Dior Homme responde ao nosso questionário ELLE Man e conta como sua “dislexia olfativa” faz os bebês cheirarem como leitões.

Robert Pattinson se junta ao nosso “Zoom” de um hotel em Boston onde passará as próximas semanas gravando um filme com Zendaya, tornando-o oficialmente o momento mais legal e sexy dos quase 400 anos de história de Boston. É o início de uma época ocupada para o novo pai, que tem uma filha de 23 meses com sua parceira, Suki Waterhouse. Este mês, ele está estrelando uma nova campanha de fragrâncias para Dior Homme e estará de volta aos cinemas nesta primavera em Mickey 17, a tão esperada comédia dark de ficção científica do diretor de Parasite, Bong Joon Ho.
Abaixo, Pattinson responde ao nosso questionário “ELLE Man”.

Seu trabalho com a Dior Homme me fez pensar o quão aguçado é o seu olfato.

Eu posso estranhamente ligar e desligar meu olfato. Acho que tenho uma dislexia olfativa, onde acho que algo cheira como algo que ninguém mais pensa que cheira.

Você tem alguma memória vívida ligada a um perfume específico?

Desde que tive uma filha, definitivamente me tornei mais sintonizado com isso. Lembro-me da minha mãe sempre dizendo: “Oh, o cheiro de bebês!” E eu ficava tipo, eu não sei, todos eles cheiram a leitões geneticamente modificados. Mas então você tem seu próprio filho, e é: “Oh, este é o melhor cheiro que eu já senti.” Outro que me vem à mente foi o cheiro da máscara em The Batman. Depois de colocar o capuz, você tem que pedir a outra pessoa para tirá-lo, então há algo sobre estar trancado nele. Você fica tipo, “Ok, vou lidar com esse cheiro pelas próximas 12 horas.” É engraçado – quando fiz a audição, experimentei todos os diferentes [capuzes] e usei o de Val Kilmer, e ainda tinha um cheiro humano.

Ainda cheirava a Val Kilmer?
Sim, Val Kilmer. E um pouco do cheiro da cabeça de Clooney há 20 anos.

Sua bebê tem um cheiro particularmente identificável para você?
Quero dizer, tipo, se houvesse um vape de bebês, acho que eu provavelmente poderia cheirá-la. [Risos.] Sim. Ela tem um cheiro bastante único.

Falando em cheiros: Bong Joon Ho, seu diretor de Mickey 17, diz que o filme é sobre “como os humanos podem ser patéticos. É quase como se você pudesse sentir o cheiro de todos os personagens humanos do filme. Suas manchas de mijo e suas meias fedorentas.”

Uau! Ele me disse antes de começarmos a filmar: “Não é ficção científica do tipo ciência —é ficção científica do tipo “cheirar a própria axila”. Quando você compara o americano mediano de Bong a um americano comum de Hollywood – o de Hollywood invariavelmente compreende que eles são realmente especiais. Os homens comuns de Bong permanecem medianos, e talvez até fiquem um pouco mais abaixo do que o homem comum no final. Com Mickey – é como quando Arthur puxa a espada da pedra e todos estão tipo, “Oh meu Deus, você é o escolhido”. E ele fica tipo, “Porra, não, não”, e então, eventualmente, coloca a espada de volta. Tipo, ele é muito mais feliz depois de colocar a espada de volta na pedra.

É verdade que você originalmente baseou a voz de Mickey em Steve-O de Jackass, mas Bong achou que soou muito estranho?

Eu costumava amar, e ainda amo, Jackass. Lembro-me de ouvir uma entrevista com Steve-O anos atrás e ele estava falando sobre o quanto eles receberam por essas acrobacias perigosas na primeira temporada, e ele disse cem dólares. Tipo, você pode morrer fazendo isso, e ele estava tipo, “Não, eu só vou fazer isso por cem. Está tudo bem.” E havia algo sobre isso – na verdade, ser muito corajoso e nunca reconhecer que é bravura. Eu pensei que havia um elemento disso para Mickey. Então, passei muito tempo meio que descobrindo uma imitação da voz de Steve-O. E na primeira vez que fiz isso, Bong ficou tipo, “Uau – o que é essa voz que você está fazendo?”

Como você leva isso como ator? Como você sabe quando realmente se aprofundar e dizer: “Não—deve ser Steve-O” versus quando ficar tipo, “Sem problemas, foi apenas uma ideia”?

Quer dizer, foi definitivamente uma grande ousadia [risos]. E quando você não prepara ninguém, de jeito nenhum—era uma leitura de roteiro, e tinha tipo 40 pessoas ao redor da mesa, e cada uma delas olhou para cima e disse: ‘Ah! Ah, você está fazendo isso?’ Eu percebi bem rápido que talvez isso fosse ousado demais. Mas, se algum dia fizerem a cinebiografia do Steve-O, eu estou pronto.

Você praticou sua voz pela casa?

Eu estava andando por aí fazendo isso o tempo todo. Uma das minhas coisas favoritas no mundo é andar em público fingindo estar no telefone e fazendo a voz de outra pessoa. Esse é o meu hobby.

Sua parceira, Suki Waterhouse, pregou uma peça em você, com a ajuda de ELLE, na qual ela fingiu ter sido convidada a apresentar “Amor às cegas”, com você como co-apresentador. Adorei a graça de como você lidou com o que claramente achava que era uma ideia terrível.

Eu fiquei preocupado com o quão boa ela era em fazer isso. Especialmente quando vi o vídeo. Eu pensei: ‘Uau, você consegue mentir para mim tão facilmente! E consegue manter um rosto totalmente sério.’ Não teria como eu conseguir fazer isso – ela me desmascararia em dois segundos se eu estivesse fazendo isso com ela. E, por algum motivo, eu estava muito convencido de que ela achava que era uma boa ideia. Mas, quer saber… talvez seja uma boa ideia! Sinceramente, eu não sei! Eu sempre penso que, quando alguém chega até você com entusiasmo sobre algo, nunca destrua o sonho dessa pessoa.

O que há sobre as mulheres que você teve que aprender da maneira mais difícil?

Não tente ganhar uma discussão. Isso não vai acontecer. Se alguém disser: “Precisamos sentar e conversar sobre isso”, elas não estão pedindo que você fale. Você só tem que sentar lá e ouvir.

Os homens não têm necessariamente a melhor reputação quando se trata de rompimentos. Olhando para trás em sua história romântica, como você se classificaria?

Obviamente, eu me dou nota 10 em sensibilidade. [Risos.] Eu sou um anjo, completamente. E sempre acabo de alguma forma na posição de quem está moralmente acima.

Fonte: ELLE | Tradução: Bárbara Juliany

Robert Pattinson estampou a capa da revista americana do “The New York Times” da edição de Dezembro/2024. Além de fotos inéditas de um novo ensaio, nosso ídolo deu várias declarações pra lá de interessantes! Nossa equipe traduziu essa nova entrevista, na íntegra com exclusividade! Mas antes, apreciem as fotos dessa linda sessão de fotos!

Seria Robert Pattinson “A Última Verdadeira Estrela do Cinema”?
Ele pode ter desejado ser um ator, sem ser uma celebridade. Mas, então, ele transformou a sua fama em seu próprio tipo de performance.

Foi de Robert Pattinson a ideia de fazer uma aula de cerâmica. Desde que se tornou pai em março passado, o ator inglês de 38 anos tem procurado o que ele chama de “hobbies saudáveis”. Ele já considerou bonsai (“eles começam a apodrecer”), trapézio (“não dá para fazer isso em público”), tênis (“não tenho noção de espaço suficiente”), e dança (“minha medula espinhal congela”). Duas décadas em sua carreira de filmes, ele parece agitado por novas formas de expressar a si mesmo que não demandem uma equipe de centenas de pessoas, ou qualquer bagagem que venha com o fato de ser um dos homens mais famosos do mundo. Em anos recentes, ele inventou um prato bastardo parecido com arancini, chamado piccolini cuscino, ou “travesseirozinho” (“eu aprofundei muito nisso com um fabricante de alimentos congelados”); um sofá de quase 3m com braços de descanso quase tão largos quanto o assento (“Aquilo pesa uma tonelada – provavelmente uma das razões de ser tão difícil de vender”); e calças com bolsos verticais (“Porque eles sempre que ficar pra fora, como pequenas orelhas estranhas?”). Ele também está projetando uma cadeira de encosto reto com uma fenda atravessando o centro da poltrona e que “se abre como se você estivesse em um tipo de casulo”, ele diz. Para ilustrar a ideia, ele construiu uma maquete com um sex toy (brinquedo sexual) da FleshLight e um rolo de papel higiênico vazio.

