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Robert Pattinson é capa da edição de março da revista Numéro Homme, o ator além de ser a capa da revista, concedeu uma entrevista onde revelou mais sobre si mesmo, projetos futuros, pessoas que gostaria de trabalhar e muito mais. Confira à seguir os scans da revista e a entrevista transcrita pela nossa equipe:


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Jogo duplo

Ele se tornou um dos atores mais rentáveis da sua geração por ganhar o coração de milhões de fãs loucas pelo vampiro da saga ‘Crepúsculo’. Longe dos Blockbuster Hollywoodianos, Robert Pattinson agora está investindo seu destino em algo que ninguém teria imaginado: Dior Homme Perfume égérie e Dior Homme Apparel Égérie está florescendo as exigências de sua performance atuando, algumas vezes radicalmente. Entrevista exclusiva.

Quando Robert Pattinson apareceu para os olhos do mundo, dez anos atrás, foi como um agitado estudante de Hogwarts em ‘Harry Potter e o Cálice de Fogo”. A ‘Saga Crepúsculo’ o consagrou depois, em apenas 5 filmes, como uma estrela de estupendo sucesso. Com a cara pálida, ele interpretou um vampiro charmoso e bad-boy, que nunca forçou as adolescentes a querer ele por perto. Por trás da ficção para garotas emotivas, um pouco de elegância surgiu. O que nós achamos de volta no garoto que vai celebrar seu trigésimo aniversário no verão, se perguntando milhares de questões. Como você acha sua auto-credibilidade? O que fazer quando tudo acontece tão rapidamente? Ele poderia ter capitalizado sobre os dólares que ele recebeu e ele poderia ter aceito mais papéis para ganhar sempre mais – o que foi proposto para ele várias e várias vezes – ou,de uma forma mais conhecida, ele poderia ter explorado o mundo da fama e se jogado nele, oferecendo aos fãs fofoqueiros mais uma triste história Hollywoodiana baseada nas drogas e no desaparecimento. Mesmo assim, Pattinson se manteve focado em algo que ninguém, mais além dele, poderia imaginar vindo: o desabrochar de um artista. Mesmo por trás dos blockbusters formatados, o coração pode bater.

O momento da virada começou em 2012. No último episódio de “Crepúsculo”, Robert Pattinson cruzou o tapete vermelho de Cannes, junto a um dos mais respeitados diretores dos últimos 30 anos, David Cronenberg. Abatendo os bilionários ultra-liberais  acostumados, ‘Cosmopolis'(baseado em um livro de Don DeLillo) abriu os olhos de algumas pessoas na audiência e mostrou a exploração do ator. Ele voltou para seus amores esquecidos ‘filmes adolescentes quando alugou o dvd de Godard e Bunuel na locadora local nos subúrbios de Londres. O filme indie voltou como um bumerangue na vida de Robert Pattinson e foi tudo menos perigoso. Mesmo que ele, mais do que ninguém, possa tomar quaisquer riscos (os projetos se auto criam financeiramente graças a seu nome), este tipo de atitude faz dele ainda mais intrigante.

Ao invés de buscar por papéis para Oscar da forma mais respeitada e mais valiosa no mundo do cinema, Pattinson procura por experiências alternativas. Ele filmou mais uma vez com David Cronenberg, em um feroz jogo de massacre dirigido pela indústria do cinema em Los Angeles (‘Maps To The Stars’),e ficou com o louco  mestre alemão Werner Herzog, com seu co-estrela James Franco (‘Queen Of The Desert’). Durante os 6 primeiros meses de 2016, ele vai realizar um golpe duplo completamente inesperado. Depois de filmar com os irmãos Safdie, ícones nova iorquinos dos filmes indies, o garoto britânico está se preparando para entrar no papel do novo filme de Claire Denis -a primeira tentativa da francesa na ficção cientifica. A era tem o símbolo que merece, mas o modelo de liberdade de Robert Pattinson representa algo maior.

 

Numéro Homme: Três ano atrás, depois de Crepúsculo, você trocou de ares, filmando com David Cronenberg. Você equilibrava entre o êxtase e angústia sobre sua carreira futura. Onde você está hoje?

