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Como sabemos, Robert Pattinson esteve recentemente trabalhando na divulgação de sua campanha publicitária para a Dior. Certo dia no ‘Beverly Hills Hotel’ ele concedeu várias entrevistas para diversos meios de comunicação, e elas estão sendo divulgadas aos poucos. A entrevista que você lerá à seguir foi feita pela revista InStyle do Reino Unido. Veja à seguir os scans em alta resolução e a tradução completa feita pela nossa equipe.


x Scans > Internacionais > 2013 > Agosto 2013 – InStyle (UK)

Há uma mudança de energia quando uma estrela de um certo status entra em um prédio. Você sente isso quando Kate Moss entra em uma sala – a atmosfera torna-se estranhamente carregada. E você sente isso quando Robert Pattinson está a dez metros de distância, do outro lado da porta de uma suíte do hotel Beverly Hills. Embora o hotel seja um ponto de parada diária das celebridades – Rachel Zoe está no Polo Lounge hoje almoçando, usando um chapéu bem grande; January Jones estava no saguão na noite anterior – a presença de Robert criou uma corrente palpável no ar. Trim, uma imaculada mulher parisienses da casa Dior (Ele recentemente assinou um contrato para ser o novo rosto da fragrância Dior Homme) anda para cima e para baixo pelos corredores, com uma prancheta, parecendo lindamente apreensiva. “Robert está pronto, sim?”, sussurra uma delas pela porta, enquanto um guarda de segurança impenetrável, me acena com a cabeça para que eu entre na sala onde está uma das estrelas infinitamente mais faladas da década.

A figura que se levanta do sofá não carrega consigo o ego de alguém cuja imagem vale 25 milhões dólares. Ou com Edward Cullen, o misterioso vampiro adolescente que levou Robert Pattinson a um nível de fama quase que inimaginável. Ele é muito educado quando aperta minha mão, e parece um pouco nervoso, como um adolescente que se reúne com os pais de sua namorada pela primeira vez. O cabelo que lançou mil fansites está escondido hoje, com um boné de beisebol usado de trás para frente. Ele está usando um macio moletom azul marinho, calça jeans escura e meias manchadas com seus tênis pretos – o uniforme de um rapaz de classe média do oeste de Londres, estranhamente incompatível no meio de toda esta riqueza de LA. Parece ridículo dizer como ele está bonito. Claro que ele está – ele é Robert Pattinson. Mas ele não é imponente e confiante, não da maneira que se espera que os ícones das telonas sejam. É mais um cara com aparência jovem que não se sente inteiramente confortável com sua beleza ganhada na loteria.

Pattinson é famoso por não gostar desta parte do trabalho – entrevistas – mas não há hostilidade na sala hoje, é mais como um jovem simpático em um casamento, forçado a sentar-se ao lado de um parente idoso, rindo diplomaticamente das minhas piadas, conectando seus pensamentos muito impostos por “kind of, sorta and like”, de LA. Ele é doce, surpreendentemente simpático e sorri muito. Dando goles em uma coca-cola light e infinitas tragadas em um cigarro eletrônico, ele fala sobre Dr. Who (“Eu nunca vi um episódio. Isso é muito ruim, não é?”) E Game of Thrones (“Todo mundo está obcecado por ele. Uma loucura. “)

Ele sabe muito sobre a “loucura”, tendo sido lançado para um nível de fama que desafiou todas as expectativas. Um papel em Harry Potter e o Cálice de Fogo, fez com que fosse anunciado como “o próximo Jude Law”. Então, em 2008, ele venceu 3.000 rapazes para conseguir o papel principal na saga Crepúsculo. E aí sua vida foi transformada. Estes dias, as campanhas da fragrância se tornaram um movimento deliberado em sua carreira para as estrelas da classe A, que assinam contratos com grandes estilistas e campanhas comandadas por diretores de renome. E quem melhor para representar a sua marca do que o homem no centro da franquia de filmes que vale mais de 3 bilhões de dólares? A Dior foi muito inteligente. Os anúncios são impressionantemente atmosféricos, como um pequeno filme de Warhol, gravado entre a linha do horizonte de Nova York por Nan Goldin, com Robert correndo emcima de telhados e tendo encontros apaixonados com uma jovem atriz francesa. Ele parece com um latente James Dean. Seu cabelo foi cortado quase que como o corte curto que os rapazes usam no exército.