Em uma tarde cinza de agosto, eu encontrei com o ator na casa de um de seus amigos na De Beauvoir Town, uma vizinhança frondosa à nordeste de Londres onde ele e sua noiva, a atriz e musicista inglesa Suki Waterhouse, estão em estadia com sua filhinha enquanto estão visitando de Los Angeles, e caminhamos até um estúdio de cerâmica a cerca de 1,6km rua abaixo. Em uma semana, Waterhouse, 32, vai abrir um show para Taylor Swift no Wembley Stadium, cantando músicas do seu recentemente lançado segundo álbum, “Memoir of a Sparklemuffin”. Até lá, Pattinson estará no Canadá gravando um filme com Jennifer Lawrence, mas primeiro ele gostaria de regravar uma narração para o seu próximo filme Mickey17, uma sátira distópica dirigida por Bong Joon Ho, o diretor sul-coreano e vencedor do Oscar por “Parasita” em 2019. Por agora, contudo, Pattinson está debruçado em uma mesa de trabalho esculpindo à mão uma caneca com uma alça distintamente fálica. “É uma cenoura gigante”, ele esclarece – um presente para os seus anfitriões. “Eles devem gostar muito de cenoura”, eu digo, mas a brincadeira não é percebida. “Eu só acho que seria muito satisfatório ter um copo tão largo assim”, ele diz. E quando eu começo a pensar que o ofendi, ele se inclina para trás para admirar o seu trabalho. “Isso tem um pouco de curvas”, ele diz com um sorrisinho. Fazer um pênis de cerâmica de forma intencional em frente a um jornalista não é apenas uma escolha, é um desafio. “Eu amaria ver como você usaria isto”, ele conta.

Apesar de aparecer em Harry Potter e o Cálice de Fogo (2005) aos 17 anos, e virar uma fixação da mídia alguns anos depois por interpretar um vampiro romântico em todos os cinco filmes da série Crepúsculo – no ápice do sucesso da franquia, ele alugava carros como isca e se escondia em porta-malas para evitar ser cercado por fãs e paparazzis – Pattinson é surpreendentemente desprotegido. Ele não leva o seu ofício ou a si mesma muito a sério: em um intervalo de 30min, ele me conta que é ignorante, frágil, aterrorizado, ego maníaco, terrível, cheio de ódio e vaidoso. O único recorte de revista pendurado na parede de seu quarto de infância em Londres, é uma cópia emoldurada de uma edição da People Magazine’s Sexiest Man Alive, de um ano que ele sequer foi incluído (George Clooney lhe deu como uma brincadeira). Recentemente, ele desenterrou seus prêmios de atuação e os colocou em uma estante; e depois de alguns dias, ele os devolveu para o depósito.

São tempos estranhos para ser um ator de Hollywood. No começo da carreira de Pattinson, a ascensão das mídias sociais destruiu a economia dos tabloide – o que, mesmo que fosse invasivo, mantinha as pessoas falando sobre ele. (“Foi uma época insana,” disse o seu amigo Zac Efron, 37, que em 2006 estrelou em High School Musical. “Eu estava preocupado em fazer com que ele estivesse bem, porque eu sabia o que aquilo estava fazendo comigo.”). Em 2020, o filme sobre viajem no tempo de Pattinson, Tenet, dirigido por Christopher Nolan, foi usado como um balão teste para determinar se o público retornaria aos cinemas depois que as restrições da pandemia começaram a amenizar. (Não voltaram). E embora seu filme de super-herói, The Batman, tenha estreado em 2022, o segundo na sequência da trilogia de Matt Reeves provavelmente não será lançado até o outono de 2026, parcialmente devido às graves do último ano. “Eu poderia verdadeiramente estar me aposentando até o fim deles,” diz Pattinson.

Para muitos dos seus colegas, as marcas registradas do que uma vez era considerada uma carreira de sucesso – a segurança de um papel em uma franquia com um grande diretor; o prestígio de algum trabalho em filmes indies aclamados; a liberdade de experimentar qualquer gênero; o poder de dizer não para a televisão – parecem agora impossíveis e antiquados. Não é o bastante para os grandes nomes de hoje apenas entregar uma performance convincente; é também esperado que eles aprendam coreografias do TikTok e comam asinhas de frango apimentadas no YouTube. E embora ainda existam homens em papéis principais que vêm de uma tradição artística – Timothée Chalamet, Adam Driver, Daniel Kaluuya – eles correm um risco, especialmente em uma época de apontar de dedos, quando figuras públicas estão com medo de serem muito autênticas, de acabarem parecendo semelhantes fracos dos homens difíceis que uma vez os inspiraram. Se Marlon Brando estivesse vivo atualmente, até mesmo ele teria que memorizar suas falas; haveria muitos namoradinhos da internet (Michael B. Jordan, Charles Melton, Paul Mescal) prontos para substituí-lo.

Para sua própria surpresa, Pattinson, que raramente faz aparições públicas e não tem perfil em redes sociais, emergiu como uma das últimas estrelas de cinema. “Nem em um milhão de anos eu pensei que ainda estaria fazendo isso quando consegui meu primeiro trabalho,” disse ele, “Eu não posso acreditar que eu ainda estou fazendo isso.” Por conseguir evitar os clichês da fama jovem, ele também manteve uma certa misticidade; ele não decaiu em vícios, tampouco teve que passar sua fase adulta tentando provar sua credibilidade. (Mesmo nesse ponto, ele ocupa um lugar não usual: ao contrário de atores metódicos como Christian Bale ou Jeremy Strong, que frequentemente aparentam bastante gravidade, ele não é um deprimido.) Talvez porque ele começou bem jovem, ou porque ele é lindo e esquisito, ele consegue ter as duas coisas: Como os galãs que emergiram durante o boom indie nos anos 90 – Johnny Depp, Leonardo DiCaprio, Brad Pitt, Keanu Reeves -, ele é um ator que, aconteceu, de se tornar um protagonista. Escrevendo para o The Times, a crítica de cinema Manohla Dargis descreveu Pattinson em 2019 como tendo uma “das fisionomias mais hipnotizantes – e agradavelmente enervantes – em filmes,” notando que em uma de suas performances, seus olhos “se arregalaram com protuberâncias e tremiam com emoções que pingavam sob uma máscara de vazio.” Ao invés de se apegar a um arquétipo – por um tempo, ele correu o risco de interpretar de forma perpétua o namorado pensativo -, ele aborda cada papel, sendo um pastor escorregadio no filme de Antonio Campos, O Diabo de Cada Dia (2020) ou um pássaro falante em The Boy and the Heron, de Hayao Miyazaki (2023), com uma convicção bizarra. “Se você aparece com uma ideia forte,” disse ele, “as pessoas não têm outra escolha além moldá-la.”

Parte do seu charme vem do fato de ser britânico; como Charlie Cox, Jamie Dornan, Andrew Garfield e Eddie Redmayne, todos os quais Pattinson fez amizade no começo de sua carreira, ele tem uma qualidade masculina que o torna mais envolvente que suas contrapartes americanas. (Ele não soa desonesto quando, por exemplo, reclama sobre ter má postura ou parece estar “se escondendo atrás de uma cortina” em muitas roupas masculinas.) Em seus primeiros filmes, ele se sentiu ansioso e deslocado. “Eu não conseguia definir o set de forma apropriada,” disse ele. “Eu não percebia que você deve desenhar uma linha entre o mundo do filme e o mundo da realidade.” Desde então, ele começa cada um dos seus filmes com uma caminhada pelo set de filmagens e tocando as paredes. “Eu sei quais são os parâmetros, e isso faz você se sentir mais seguro.”

Pattinson parece querer ser ator sem precisar lidar com o peso de ser uma celebridade — mas a fama, em si, funciona como uma espécie de performance, algo que ele aprendeu a encenar para sobreviver. Recentemente, ele reassistiu a uma entrevista que deu em 2011, onde contou uma história completamente inventada sobre ter visto um palhaço morrer na explosão de um carro quando era criança. “Minha voz não tinha nenhuma hesitação”, ele comenta, misturando orgulho e espanto. “Fiquei pensando: ‘O que foi isso? Você estava possuído?’”. Na verdade, ele só estava entediado. (Entre outras mentiras que já contou a jornalistas estão: que foi modelo de mãos femininas, que existe uma cena deletada de “Crepúsculo” envolvendo coprofilia e que afastou uma stalker levando-a para jantar e esgotando-a ao contar seus problemas). “Naquela época, a única coisa que as pessoas me perguntavam era sobre como era ser famoso. Você entra em um estado meio automático”, ele explica. Enquanto fala, Pattinson ajusta uma xícara que está modelando em argila, remove o excesso da alça que havia ficado exagerada e sorri. Mesmo nos momentos mais sinceros, ele está sempre, de alguma forma, interpretando.

No último Réveillon, Pattinson e sua namorada, Suki Waterhouse, viajaram para São Vicente e Granadinas, no Caribe. No controle de passaporte, o agente de imigração comentou: “Ei, você é o cara de ‘Crepúsculo’. Por que parou de atuar?”. Pattinson não sabia como responder. “Eu fiquei tipo… ‘Eu sou o Batman?’. “Ela só riu”, ele conta. Para ser justo, os fãs de seus primeiros trabalhos provavelmente não estavam interessados em assistir à biografia da cartógrafa Gertrude Bell, dirigida por Werner Herzog (“Rainha do Deserto”, de 2015), ou a um filme experimental de Brady Corbet baseado em um conto de Jean-Paul Sartre (“A Infância de um Líder”, do mesmo ano).