Robert Pattinson: Eu aprendi que leva tempo para os projetos mais inimagináveis simplesmente existirem. As coisas mais loucas são as mais frágeis. Algumas vezes elas começam do zero. Eu estou procurando por diretores que eu queira profundamente trabalhar. Já faz um ano desde que eu realmente quis trabalhar com Claire Denis, e agora está se tornando realidade. Nós vamos filmar juntos essa ficção científica em maio. O técnico dinamarquês Olafur Eliasson vai criar naves espaciais e os buracos negros. Provavelmente vai ser louco!  Eu não sei e minha parte no filme vai ajudar financeiramente mas, mesmo assim, eu vou fazer o filme nos próximos dias, talvez tenha uma pequena possibilidade de eu influenciar isso um pouco. O projeto é assinado por Josh e Benny Safdie, diretores indies Nova iorquinos totalmente secretos, no melhor sentido do mundo. Josh me contou sobre como fez seu primeiro filme ‘O prazer de ser roubado’, com dinheiro de anúncios em sacolas plásticas. Graças a um simples anuncio ele fez um filme inteiro!

Numéro Homme: Os irmãos Safdie disseram em uma entrevista que você era um indomável. Um elogio muito bom vindo deles…

Robert Pattinson: Eu adoro eles. Eu encontrei a fotografia do filme deles ‘Haven Knows What’ mesmo antes do trailer sair. Estupefaço pela força desta imagem, instantaneamente  mandei um e-mail para Brady Corbert, com quem filmei, porque ele se tornou um diretor. Eu soube que ele tinha muitas conexões em Nova York. Evidentemente ele conhecia os irmãos Safdie. Eu conheci eles, e dois meses depois, eles me mandaram um dos melhores roteiros que eu já li. Com eles eu vou descobrir outro cinema. Os atores com quem eu vou atuar não são profissionais, porque Josh e Benny fazem audições selvagens. Eu não vou ser olhado como um ator clássico ali.

Numéro Homme: Ao migrar para um cinema exigente, você se sente como se tivesse encontrado o seu caminho? A era ‘Crepúsculo’ parece estar completamente acabada…

Robert Pattinson: Eu imagino que a audiência mantenha uma certa imagem de mim. Eu sempre senti que eu tinha que me provar. Eu não tinha papeis o suficiente para fazer eles me verem de forma diferente. Esperando por isso, eu segui meu caminho, sempre lembrando de diversificar a mim mesmo. Eu acabei de voltar das filmagens de James Gray na Colômbia (The Lost City City Of Z): um filme de aventura com costumes onde os personagens estão submetidos a fome. Eles se perdem na selva e acidentalmente acham ruínas. James Gray é um bajulador, aqui na França, certo? Ele é um cara perfeito. Eu nunca encontrei alguém tão nova iorquino como ele. Ele realmente é a melhor companhia para se estar em uma floresta (risos). Quando nós fomos para um rio, ele fez esfoliação como os cientistas fazem, para evitar contaminações.

Numéro Homme: essa locação no meio do nada, te ajudou?

Robert Pattinson: muito. Eu amo o desconfortável, atmosfera de surpresa que faz você entrar em outra dimensão. É mais simples do que eu estou acostumado mas ao mesmo tempo mais difícil. Eu tive uma progressão caótica, com momentos de explosão. Levo anos para digerir o que aconteceu comigo, o sucesso dos filmes, a fama… Quando era mais jovem eu não tinha um plano de carreira, nenhuma ambição particular. Eu as criei de tempo em tempo.

Numéro Homme: Sua família se mantem longe ou perto da indústria cinematográfica?

Robert Pattinson: De modo nenhum. Minha família realmente não vai ao cinema ou ver peças nos teatros. Meu pai vendia carros, minha mãe trabalhava em uma agência de modelos. Mas a ideia de atuar me interessou. Eu frequentei uma escola de teatro, então isso teve um efeito estranho em mim: os outros alunos estavam tão seguros de si mesmos se tornando atores e eu simplesmente desliguei de mim mesmo. Eu vim de uma criação muito rígida, onde eu fui expulso da escola, aí então que tudo mudou, porque a escola era mais liberal, eu acho. Realmente foi, mais tarde, que eu pode investir em uma companhia de teatro no meu distrito, em que eu estava confortável.

Numéro Homme: Quando adolescente, você assistia muitos filmes?

Robert Pattinson: Muitos. Mas o que eu via na tela era estrangeiro com relação a minha própria vida. Todo dia eu via filmes, mesmo sem nem pensar em fazer disso meu trabalho. Para mim, cinema representa uma forma proibida de viver. Eu queria ver o que eu supostamente não poderia ver na minha idade. E por isso, eu tive um cúmplice ideal: o atendente da locadora. Como ele tinha uma paixonite na minha irmã, ele me deixava alugar os mais audaciosos filmes, muitas vezes de classificação de 18 anos -e eu tinha 12- e como condição ele era o que escolhia qual eu assistiria. E foi assim que eu descobri os filmes indies como ‘The Killing of a Chinese Bookie” de John Cassavete. Ele na verdade esperava que minha irmã assistisse e ficasse impressionada com a escolha dele. Nunca aconteceu (risos).