“Inicialmente eu queria raspá-lo. Eu queria ter o cabelo realmente curto para isso.” Ele faz uma pausa, pensativo. “Eu acho que foi por medo, na verdade. Você está fazendo um comercial você não quer parecer que está posando…” Já lhe foi oferecido grandes ofertas de contratos em que lhe ofereciam muito dinheiro antes, provavelmente quase sempre. Ainda assim, parece algo improvável para alguém tão abertamente privado, fazer uma campanha publicitária. Então, por que agora?

“Antes, eu estava tão obcecado com o pensamento: ‘As pessoas vão pensar que você está se vendendo.’ E agora, é claro, vários atores já fizeram pela menos uma dessas campanhas. No passado, eu sempre dizia não pra tudo. Eu pensei que seria julgado por isso.” O que te fez mudar de ideia? “A Dior fez a proposta e eu me senti bem. Foi uma grande decisão – Eu já recusei muitos outras antes, no último minuto.”

Claro que ele o fez. Crepúsculo não foi o que foi sem o seu preço. Pattinson vive sob uma constante perseguição de paparazzis e fãs frenéticas, e sua vida privada é falada todos os dias. Rigorosamente hoje não pode ser feita nenhuma pergunta sobre sua separação com Kristen Stewart, mas eu me pergunto se ele sente que o preço a pagar valeu a pena? A franquia tem, afinal, lhe dado o dinheiro e o poder de escolher o que ele faz em seguida em Hollywood.

“Mais ou menos. Pode ser realmente difícil fazer uma transição de algo como Crepúsculo, uma vez que as pessoas se identificam com algo assim, é difícil encontrar o caminho para sair disso. E também, quero dizer, eu não sou escolhido tão facilmente devido ao meu… físico. Eu sou muito magro. Eu não posso fazer um filme de esportes ou algo assim, não é? Eu nunca vou interpretar ‘um desses caras’ ”.

Certamente ele sabe que é material de protagonista? “Eu não sei”, ele sopra o cigarro eletrônico e ri. “Talvez eu tenha dismorfia corporal.” Será que ele não se vê com alguém de boa aparência? Ele franze a testa. “Depende, às vezes. Mas eu sou meio estranho sobre minha aparência. Uma vez que te fotografam muito, você muda. Eu me lembro quando eu vi Crepúsculo pela primeira vez, eu não me importava com a minha aparência – havia menos pressão, eu acho. Eu era como, ‘eu pareço um merda!’ “, Ele ri.

E agora, há uma pressão em abundância. Na noite anterior, eu o tinha visto em um evento da Dior em Los Angeles, para lançar a campanha. Ele chegou parecendo arrojado com um traje azul-marinho e respondeu a perguntas obedientemente, mas ele parecia curiosamente tímido para alguém tão acostumado a ser fotografado e contemplado.

“Toda vez que apareço em algum lugar, eu penso: ‘Eu não sei quantas vezes mais eu posso fazer isso’. Vestir-me para ir a algum lugar e ser olhado por todos – Eu fico tão nervoso. Até o último segundo em que eu tenho que sair, eu me troco um milhão de vezes. É uma loucura. Literalmente, pouco antes de ir, me olho no espelho e penso: ‘Você parece um merda’. Eu começo a me preocupar com as rugas. ” Ele tem só 27 anos. Sério? “Honestamente. Todos que trabalham comigo sabem que vão ter que sentar e esperar por mim, para que eu passe por todo meu processo de ter meu ataque de pânico sobre como me vejo.”