Em 2012, alguns meses antes da estreia de “A Saga Crepúsculo: Amanhecer — Parte 2”, último filme da série, Pattinson interpretou um gerente de fundos bilionário em uma adaptação do romance de 2003 de Don DeLillo, “Cosmópolis”, sua primeira de duas colaborações com o diretor David Cronenberg. Grande parte da trama, incluindo um exame de próstata com conotações eróticas, acontece no banco de trás de uma limusine. “Eu costumava pensar: ‘Preciso entender a lógica de onde esse personagem nasceu, sua classe social, o que os pais dele faziam’”, lembra Pattinson. “Com Cronenberg, percebi que pode ser mais sobre a musicalidade das palavras e qual a sensação ao dizê-las.” Em 2017, ele viveu um criminoso de baixo escalão no thriller policial “Bom Comportamento”, um estudo de desespero quase selvagem dos irmãos Safdie. E em 2019, cerca de uma hora após o início de “O Rei”, de David Michôd, baseado em peças históricas de Shakespeare, ele apareceu como um delfim sádico com um sotaque francês absurdo, fazendo gestos obscenos e entregando os diálogos mais ridículos e diabólicos do filme.

O cineasta americano Robert Eggers, que dirigiu Pattinson e Willem Dafoe em “O Farol” (2019), um filme de terror sobre dois faroleiros do século 19 que enlouquecem, diz que “Rob gosta de fazer escolhas inesperadas para surpreender seus colegas de cena e guarda isso para o momento em que as câmeras estão ligadas”. Durante as 35 filmagens em Nova Escócia, Pattinson, cujo personagem se masturba pensando em uma sereia e é devorado por gaivotas, raramente falava com alguém no set e passava a maior parte do tempo sozinho em uma tenda escura praticando expressões faciais grotescas. “O principal é lembrar constantemente qual é o seu trabalho”, diz ele. “É uma disciplina não gastar sua energia com nada além disso”.

No caminho de volta para a casa do amigo de Pattinson, algumas nuvens se formaram, e ele tirou os óculos escuros. Apesar de seus dois filmes mais recentes, “Tenet” e “The Batman”, terem arrecadado juntos 1 bilhão de dólares, e dele ser modelo da Dior Homme desde 2013, aparecendo em outdoors e pontos de ônibus, ele passou por uma fileira de pubs movimentados sem ser notado. Agora que está mais velho, a histeria diminuiu. “Há algo na natureza de ser novidade”, ele diz. “Eles pensavam: ‘Você nem é humano.’” Bruce Wayne, o industrial de Gotham City que vinga o assassinato dos pais combatendo o crime, é um dos personagens mais icônicos do cinema — Pattinson ainda tem a fantasia que usava quando criança —, mas na nova versão, pelo menos até agora, ele quase nunca aparece sem máscara. “Essa foi minha única ideia para o Bruce”, diz Pattinson. “Até agora, ele foi retratado como um playboy. Mas e se ele fosse completamente anti-social e meio agorafóbico?”

Há uma cena em “The Batman” em que Bruce diz a Alfred, seu mordomo e figura paterna, sobre o peso de ter um alter ego. “Se eu não puder mudar as coisas aqui, se eu não puder causar algum impacto,” ele diz, “não me importo com o que aconteça comigo.” A frase marcou Pattinson; ele também, claramente, se pergunta o que aconteceria se ele parasse de tentar corresponder às expectativas ou desconstruir a persona que criou para si mesmo. Desde cedo, ele percebeu que era apenas uma projeção das fantasias de outras pessoas. “Eu estava muito ciente,” ele diz, “de que ninguém realmente queria saber realmente nada sobre mim.” Quando pergunto a Pattinson como ele era quando criança, ele para de caminhar. “Eu… não sei,” ele responde. Em outro momento da nossa conversa, ele compara seu eu mais jovem a uma tigela perfeitamente aceitável, mas completamente esquecível, que ele teria esculpido: “Apenas… estava ali.”

Pattinson cresceu em Barnes, um belo subúrbio no sudoeste de Londres. Sua mãe, Clare, era caça-talentos de modelos. Seu pai, Richard, vendia carros vintage. Ele era um aluno mediano e péssimo em esportes, mas gostava de ouvir e tocar música. “Roubar coisas era minha principal preocupação”, ele diz, referindo-se, principalmente, a revistas pornográficas e barras de chocolate. (Mais uma vez, suas histórias podem ser difíceis de confirmar.) Aos 15 anos, Pattinson, que tem duas irmãs mais velhas, entrou em um grupo de teatro local. Pouco tempo depois, conseguiu ser aprovado para interpretar o filho de Reese Witherspoon em “Vanity Fair”, de Mira Nair, uma adaptação de 2004 do romance de William Makepeace Thackeray, ambientado na sociedade inglesa do século XIX. Só na estreia do filme ele descobriu que suas cenas haviam sido cortadas da edição final. No ano seguinte, o diretor de elenco desse filme, que ficou com pena dele, o indicou para o papel de um bruxo em “Harry Potter e o Cálice de Fogo”, de Mike Newell.

Naquela época, ele e seu amigo de infância Tom Sturridge, também ator, alugaram um apartamento na Old Compton Street, no coração de Soho. “Foi o apartamento mais nojento que já vi”, lembra Pattinson com carinho; ele tem quase certeza de que estavam bêbados quando assinaram o contrato. Todo mês de janeiro, Pattinson, que não tinha formação formal em atuação, viajava com Sturridge para Los Angeles durante a temporada de testes, mas nunca conseguiu nada. Em casa, passava a maior parte das noites tocando músicas no violão em eventos de microfone aberto pela cidade. Durante o dia, fazia audições para projetos como “Tróia” (2004) e “Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio” (2006). Ele chegou atrasado e com o lábio machucado — por beijar, não por brigar — para o teste do papel principal no filme de fantasia “Eragon” (2006). “Tem uma cena em que ele encontra um ovo de dragão e deveria ser um momento heróico,” conta o ator, que decidiu interpretá-lo como uma tragédia. “Lembro do meu agente dizendo que achavam que eu estava drogado.” Embora tenha deixado que acreditassem que ele era um traficante na escola — o boato, iniciado por ele mesmo, era de que escondia seu estoque em disquetes —, ele nunca foi tão descontrolado quanto alguns de seus colegas. “Haviam muitas festas diferentes em L.A.”, ele diz. “A ideia de ter que entrar em um carro e dirigir 15 minutos para ir a qualquer lugar me fazia ficar em casa. E aí você enlouquece completamente.”

Sobre “Mickey 17”, que estreia em abril, o personagem de Pattinson, é um membro da tripulação em uma missão de colonização espacial, que está prestes a congelar até a morte, tornando-se, em suas próprias palavras, “um picolé de carne”. A cena é interpretada para dar risadas; seu último suspiro soa mais como um choro. Mas Pattinson tem uma maneira própria de fazer o público considerar a humanidade em personagens negligenciados ou subestimados, seja interpretando um fotógrafo encarregado de tirar um retrato de James Dean (em “Life”, de 2015) ou o ajudante de um explorador britânico (em “Z: A Cidade Perdida”, de 2017). Mickey, um homem azarado que, acidentalmente, aceita ser descartável — alguém que realiza tarefas perigosas para o bem da expedição e é regenerado cada vez que morre —, nem sequer tem certeza se merece viver. Atormentado pela culpa e vergonha de uma vida desperdiçada, ele se martiriza para expiar sua própria mediocridade, mas também na esperança de acertar na próxima tentativa. Em seus momentos finais, um amigo pergunta: “Ei, Mickey, como é morrer?” O alívio no rosto de Pattinson oferece uma resposta difícil.

A primeira impressão do ator ao ler o roteiro de Bong, adaptado do romance de Edward Ashton de 2022, foi: “Ah, quero fazer algo no estilo do Jim Carrey.” Embora soubesse que interpretar uma vítima de crueldade constante no estilo de Lloyd Christmas, o motorista de limusine de dentes lascados de Carrey em “Debi & Loide” (1994), era, como ele coloca, “uma corda bamba incrivelmente difícil de andar”, o desafio o empolgou. Bong, de 55 anos, que desenha todos os seus próprios storyboards, conta que Pattinson estava ansioso para contribuir, oferecendo ajudar a revisar diálogos e “nos iluminando com humor e conhecimento de gírias que eu nunca teria descoberto por conta própria.” (Presume-se que a analogia de Mickey para levar um choque elétrico — “é como engolir uma enguia elétrica” — tenha sido sugestão do ator.) Em Bong, Pattinson encontrou um parceiro criativo. “Ele é um cara incomum,” diz Pattinson, observando que Bong filmava a última frase de uma cena primeiro e fazia mudanças no roteiro conforme necessário. “Todo mundo no set ficava tipo: ‘O que está acontecendo?’” Mais tarde, Pattinson me disse: “Os filmes que você mais gosta são os que parecem impossíveis no começo. É um salto de fé — apenas conseguir finalizar já é incrível.”

“Mickey 17” não é uma analogia sutil. Mark Ruffalo interpreta um comandante com uma obsessão por colonialismo que evoca medo e religião para incitar violência contra os habitantes de outro planeta. Há uma trama de assassinato frustrada; uma jovem mulher negra surge como sua rival política. Mas o filme, que foi filmado em 2022 e atrasado por causa da greve dos atores, também pode ser lido como uma metáfora para a natureza volátil da fama: Mickey não percebe no que se meteu até ser tarde demais — até que sua sobrevivência depende dos caprichos de outros. E enquanto ele suporta todos os tipos de abuso e exploração, ele percebe há um modelo mais novo dele mesmo, esperando para substituí-lo. “Há algo em Rob que naturalmente atrai sua simpatia,” diz Bong. “Parecia que ele também suportaria dificuldades e injustiças com um sorriso inocente.”

Uma semana após nossa aula de cerâmica, Pattinson me liga de um quarto de hotel em Calgary. Ele está lá para filmar “Die, My Love”, adaptação de Lynne Ramsay do romance de estreia de 2012 da escritora argentina Ariana Harwicz. Lawrence interpreta uma versão da narradora sem nome de Harwicz, uma jovem mãe com psicose pós-parto que, no livro, sonha em matar a si mesma e sua família; Pattinson, que interpreta o marido no filme, diz que a história é “hilária”. (Outros podem não compartilhar seu senso de humor: ele também considera “High Life”, de Claire Denis, um filme de 2018 que confunde a cabeça e aborda inseminação artificial entre prisioneiros espaciais — no qual o personagem de Pattinson é violentado por uma cientista interpretada por Juliette Binoche — uma comédia.) Ele parece empolgado com o projeto, embora um pouco solitário. A caminho de uma aula de dança matinal exigida para o papel, ele assistiu a uma transmissão ao vivo do show de Wembley de Waterhouse em seu celular.

Das quatro músicas que ela apresentou, pelo menos uma delas, “To Love,” é sobre ele. “Existe um universo onde nossos caminhos nunca se cruzaram?” ela canta. “Onde eu chamei sua atenção, mas então alguém chegou, e nós dois esquecemos?” O casal, que ficou noivo no ano passado, se conheceu em 2018 em uma festa em uma casa em Los Angeles. “Ela estava sentada em frente a mim,” diz Pattinson, que não se lembra de muito mais sobre o jogo de “Werewolf” que estavam jogando com Javier Bardem, Penélope Cruz, Al Pacino e outros atores. “Suki e eu continuamos fazendo um ao outro rir, a ponto de alguém nos dizer que não estávamos levando o jogo a sério. Foi um momento muito, muito doce.” Ele pronuncia essa última parte com um tom afetado, algo que faz quando se sente vulnerável.

Desde que começou uma família com Waterhouse, Pattinson parece ter se tornado um pouco mais sério. Embora ele já tenha sonhado em morar no sótão de uma catedral (“com uma cadeira,” ele diz), eles recentemente compraram uma casa em estilo colonial espanhol da década de 1920 ao norte de Hollywood e mantém um apartamento em Nova York. Ter uma filha, também, o mudou de maneiras inesperadas. Antes de seu nascimento, ele pensou em comprar uma arma para proteger a casa. “Mas então ela nasce,” ele diz, “e é apenas uma batatinha que faz cocô.” Dada a instabilidade da indústria cinematográfica, ele acrescenta que a permanência da paternidade o tornou mais centrado. Eggers notou uma diferença marcante em seu colaborador: quando se conheceram em 2016, Pattinson estava “curvado em sua cadeira com seu vape na mão, olhando por cima do ombro o tempo todo,” recorda o diretor. “Mas não vejo mais isso em sua personalidade.”

No trabalho, Pattinson parece estar se divertindo mais. Sua produtora, Icki Eneo Arlo — o nome é “apenas uma mistura de letras”, ele explica —, que ele fundou há dois anos com seu ex-assistente Brighton McCloskey, tem cerca de 20 filmes e séries em desenvolvimento, incluindo um documentário sobre a Seleção dos Estados Unidos de Futebol para Cegos; um filme dirigido por Lance Oppenheim chamado “Primetime”, inspirado no programa da NBC “Dateline: To Catch a Predator”; e uma comédia sobre um casal tentando salvar o casamento por meio do candaulismo. “Se você é apenas um ator, acaba não conhecendo ninguém além de diretores que querem que você interprete um príncipe inglês”, ele comenta. “Fazendo isso, conheci tantas pessoas diferentes e sinto que tenho algo a oferecer a elas. Isso também me tornou mais consciente do que estou fazendo como intérprete.”

Um dia, ele talvez queira dirigir. Por enquanto, produzir filmes já é suficiente como um plano de contingência, especialmente para alguém como Pattinson, que, segundo ele mesmo, sente que “tudo está desmoronando o tempo todo”. Parte disso, ele admite, é apenas imaginação. Mas há um outro aspecto da indústria cinematográfica — onde a estrela brilhante de hoje vira a notícia esquecida de ontem — que lhe parece muito real. Antes de encerrarmos, ele me diz que costuma lembrar de algo que Paul Newman, um dos grandes astros do cinema americano, disse certa vez sobre a vida útil de um ator: “No começo da sua carreira, é ‘Quem é Paul Newman?’ Depois, é ‘Quero Paul Newman.’ Em seguida, ‘Quero um jovem Paul Newman.’ E, por fim, ‘Quem é Paul Newman?’” Pattinson gosta da ideia de que todos começam suas histórias como completos desconhecidos. E, com uma mistura de resignação e alívio, ele acrescenta que, na maioria das vezes, é assim também que elas terminam.

Fonte | Tradução: Amanda Agostinho, Maya Fortino e Maria Luisa Machado
Adaptação: Deia Rouxinol e Ana Paula Oliveira

Suki Waterhouse e a pequena bebê “Waterhouse-Pattinson”, pois ainda não sabemos o nome dela, são capa de edição da revista britânica VOGUE, deste mês. Na entrevista, Suki deu vários detalhes como ela e Robert se conheceram, como foi quando eles descobiram que seriam pais, e como está sendo viver a maternidade. Traduzimos alguns trechos relevantes da entrevista para postar aqui para vocês. Acompanhe à seguir.

“Eu não voltaria atrás em nada”: Suki Waterhouse em sua viagem a Londres e diz ter encontrado o “amor mais puro” com Robert Pattinson. Para a adorada garota britânica Suki Waterhouse, sua jornada na música, na maternidade e o homem dos seus sonhos nem sempre foi tranquila. Ela conta a Olivia Marks sobre os sucessos, as decepções e como ela aprendeu a seguir seu próprio caminho.

Suki Waterhouse tinha chegado no estágio final da gravidez, ela: “não conseguia viajar, não conseguia sair de casa, mal conseguia andar”, foi quando quando ela decidiu mover seu estúdio de gravação improvisado para sua casa em Los Angeles. Ela e seu parceiro, o ator Robert Pattinson, estavam a todo vapor montando o “ninho” deles: ela fez uma “limpeza completa” de seu “cômodo de tranqueiras” – que tinha muitas roupas fora de moda e sabe Deus o que mais – para transformá-lo no quarto do bebê; Rob estava “fazendo coisas que nunca fez antes”, diz Waterhouse, 32 anos, “como dirigir até o shopping center The Groove às 18h de um sábado à noite, para comparar panelas na loja Williams Sonoma”.

“Aquela sensação de peixe fora d’água” foi algo que ela reconheceu em Pattinson quando eles se conheceram – no encontro fofo para acabar com todos os encontros fofos – seis anos atrás, em uma noite de jogos em Los Angeles “uma das coisas que as pessoas fazem aqui para se divertir”, ela explica quando eu olho para ela sem expressão. “Eu tinha certeza de que o conhecia há muito tempo, mas ele não achava que não”, diz ela, de uma forma que sugere que esse desacordo específico permanece sem solução enquanto ela se acomoda em seu assento no salão de chá. O jogo daquela noite? Werewolf (algo como em detetive, vítima e assassino). “Foi muito, muito intenso”, diz ela, com as sobrancelhas levantadas. “Havia muitos personagens ‘grandes’, verdadeiros pesos pesados.” Como? Ela faz uma pausa. “Al Pacino estava lá. Javier e Penelope estavam lá… e, você sabe, todo mundo estava realmente atuando.”

Os dois fizeram uma linha direta um para o outro – “Acho que nós dois temos o mesmo leve desconforto” – e rapidamente “começaram a rir do absurdo da coisa toda”. Eles interromperam tanto que “foram repreendidos. Teve um diretor que nos separou porque estávamos rindo demais.”

Embora os números de celulares não tenham sido trocados e tenham se passado “seis ou sete meses” até eles se esbarrarem novamente, naquela noite “havia surgido alguma coisa…” Huh, ela pensou: “Eu acho que Rob é muito engraçado, eu me divirto quando estou perto dele. Morar em Los Angeles definitivamente ficou muito mais divertido quando o conheci”. Diz ela.

E agora, aqui estão eles, uma família. Eu me pergunto, descobrir que ela estava grávida quando a música estava começando a tomar forma foi uma bomba? “Não, nós realmente planejamos isso”, ela diz docemente, abrindo um enorme sorriso de orelha a orelha. “Um dia nos entreolhamos e dissemos: ‘Bem, isso é o mais pronto que estaremos’.” E, além disso, Waterhouse adora manter as coisas interessantes: “Eu estava tipo, ‘O que pode causar mais caos? ‘”, ela diz, rindo.