É difícil decidir se ele poderia ter escolhido este caminho se soubesse o que sabe agora. Ele era um garoto de classe média de um subúrbio do oeste de Londres, filho de uma agente de modelos e um empresário, que acabou o lançando em um grupo de teatro local quando era adolescente. E, como ele aponta, ninguém sabia que Crepúsculo ia decolar (“Foi tudo tão inesperado – o estúdio ainda sequer havia comprado os direitos sobre os outros livros, de modo que acabaram em parafusos”). Atores como Daniel Craig e Matt Smith, pelo menos sabiam o que estavam assinando, interpretando personagens que inspiram convenções de fãs e indústrias inteiras. Apesar do sucesso dos romances, ninguém poderia ter previsto a resposta febril aos filmes da saga Crepúsculo.

“Ninguém tinha a menor ideia. Mas foi bom para mim, de certa forma, porque eu vejo pessoas se interessarem por grandes filmes mas elas não têm a oportunidade de dizer, ‘Eu não sabia que isso ia acontecer’ . Este é meu passe livre para a prisão”, ele sorri com tristeza. “Isso significa dizer que eu posso me comportar como eu quero, porque eu cheguei aqui por acaso. Torna-se mais fácil dizer as coisas quando os paparazzi me irritam . Posso dizer que eu não queria isso e eu não sabia que isso ia acontecer.” É o ponto mais enfático que ele soou durante toda a manhã, a única vez em que ele não parecia ser um adolescente.

Crepúsculo foi sua base de decolagem, mas suas outras escolhas de filmes têm sido um pouco mais seletivas, muitas vezes conscientemente tem escolhido projetos independentes. Ele interpretou Salvador Dali de baixo orçamento em Little Ashes, e estrelou ao lado de Reese Witherspoon no comercialmente discreto Water For Elephants. Ele recentemente terminou de filmar o suspense australiano The Rover com Guy Pearce, e se reuniu com o diretor David Cronenberg este ano para “Maps To The Stars” com Julianne Moore, uma sátira sobre o excesso de Hollywood e a cultura das celebridades – algo que ele provavelmente tem uma grande dose de introspecção. É seu segundo trabalho com Cronenberg que o escalou para Cosmopolis, um aclamado drama de ficção científica que ganhou uma nomeação para a Palma de Ouro no Festival de Cannes do ano passado. Isso nós dá um sentido definido de que Robert Pattinson quer seguir em frente e crescer. Ele está criando um Johnny Depp.

“Eu tive muita sorte com Cosmopolis. Eu o peguei quando estava terminando os filmes de Crepúsculo e eu me senti meio que me legitimando um pouco.” Será que ele sentia que precisava se legitimar como ator, então? “Não é que eu esteja menosprezando Crepúsculo, mas é como… “ ele faz uma pausa cuidadosamente , prevendo como isso pode ser lido na imprensa e sensatamente muda de rumo. “Foi mais porque tão de repente entrei em um filme de David Cronenberg e, em seguida, fomos para Cannes. Foi… algo grandioso, eu acho.” Ele acrescenta: “Eu nunca realmente me senti como um ator antes.” Por que não? “Porque eu simplesmente tive sorte no que fiz e escolhi. Quer dizer, eu sabia que tinha muito bom gosto para filmes e eu sabia o que eu queria fazer, mas eu acho que eu realmente não sabia como fazer. Parecia que eu estava apenas imaginando, deixando acontecer. Em Cosmopolis eu estava tipo, ‘OK, eu posso fazer isso de outra forma’ é uma luta , uma vez que você faz filmes adolescentes: eles são maiores, mais o difícil é fazer com que as pessoas te vejam em qualquer outra coisa, é uma coisa difícil de se fazer.”

Ele tem o cuidado de levar uma vida relativamente discreta aqui em LA. As fotos dos paparazzis trazem ofertas abundantes, como ele carregamento uma mesa de ping-pong em sua pick-up; fazendo compras em um super mercado (“Robert Pattinson compra papel higiênico!” Exibiu uma manchete recentemente), mas ele evita os eventos de tapete vermelho e publicidade, e odeia Twitter: “Essa coisa é um pesadelo – por que eu iria querer atrair mais atenção para mim ?”, e ele parece ter o mesmo grupo de amigos que ele sempre teve, principalmente o parceiro de Sienna Miller, o também ator Tom Sturridge, que ele conhece desde a infância. Pessoas famosas sempre dizem que tinham uma noção de seu próprio destino – não é? Ele era o garoto do poster da escola que todas queriam ter um encontro, o capitão bonitão do time?