Deixando o ninho de lado, não houve nenhuma preparação, nenhuma aula pré-natal, apenas uma tonelada de livros sobre bebês que ela não conseguia ficar acordada o suficiente para ler “Eu realmente não tinha noção de que havia um bebê dentro de mim”, ela diz. “Tipo, eu sabia que era esse o caso, mas eu estava tipo, ‘O que isso quer dizer? Isso é loucura.'”. Ela abordou a gravidez e a maternidade da maneira que faz com a maioria das coisas na vida; simplesmente deixou acontecer. “E toda essa calma foi transferida para o bebê – ela é muito boazinha.”

Literalmente, a única coisa que Waterhouse fez antes foi descobrir o sexo. “Eu queria não ter que descobrir”, ela diz, “mas eu precisava me preparar mentalmente”. No instante em que ela descobriu que estava gerando uma menina, ela ligou para sua mãe em lágrimas. “Eu fiquei tipo, ‘Meu Deus, eu vou ter que passar pelo que você passou comigo?'” O que aconteceu? “Eu era uma vadiazinha”, ela diz, encolhendo-se. “Minha mãe geralmente adora contar minhas histórias terríveis de adolescência, mas ela ficava tipo, ‘Não, não, você foi ótima. Você foi incrível, você foi ótima.” Waterhouse tem uma admiração totalmente nova por sua mãe agora, e liga para ela constantemente para dizer: “Você é incrível e eu não sei como você teve quatro filhos em menos de oito anos.”

“Chocante” é a única palavra que ela usaria para descrever a maternidade. “Chocante em todos os sentidos.” Ela está rindo, mas detecto uma nota de descrença angustiada — uma que reconheço de outras novas mães, inclusive eu mesma. Ela me olha fixamente nos olhos enquanto se lembra de sua percepção de que um bebê precisa ser amamentado “a cada duas horas . Fiquei alarmada no hospital quando eles continuaram me acordando. Eu estava tipo, ‘Com licença? É assim que é mesmo?’”

O que a ajudou durante o parto foi uma playlist de rap e Pattinson. “Ele estava lá comigo e, como todos os pais, estava muito nervoso”, lembra ela, “mas para alguém que é uma pessoa bastante ansiosa, ele estava se mantendo muito calmo”. Ele é “o pai que eu poderia ter esperado” diz ela. Seus olhos ficam arregalados e brilhantes. “Quero dizer, um pai e sua filha? É uma verdadeira história de amor.”

Eu me pergunto, já que Waterhouse canta tanto sobre coração partido, como Pattinson se sente em relação a algumas de suas músicas. Ela me contou que seu ex Miles Kane mandou uma mensagem para ela dizendo: “Essa nova música ‘My Fun’ é da hora”, quando pergunto se algum ex-namorado entrou em contato. Pattinson tem “muito humor sobre esse tipo de coisa”, diz ela. “Ele realmente não dava a mínima. Ele fica tipo, ‘Ninguém é melhor do que eu, então tanto faz.’”

Fica mais difícil escrever músicas agora que ela está apaixonada? “Posso ficar brava pelos meus amigos, e escrever algo sobre eles”, diz ela. E mais: “Rob consegue fazer músicas de fossa. Você pode encontrar coisas para ficar chateada e escrever, ou talvez, por exemplo, como ele mesmo diz que: “Eu deveria fazer uma faixa de EDM (A electronic dance music abreviado EDM) ”, diz ela, com um olhar de lado notável. “Ele sempre teve opiniões muito fortes.”

“Eu tive uma sensação muito clara de estar tipo, ‘Oh, uau, Rob e eu estamos juntos há seis anos e ainda estou completamente apaixonada’”,. “Isso nunca aconteceu comigo antes, é uma loucura.” É uma música sobre conseguir o que ela sempre quis: “Esse amor e ter uma família e ter um mundinho”. É uma música sobre saber que “aconteça o que acontecer, este é o meu sonho”.

Fonte | Tradução: Maria Luísa

Como postado anteriormente aqui no site, Robert Pattinson entrevistou o ator Jordan Firstman recentemente para a Interview Magazine. A entrevista, foi mais um bate papo entre amigos, onde Rob inclusive fez muitas revelações sobre seus medos e como ele se sente sendo parte da indústria cinematográfica, vale a pena ler. Leia na íntegra a matéria postada no site da revista e traduzido com exclusividade pela Equipe do RPBR.

FIRSTMAN: Ei, e aí?
ROBERT PATTINSON: Como você está?

FIRSTMAN: Você ainda está em Londres?
PATTINSON: Sim. Estou tão confuso. Sinto que estou com jet lag, mas não estou. Você está em L.A?

FIRSTMAN: Estou de volta a L.A.
PATTINSON: Essa é a primeira vez que você está promovendo algo no sentido cinematográfico convencional?

FIRSTMAN: Sim. Já fiz imprensa tradicional antes, mas nunca tive que falar sobre o mesmo projeto para 50 meios de comunicação diferentes e ouvir as mesmas perguntas repetidamente. Ninguém te ensina como fazer isso.
PATTINSON: Eu estava pensando nisso esta manhã enquanto fazia minha pesquisa para essa entrevista, no qual era olhar seu Instagram enquanto eu estava no banheiro por cerca de cinco minutos. [Risos]

FIRSTMAN: Esse é o lugar perfeito para ver meu Instagram. Olhando para a merda enquanto você está cagando.
PATTINSON: [Risos] Mas eu percebi nas últimas semanas, que seu entusiasmo e capacidade de promover coisas são muito diferentes, e estou curioso para saber como você se sentiu vindo de trabalhos nas redes sociais, onde está mais inextricavelmente ligado a tentar ganhar viralidade e outras coisas, se o entusiasmo vem disso. Porque você vê tantos atores que ficam sentados lá e literalmente tentam ser o mais chatos possível em uma entrevista, e eu acho que todos os seus trabalhos são realmente divertidos. A quantidade de pessoas que conhecem esse filme pela forma como você o está promovendo é realmente interessante.

FIRSTMAN: É estranho. Eu mesmo fiz um curso intensivo de marketing por causa do Instagram, porque pude ver instantaneamente o que o público respondia e o que não respondia. Mas é estranho quando estou fazendo isso, porque até Mubi fica tipo: “O que você está fazendo? Pare de fazer tanto.” Mas eu penso: “Eu sei como comercializar isso um pouco melhor do que vocês”.
PATTINSON: [Risos] Por favor, pare!

FIRSTMAN: Eu acho que a maneira como estou falando sobre esse filme é pelo menos fazer meus seguidores quererem vê-lo, mas o outro lado da moeda é que eu sei que eles querem ver meu pau e meu corpo nu, e o filme é muito mais do que isso. Espero que eles possam realmente assistir e ver o que estou tentando dizer, porque eles são muito culpados pelos problemas que tenho na minha vida e que estão refletidos no filme, e espero que eles também possam assumir alguma culpa por isso.
PATTINSON: Como porcentagem de público, quantos deles você acha que vão ver especificamente só para ver seu pau?

FIRSTMAN: Rob, não estou dizendo isso para me glorificar, mas as minhas DMs, na maioria das vezes são “Me mostra seu pau”.
PATTINSON: Acho que é todo mundo, não?

FIRSTMAN: Sim, acho que talvez seja verdade.
PATTINSON: Isso realmente não é verdade. [Risos]

FIRSTMAN: Mas o Instagram é um lugar muito sexualizado, e tenho certeza que as atrizes, se olharem para seus DMs, estão cheias de merdas nojentas e pervertidas. Mas acho que porque eu me sexualizo, isso deixa a porta aberta para as pessoas dizerem o que quiserem para mim. Às vezes me sinto desconfortável com isso, mas também tenho que assumir alguma culpa porque deixei a porta aberta para isso.
PATTINSON: Em termos de você interpretar você mesmo, eu sempre achei interessante, porque acho que é impossível. Não acho que as pessoas possam ter percepção suficiente para realmente entender quem são, de qualquer forma. É quase como se eles precisassem ser ultra-esclarecidos para saber. Você acha que há um eu diferente que você está retratando em uma entrevista ou em sua vida, ou o personagem que você interpreta em Rotting in the Sun é uma espécie de eu que você construiu especificamente para o filme?

FIRSTMAN: Não, acho que é um personagem que vem se desenvolvendo durante toda a minha vida. Mas não é isso que é uma personalidade?
PATTINSON: Exatamente, isso estava prestes a sair da minha boca.

FIRSTMAN: Você tem essas experiências em sua vida que moldam quem você é, então você também tem que construir personalidades diferentes para interagir com diferentes tipos de pessoas. A maneira como falo com você é um pouco diferente da maneira como falo com meus amigos gays com quem eu saio.
PATTINSON: Uma coisa interessante em que estive pensando – pelo menos eu acho que é interessante – é que quando você está assistindo ao filme, há um cinismo que é empurrado para o primeiro plano, sobre as redes sociais e sobre as pessoas nas artes, mas isso tem esse estranho efeito inverso de sentir muito carinho depois. Você acaba gostando muito de todos. Essa foi minha primeira impressão.

FIRSTMAN: Acho que você está mais bem ajustado do que provavelmente parte do público. Eu acho que é uma coisa gay também. Os gays não saem do filme com um sentimento caloroso. Eles se sentem tristes e atacados.
PATTINSON: Sério?

FIRSTMAN: Sim.
PATTINSON: Essa era a outra pergunta que eu ia fazer. Você acha que este é um filme gay?

FIRSTMAN: Sebastian odeia que as pessoas estão chamando de filme gay, não é. Quando as pessoas me perguntam sobre o que é o filme, eu digo que é sobre esse período de tempo especifico, e esse período de tempo tem muitas contradições, muita confusão e dor. E Sebastian é um homem gay, então ele está escrevendo sobre sua experiência na sua própria vida, e um lado disso é gay, mas o outro lado é o suicídio, e essa doméstica que ele tem – interpretada por Catalina Saavedra, que, aliás, merece um Oscar –
PATTINSON: Ela realmente merece.
FIRSTMAN: —esta vida artística que parece tão autoindulgente. Então, eu diria que o filme trata de seis a oito coisas, e gay é uma delas. Mas os gays estão realmente se relacionando com isso também porque tem tido muita representação de artistas suicidas e deprimidos no cinema, mas não tem tido muita representação gay dessa forma que pareça muito fiel à cultura de agora. É por isso que está atingindo de forma diferente. Então não, eu não chamaria isso de filme gay, mas chamaria de filme que captura a experiência gay moderna, além de muitas outras coisas.

PATTINSON: Você acha que é um filme perigoso? Eu realmente não sei como colocar isso. É controverso em alguns aspectos, mas, ao mesmo tempo, quando o vi, meu primeiro pensamento foi: “Isso parece mainstream para mim”. Quão controverso você acha que é?
FIRSTMAN: Citando Harry Styles, “o filme parece um filme.” É disso que eu gosto e acho que é por isso que as pessoas estão achando isso um pouco mais convencional. Mas isso realmente depende para quem você mostra, porque somos pessoas que estamos na cultura e você tem o controle de cada subcultura ainda menor, o que é algo que as pessoas podem não saber sobre você. Ao conhecê-lo um pouco, suas referências são de uma pessoa de 25 anos, muito bem informada.

PATTINSON: Quando estávamos fazendo as exibições dos formadores de opinião, convidamos especificamente pessoas de todos os lugares, e todos pareciam ter a mesma reação. Ninguém parecia sair da exibição dizendo: “Estou muito chateado com isso”. Você pensaria que seria mais chocante para alguém que está entrando no cinema, sem esperar ver nada do que está prestes a ver. Não entendo muito bem como você conseguiu equilibrar esse tom tão bem.
FIRSTMAN: As pessoas ficam chocadas com o quão nada disso é chocante. Eles estão confusos com eles mesmos. Eles ficam tipo, “Espera, acabei de ver todos esses paus e vi um ator chupando um pau tatuado e não senti nada”. Acho que normaliza o sexo, mas também normaliza as micro-observações sobre assuntos muito perigosos. Mesmo a personagem de Catalina não sendo uma pessoa brilhante, isso é a coisa mais controversa do filme para mim. Acho que qualquer outro filme seria como “Essa pobre empregada mexicana. Ela é apenas uma vítima. Ela não fez nada de errado. Somente a sociedade tem sido ruim para ela.” E é verdade. Todas as probabilidades estão contra ela, e ela realmente não tem chance neste mundo, mas também constantemente comete erro após erro e não consegue descobrir nada.

PATTINSON: Você não sente que está sendo manipulado pelos cineastas, e isso parece extremamente honesto. Ok, espera. Onde estão minhas anotações? Minhas perguntas são tão chatas porque eu já sei as respostas. Eu estava dizendo: “Como você mantém sua energia em um nível tão alto?” mas é tipo, eu sei o que você vai dizer. [Risos] Eu ia dizer: “De onde você tirou sua confiança corporal?” Mas então acho que isso é um pouco ofensivo.
FIRSTMAN: [Risos] Não, estou interessado em saber como isso soa para você. No último dia do meu primeiro trabalho como redator de TV, um dos redatores principais disse: “Jordan, devo lhe dizer, nunca conheci alguém tão confiante e tão inseguro ao mesmo tempo, e ensinei na UCB por oito anos.” Isso me matou. Minha mãe estava visitando no dia seguinte, eu contei a ela e comecei a chorar. Acho que sou bastante aberto sobre minhas inseguranças, mas para o público, talvez isso seja visto como confiança ou arrogância. Mas a questão do corpo definitivamente vem tanto de insegurança quanto de confiança, porque sinto que preciso provar que estou confiante em meu corpo, então mostro isso.

PATTINSON: Novamente, é o tom do filme todo. Não parece que você está tentando fazer o público pensar uma determinada coisa, simplesmente é assim que as coisas são. Isso é interessante. Qual é a diferença para você entre ser aberto sexualmente e ser viciado em sexo? Onde está a linha para você?
FIRSTMAN: Oh meu Deus, uau. Acho que a linha é como você se sente. Você sabe o segundo em que se sente bem com alguma coisa e o segundo em que se sente mal com alguma coisa. Eu sigo essa linha com muitos outros homens gays. Às vezes estou em uma festa e estou cercado por pessoas transando, e penso: “Isso é uma utopia. Isso é ser homem. Isto é o que os gregos estavam fazendo. Isso é fabuloso.” E então, às vezes, você vai embora de uma experiência sexual e se sente tão profundamente depravado e tão nojento consigo mesmo. Acho que essa é a experiência gay, navegar no sexo. Estamos indo contra essas estruturas heteronormativas, mas como não existe nenhum sistema que nos tenha ensinado como viver de outra maneira, temos que encontrar isso por conta própria, e isso vem com muitas tentativas e erros. E na experiência gay, muitos erros. Eu diria 80% de erro e 20% de tentativa. Eu olho ao redor da comunidade gay agora, e acho que isso está representado no filme, mas vejo muita escuridão, muita dissociação, muito uso de sexo e drogas como meio de lidar com a situação.

PATTINSON: Você acha que isso mudou recentemente?
FIRSTMAN: Notei uma diferença desde a pandemia. Às vezes eu brinco que você tira o sexo dos gays por um mês durante a quarentena, e eles vão compensar nos próximos seis anos. Mas acho que os gays lidam com isso de maneiras diferentes das outras pessoas. Além disso, as drogas se tornaram muito mais modernas do que antes. Nos meus primeiros anos festejando em Los Angeles, havia cocaína por aí, você usava um pouco de molly, mas era como se você fosse festejar e depois fizesse uma pequena pausa para as drogas. E agora eu olho em volta e é como se você usasse drogas e fizesse uma pequena pausa para a festa. Não estou entusiasmado com isso e não gosto de partes de mim onde me vejo ficando preso nesses ciclos, mas espero que seja uma fase. Isso também está começando a ser falado dentro da comunidade, então esperamos que possamos nos unir e resolver essa situação.

PATTINSON: A maneira como você fala sobre sua vida sempre parece tão selvagem, e então você é incrivelmente profissional. Você realmente parece muito, muito sensato o tempo todo. Não posso confundir as duas impressões. É muito estranho. Mesmo quando fomos à exibição em Londres, eu pensei: “Todo mundo está tão calmo, sentado em silêncio total”. Eu esperava que fosse absolutamente louco. [Risos]
FIRSTMAN: Sim, durante a exibição, estou tomando doses de G para me preparar para fazer minhas perguntas e respostas, mas consigo realmente permanecer bastante lúcido. É meu presente ou minha maldição.

ROBERT PATTINSON: E sempre parecendo saudável. É bizarro. [Risos]
FIRSTMAN: Vamos rezar para que continue assim. Quero falar sobre algo que você disse. Foi no seu aniversário e você disse: “Jordan, você é tão talentoso, mas não tenho ideia de como será sua carreira. Não tenho ideia se há um lugar para você na sociedade.”

PATTINSON: [Risos] Eu não disse isso!
FIRSTMAN: Sim, você disse.

PATTINSON: [Risos] Isso é horrível! Essa seria uma das minhas perguntas!
FIRSTMAN: “Onde diabos é o seu lugar na sociedade?”

PATTINSON: Quero dizer, é assim que eu vejo tudo. Estou constantemente pensando que vamos passar a maior parte da nossa vida desempregado e desesperado e se sentindo um fracasso total. Acho que é isso que a vida é. [Risos]
FIRSTMAN: Se Robert Pattinson está dizendo isso, não há esperança para ninguém nunca estar satisfeito.

PATTINSON: Eu acho que é apenas parte disso.
FIRSTMAN: Mas acho que a maioria das pessoas está silenciosamente conformadas com suas vidas. Existe um tipo específico de doença que as pessoas do show business têm, essa síndrome do nunca ser suficiente. Mas não acho que sejam todos no mundo. Há algumas pessoas que estão contentes.

PATTINSON: Eu não sei, eu sinto que você está especificamente no máximo na maior parte do tempo em que está fazendo um trabalho e está empregado por três meses. Essa é a coisa mais estressante do mundo.
FIRSTMAN: Você tinha outra pergunta muito boa. Eu pude ver em seus olhos.