“Não, eu nunca sai com a “turma descolada”, diz ele, horrorizado. “Na verdade, na minha escola  se você quisesse fazer parte da turma popular, você tinha que sair e ter o telefone das pessoas, então eu não fazia parte dessa turma. Eu tinha meu pequeno grupo de amigos – que é o mesmo até hoje – e isso soa ridículo porque agora somos todos artistas. Nós realmente nunca éramos convidados para as festas legais e quando éramos, apenas ficávamos no nosso próprio canto.

Há algo um pouco vulnerável sobre Robert Pattinson. Ele é um candidato incomum para o trabalho de estrela de cinema em Hollywood, onde frases de efeito, formação media e peles espessas invadem o território. Ele parece um introvertido que está descobrindo que tem um grande talento fazendo o trabalho de uma pessoa extrovertida, e aprende a se adaptar. Mas e se ele se adaptar demais? Como é que ele faz para se manter na linha e não se tornar alguém metido?

“Porque você vê outras pessoas fazendo isso o tempo todo. É tão fácil ir por esse caminho e ser um idiota total. Lembro-me de trabalhar com um cara assim uma vez. Foi seu primeiro filme e ficamos umas três semanas filmando. Ele estava conversando com alguém e ele tinha acabado de beber a água de sua garrafa e estava segurando-a, à espera de alguém para jogá-la fora pra ele. Eu pensei, “Você está aqui há três semanas!”

“Eu acho que talvez eu seja muito sensível. Eu não quero que as pessoas não gostem de mim.”, ele dá de ombros. “Eu realmente acho que é difícil pedir às pessoas para fazer as coisas para mim. Se você começar a mandar nas pessoas ao redor, eles vão apenas obedecer, pois eles têm que fazer isso. Então elas pensam, ‘OK, você me deu várias ordens, agora eu vou falar um pouco sobre você pelas costas.” Mencionamos sobre o seu apelido, R-Pattz . Ele faz uma careta – ele não está interessado. “Eu não entendo o porque desse apelido. É tão aleatório. Eu não acho que seja uma expressão de carinho, também. É como…” Ele encolhe os ombros e estende as mãos em um gesto de frustração confuso. “Você não pode forçar as pessoas a te respeitar com um apelido desses.” Ele ri. “Eu acho que… é uma coisa pouco estranha, é o que é.”

Ele está a frente da campanha para uma fragrância, então inevitavelmente discutimos sobre perfume. Eu me pergunto que tipo de perfume ele gosta em uma mulher? “Você sabe, é engraçado, mas você pode dizer muito sobre uma pessoa a partir de como ela cheira, você não acha? ” Digo-lhe que uma vez despedi um cara porque eu não gostava de seu cheiro. “Exatamente, é estranho. Você pode dizer o quão boa uma pessoa é, em um tipo engraçado de forma que as pessoas acharão estranho – Acho que o cheiro é estranho. É como uma coisa totalmente animal. Se a essência do corpo de alguém reage a você de uma certa forma, ela pode ser incrível. É extremamente poderosa”. Pergunto-lhe como eu cheiro. “Eu não posso dizer”, ele ri educadamente. Sou o convidado mais velho no casamento novamente. “Eu não te conheço muito bem.” Meu momento embaraçoso é aliviado por uma das senhoras parisienses me dizendo que meu tempo está acabando. “Só mais uma pergunta”, diz ela .

O que ele gostaria que as pessoas dissessem sobre ele? Como ele gostaria de ser lembrado? “Eu não sei. Acho que eu tinha que perguntar pra eles se eu sou um bom amigo.” Ele sorri. “Isso soa como se eu estivesse dizendo que sou a melhor pessoa do mundo?”

Há muitas mulheres por aí que acham que ele é. Mas talvez ele seja só um cara com um boné de beisebol, tentando parar de fumar, que está crescendo diante dos olhos do público. E eu acho que ele está fazendo um bom trabalho com isso.

Fonte | Via | Tradução: Ana Paula Oliveira