PATTINSON: Oh Deus. É irritante porque continuo tentando fazer perguntas sobre redes sociais, mas literalmente nem sei o que perguntar porque não tenho nenhum compromisso com isso, então não consigo imaginar o processo de você fazer essas coisas. Eu acho que isso choca de você como um ovo. Você acha que está abordando fazer um filme de maneira diferente de como faz um esboço nas redes sociais? Não consigo imaginar que seja tão diferente.
FIRSTMAN: Acho que é um pouco a mesma coisa, mas tenho uma coisa em que, quando supero alguma coisa, a energia não me deixa mais fazer isso. Não consigo gravar um vídeo porque simplesmente não me importo. Então, se minha convicção não estiver lá, isso fica evidente. Eu olho para o filme e penso, eu quero me sair bem e estou tão interessado nisso, então vou com força total. Foi assim que me senti com os vídeos naquele primeiro ano. E eu olho para esses vídeos, mesmo aqueles que não considero mais engraçados, e penso: “Caramba, eu estava comprometido”. E não estou mais comprometido com eles. Às vezes ainda tenho ideias muito engraçadas para os vídeos, vou gravar e penso: “Simplesmente não estou lá. Eu não posso fazer isso.” Você já teve que fazer um projeto no qual não gostava nem um pouco?

PATTINSON: Na verdade não. Tenho um medo muito profundo de humilhação. E também, você meio que sabe que depende de você. Você pode dizer que é um roteiro de merda ou que o diretor é um idiota ou blá, blá, blá, mas no final das contas, ninguém vai se importar com os motivos. Você é aquele que todo mundo vai dizer que é ruim. E a grande maioria das pessoas dirá que você é ruim, mesmo quando deu o seu melhor.
FIRSTMAN: Sim. Mesmo quando você é incrível nisso.

PATTINSON: Sim. Você se importa mais ou menos em ser relevante fazendo um filme ou fazendo coisas no Instagram?
FIRSTMAN: Aprendi muito sobre ser relevante na internet. Fiz uma lista de prós e contras no final do ano, e uma das minhas saídas foi ser consistentemente relevante. Eu acho que você pode ter um momento de relevância a cada dois anos, e essa é a melhor maneira de fazer isso. As pessoas que são relevantes o tempo todo, não é o jeito de viver. Você vai se esgotar e morrer cedo. A pandemia foi minha primeira experiência de relevância e é uma droga muito viciante. Já tomei quase todas as drogas e nada bate como quanto a relevância. Mas quando vai embora, a abstinência é uma loucura. Acho que é aprender a aproveitar esses momentos intermediários e não enlouquecer. É mais fácil falar do que fazer, e ainda me sinto muito desconfortável. No último ano e meio, sinto que estive em baixa com a relevância e tem sido um desafio.

PATTINSON: É sempre difícil saber como não saturar tudo, ou quanto tempo esperar. E então, às vezes, se você esperar muito tempo e então tentar causar um grande impacto, se não funcionar, você estará em uma situação muito, muito perigosa depois.
FIRSTMAN: Adoro como você está preparado. São muitas perguntas e são muito boas. Você é melhor do que a maioria dos jornalistas com quem conversei.

PATTINSON: Na verdade, de repente tenho muito respeito pelos jornalistas. Eu literalmente não sei como fazer isso. Tenho mais alguma? Estou ficando sem. Merda.
FIRSTMAN: Eu me sinto bem. Você se sente bem?

PATTINSON: Na verdade, eu escrevi muitas anotações, e quando olho para elas penso, “O que você está tentando dizer?” Estou olhando para um deles agora, não é nem uma pergunta. É apenas um longo e complicado fluxo de consciência, que nem eu entendo o que estou tentando dizer.
FIRSTMAN: Mas tenho certeza de que é inteligente.

PATTINSON: Em algum lugar bem no fundo dos recessos. Mas sim, estou tão feliz que as pessoas estejam se conectando ao filme.
FIRSTMAN: Estou tão feliz que você faz parte disso. É tão aleatório, mas também faz todo o sentido.

Fonte | Tradução: MaLu

Robert Pattinson teve o seu dia de entrevistador para a revista Interview, onde conversou com o comediante Jordan Firstman. Durante a entrevista, eles falaram se já tiveram algum projeto que simplesmente “não gostavam”. Em resposta, Pattinson disse: “Na verdade não”, mas explicou que ele realmente tem medo de não ser capaz de se comprometer totalmente com um papel e dar tudo de si, que é algo que ele tem que pensado bastante antes de decidir desempenhar um papel.

“Tenho um medo muito profundo de humilhação”, disse ele. “E também, você meio que sabe que depende de você. Você pode dizer que é um roteiro de merda ou que o diretor é um idiota ou blá, blá, blá, mas no final das contas, ninguém vai se importar com os motivos. Você é aquele que todo mundo vai dizer que é o fracassado. E a grande maioria das pessoas dirá que você é uma vergonha, mesmo quando deu o seu melhor.”

A estrela de Crepúsculo já falou sobre a ansiedade que sente em torno de sua carreira e a pressão para permanecer ativo em Hollywood. Embora adore fazer filmes independentes, ele disse à revista GQ em 2020 que percebeu que queria mais segurança depois de começar o ano sem empregos definidos.

“O problema que descobri foi que, por mais que eu adorasse os filmes independentes que eu estava fazendo, ninguém os via”, disse ele ao canal na época. “E então é uma coisa assustadora, porque não sei até que ponto isso é viável para uma carreira… Não sei quantas pessoas realmente existem na indústria que estão dispostas a apoiá-lo sem qualquer viabilidade comercial.”

Agora, anos depois, a ideia de encontrar o seu lugar em Hollywood, ou na sociedade em geral, ainda está na mente de Pattinson. “Estou constantemente pensando que vou passar a maior parte da minha vida desempregado, desesperado e se sentindo um fracasso total”, disse ele a Firstman. “Acho que a vida é isso.” O ator acrescentou: “É como se você estivesse dando o seu máximo na maior parte do tempo em que está fazendo um trabalho e tem um emprego por apenas três meses. Essa é a coisa mais estressante do mundo.”

Embora Pattinson se sinta assim, ele definitivamente fez seu nome na indústria, desde estrelar projetos independentes como The Lighthouse, Tenet e Damsel, até assumir o papel de Batman no filme de Matt Reeves de 2022.

Fonte | Tradução: Ana Paula

Como noticiamos na semana passada, Robert Pattinson é a nova capa da ES Magazine, trazendo nova entrevista e sessão com fotos inéditas. Traduzimos a entrevista completa e você pode ler a seguir.

Depois de dormir muito pouco, você pode pensar que o ator e ícone geracional que é Robert Pattinson não seria tão comunicativo. Mas não, ele conta a Alexandra Jones sobre ataques de pânico na pista de dança, dietas baseadas apenas em batatas e o medo de fazer uma pausa.

Mesmo com um boné de beisebol puxado para baixo cobrindo seus olhos, pois estava acordado desde as 4 da manhã, (agora são 7 da noite) quando fico cara a cara com Robert Pattinson ele rapidamente me garante que está totalmente bem. O fato de ele ter acordado cedo é porque está no meio das filmagens de um novo filme: um filme que o deixa extremamente entusiasmado.

“É com o diretor de Parasita, Bong Joon-ho, e é diferente de tudo que já fiz antes”, diz ele. “O filme é tão louco, é um estilo de trabalho completamente diferente.” No filme – Mickey 17, baseado em um romance distópico de ficção científica de Edward Ashton: Pattinson interpreta duas versões de si mesmo (ambos clones) que se unem para trabalhar juntos. “É tanta conversa”, diz ele. Ele está hospedado em um pequeno hotel em Bedford perto de um grande hangar do aeroporto onde eles construíram o set. À noite, ele volta para seu quarto, ficando cada vez mais preocupado que possa ser assombrado. “De qualquer forma, só hoje que fui perceber que eu provavelmente não estou vendo fantasmas – deve ser porque eu tenho bebido cerca de 17 xícaras de café por dia.” Então, apenas para confirmar: Robert Pattinson não está ficando louco, ele só está muito, muito cansado.

Por um longo tempo, Pattinson tem sido um dos atores consistentemente interessantes de sua geração. Mais recentemente, ele voltou para o território dos filmes de grande bilheteria, como um Bruce Wayne agradavelmente incomum em O Batman. Durante a década passada ele aperfeiçoou sua técnica em filmes art-house e indie, interpretando frequentemente personagens criminosos, atípicos e desagradáveis para alguns dos diretores mais respeitados do mundo (David Cronenberg e Christopher Nolan entre eles). Pessoalmente meu favorito é Pattinson como o traficante profundamente antipático Connie, no frenético filme dos irmãos Safdie, Bom Comportamento. Você esquece que está assistindo a um homem que já foi considerado o galã adolescente mais bonito do mundo, o que é basicamente a questão. A narrativa por muitos anos tem sido que as escolhas de carreira de Pattinson são uma reação contra o megaestrelato que foi empurrado sobre ele durante seu tempo interpretando Edward Cullen na franquia Twilight.

Mas enfim, ele está aqui como embaixador de fragrâncias da Dior, envolvido no relançamento do Dior Homme Sport e na adição de um creme de barbear à linha mais vendida. Ele trabalha com a marca há 10 felizes anos, tanto que ele me diz que se tornou amigo íntimo de muitas pessoas da empresa. “Eu não estou dizendo isso apenas para ser legal. Tem sido uma das experiências pessoais e de trabalho mais agradáveis ​​que já tive na minha vida.” Em termos de fragrância, ele diz que é ruim em identificar quais são seus cheiros favoritos, “mas – quero dizer, é meio cafona – se você está apaixonado por alguém, o cheiro dela se torna muito particular para você… então sim, algo como “namorada de roupão”. A namorada dele é a modelo e musicista Suki Waterhouse. O casal está junto há vários anos, embora só recentemente tenham se tornado ‘oficiais no tapete vermelho’ e, dado o interesse público em seus relacionamentos anteriores (primeiro com a co-estrela de Crepúsculo, Kristen Stewart, depois com a musicista FKA twigs), talvez não seja de se admirar que eles tenham permanecido fora do radar por tanto tempo.

O que ele mais gosta em trabalhar com a Dior são as oportunidades que a marca oferece-o, diz ele. No último anúncio da fragrância Dior Homme, ele teve a chance de enfrentar um de seus maiores medos: dançar em público. “Achei que tinha quebrado minha maldição quando fiz aquela cena [que envolve Pattinson se remexendo de forma exuberante e descontrolada]. Mas então fui a uma festa algumas semanas depois – pensando que era como o Billy Elliot, e assim que dei um passo na pista de dança tive um dos maiores ataques de pânico da minha vida. Você sabe quando pensa que é aquele cara e, de repente, é brutalmente humilhado? Sim, parecia que meu pai tinha me pego fazendo racha com um carro. Fiquei com frio; Acho que deixei a festa depois disso.” Pattinson falou no passado sobre o fato de que se sente desconfortável em ser o centro das atenções e não gosta de multidões.

Atuar parece uma escolha de carreira estranha para alguém com essas aversões específicas, porém, presumivelmente, ele não esperava que fosse gerar essa luxúria fanática em cerca de metade das adolescentes do mundo. Talvez o momento em que temos uma percepção mais profunda de suas opiniões sobre a fama seja através de Fear & Shame (Medo & Vergonha), o curta de comédia de três minutos que ele escreveu e estrelou, em 2017. Neste, uma celebridade faminta se encontra em um neurótico espiral descendente enquanto corre por Nova York em busca de um cachorro-quente. Ele tenta escapar dos paparazzi e evita ser reconhecido (“Ele é de Teen Wolf”, diz uma garota na rua. “Ela definitivamente está zombando de você”, responde o monólogo interno de Pattinson). Temos uma noção da claustrofobia e paranóia que alguém nessa posição pode experimentar.

O problema é que ele é muito gostoso. Mesmo com o mínimo de sono, Pattinson é bonito o suficiente para fazer você corar (e eu nem era Team Edward naquela época): maxilar pontudo e leonino, ele também é despretensioso, autodepreciativo. Na sessão de fotos para esta edição, ele entrou com tão pouco alarde (segurando uma sacola reutilizável com estampa de cachorro com seu almoço dentro) que a princípio ninguém percebeu que ele havia chegado. Ele se moveu pela sala, apertando a mão de todos, dizendo ‘olá’ para cada membro da equipe. Ele não é exatamente charmoso, daquele jeito polido de LA, ele é muito inglês e inquieto (ele fuma em um vape durante a entrevista – não é um com sabor, ele me diz – ele está tentando parar), mas ele é engraçado. Não é algo que eu esperava, você raramente lê isso sobre ele, mas tudo o que ele diz tem uma inflexão perversamente irônica. Ele tem um olho aguçado para o absurdo (veja novamente: Fear & Shame) e sempre da risada, muitas vezes de si mesmo. Nos dias que antecederam nossa entrevista, me deparei com várias pessoas que o conhecem ou que já o encontraram, todas tinham uma ótima impressão. A escritora de Sucessão Lucy Prebble, por exemplo, elogia ele; eles não são próximos, mas já se encontraram algumas vezes e ele é muito divertido, ela me diz, bom para sair à noite.

Eu não posso te dizer qual é a equação que leva um ator gostoso a ser rotulado como um ‘ator sério’ enquanto outro é descartado como mero ‘colírio para os olhos’, mas Pattinson certamente não é o primeiro a achar frustrante o destino que lhe foi atribuído. No início deste ano, Alexander Skarsgård disse que depois de seu primeiro emprego, ele acabou em uma ‘estúpida ‘lista sexy e gostoso” e então ninguém o levou a sério. No passado, Pattinson falou sobre resistir à pressão de ficar muito malhado para interpretar seus personagens, incluindo Batman. Foi uma piada, ele diz (‘embora eu tenha me encrencado ao dizer que não malho, até mesmo o meu treinador disse: ‘Por que você diria isso?‘), mas a fala certamente sugere seu desconforto em ser visto como um símbolo sexual. Também é, ele aponta, ‘muito embaraçoso quando você entra em um padrão de responder a perguntas sobre seu treino, porque sempre haverá um cara que está em melhor forma do que você‘.

Brincadeira ou não, suas falas trouxeram atenção para a pressão que os homens enfrentam para ter uma determinada aparência, uma pressão que vem sendo filtrada constantemente para meninos cada vez mais jovens. ‘Sim, é uma loucura’, diz ele. “E é muito, muito fácil cair nesse padrão também, mesmo que você esteja apenas acompanhando sua ingestão de calorias, é extraordinariamente viciante – e você não percebe o quão traiçoeiro é até que seja tarde demais.” Pattinson diz que ele nunca lutou com a imagem corporal, ‘mas basicamente tentei todos os modismos que você pode imaginar, tudo exceto consistência. Certa vez, comi apenas batatas por duas semanas, uma desintoxicação. Apenas batatas cozidas e sal rosa do Himalaia. Aparentemente é uma limpeza… você definitivamente perde peso. E eu tentei fazer a dieta cetogênica uma vez. Eu estava tipo, “Oh, existe uma dieta em que você só come tábuas de charcutaria e queijo o tempo todo?” Mas não sabia que você não pode tomar cerveja, isso anula completamente o propósito.” Uma de suas resoluções para 2023 é tentar a consistência – e adotar um cachorro. “Passei tantas horas olhando fotos de cachorros diferentes, literalmente por meses e meses, então, se eu não adotar um, será uma perda de tempo colossal. Quero dizer, eu realmente investi nisso.” Ele me disse que prefere os desleixados e nanicos.

É engraçado que neste próximo filme ele interprete clones de si mesmo porque há nas redes sociais um deepfake (inteligência artificial que gera uma falsificação profunda) de Robert Pattinson. “Eu sei, é assustador”, diz ele. ‘A quantidade de pessoas que me conhecem muito bem e ainda vão ficar tipo, “Por que você está fazendo esses vídeos estranhos de dança no TikTok?” É realmente bizarro. Você acaba percebendo que estamos a dois anos de sermos indistinguíveis da realidade – e o que diabos eu vou fazer como trabalho então?’

Apesar de ter uma agenda tão intensa que beira a psicodelia, ele me diz que ainda se preocupa sobre o próximo trabalho. ‘Existe algo em mim que é muito, muito profundo e faz com que a ideia de tirar férias pareça uma impossibilidade… Eu me pego pensando: “Não, eu tenho que continuar trabalhando, tenho que continuar trabalhando o tempo todo, pode ser minha última oportunidade, tenho que deixar a pausa pra quando for necessária. É genético. Meu pai sempre foi ruim em tirar férias’, continua. ‘Ele sempre adorava, mas eu me lembro, mesmo sendo muito novo, que sempre havia lágrimas na noite anterior – ele dizia: ‘Apenas vá sem mim, apenas vá sem mim.’

Porém, ele me diz assim que terminamos a entrevista, que a sua hora de tirar uma folga chegará. ‘E enquanto isso’, ele sorri, ‘estarei aqui lutando contra o demônio fantasma.’

Fonte | Tradução: Mayara Fortino – Equipe RPBR

A ES Magazine trouxe em sua primeira edição de 2023 o ator Robert Pattinson em sua capa! Com uma nova sessão de fotos e entrevista, o ator fala sobre ataques de pânico na pista de dança, dietas só de batata e medo de tirar uma folga. Além disso, o ator também mencionou um assunto recorrente nas redes sociais: suas deep fakes.

“É assustador. A quantidade de pessoas que me conhecem muito bem e ainda fica tipo, ‘Por que você está fazendo esses vídeos estranhos de dança no TikTok?’. É realmente bizarro. Você percebe que estamos a dois anos de ser indistinguível da realidade – e o que diabos vou fazer como trabalho então?”.

Confira a capa na galeria, em breve atualizaremos com mais imagens da revista.
001.jpeg

x SCANS > INTERNACIONAIS > 2023 > ES MAGAZINE

x PHOTOSHOOTS > 2023 > ES MAGAZINE