Numéro Homme: E agora você é que está nos filmes indies. O ciclo está completo..

Robert Pattinson: Esses filmes representam meu gosto, com certeza. Quando eu olho minha coleção de DVDS dos meus 17 anos e os diretores com quem eu filmo hoje em dia, alguns fazem parte disso: Wener Herzog, Cronenberg, por exemplo… Eu continuei tendo dificuldades de acreditar.. Eu continuo vendo o nome de Werner como um nome da capa do DVD que se tornou uma pessoa real!

Numéro Homme: Os outros diretores da sua geração te interessam?

Robert Pattinson: Sim, mais e mais. Antes de ‘Childhood Of a Leader’, de Brady Corbert, que tem 27 anos, eu nunca tinha filmado com alguém tão jovem. Foi uma experiência completamente diferente de filmar com um master. Outra visão de cinema. Eu vejo claramente com os irmãos Safdie. eles estão acostumados a todos dizerem não para eles. Eles vivem em um mundo que eles não controlam então eles apenas vão com força. Algumas semanas atrás nós fizemos testes para o filme em um ponto de lava-carros em NY. Nós apenas fomos lá e filmamos umas coisas. Os empregados e os clientes olharam para nós como se fossemos loucos: “Apenas saiam caras. Mas que diabos vocês estão fazendo, credo”. Mas depois eles ligaram para a policia e nós terminamos de filmar a cena.

Numéro Homme: Você tem estado em colaboração com a Dior desde 2013. Você primeiro filmou para campanha de perfume da Dior Homme, dirigida por Romain Gavras. A mais recente foi dirigida por Peter Lindbergh. Como você vê essa colaboração?

Robert Pattinson: Desde o começo todos eles tem sido adoráveis comigo. Desde a primeira reunião, eles me disseram “faça o que você quiser fazer”. A decisão foi fácil de fazer, porque a Dior, nunca me forçou a nada. Eu acho que tem algumas cláusulas no contrato que eles nunca me disseram a respeito (risos)! Aparências publicas por exemplo… É bem legal. Nossa colaboração se estendeu para a campanha de roupas desse ano, que estreia em abril. Eu realmente me sinto em uma atmosfera não corporativa.

Numéro Homme: Se sucesso não pode ser negado, de qualquer forma você quase não fala sobre suas dúvidas, o que é um elemento de transição…

Robert Pattinson: Eu ainda tenho um monte de dúvidas sobre mim mesmo. As pessoas que trabalham comigo sabem disso. Três semanas antes de filmar, eu tenho um ataque de pânico e ligo pra minha família ou para meus amigos dizendo para eles que eu nunca vou ser capaz de fazer isso… Nesse momento eu realmente acho que isso é verdade, minha confiança me deixa para trás, se reduz à farrapos. E depois volta quando estou no set. Mesmo sabendo disso, na próxima vez vai acontecer de novo. As pessoas que me cercam nem me dão ouvidos mais…

Numéro Homme: O que você faz no seu tempo livre quando não está filmando? Você também toca desde que era pequeno mesmo sem ter trabalhado em um álbum…

Robert Pattinson: Eu apenas me permito respirar. É como nos relacionamentos amorosos, se entrar nele dando tudo sem qualquer perspectiva, as coisas estão condenadas desde o início. Poluído. Adoro deixar outro domínio dentro da minha vida, na área criativa. Sair de Los Angeles contribuiu para o meu equilíbrio também. Quando estamos lá, o cérebro funciona estranhamente, imaginamos que sair da cidade por uma semana nos fará desaparecer dos radares. Na Inglaterra, para onde voltei, todas as pessoas que conheço não trabalham na indústria do cinema.

Numéro Homme: Você não pensa em escrever (roteiros) ou dirigir?

Robert Pattinson: Eu comecei a criar roupas. Há dois anos atrás, eu me encontrei com fabricantes e artesãos. Tem muitas peças prontas já. Meu estilo é influenciado pelas cidades que eu vou, a origem dos materiais também vão de acordo com as competências. Em Los Angeles é realmente fácil de trabalhar com demanda e roupas inspiradas em vestuário para trabalho. Na Inglaterra se da mais com lãs e pulôveres. O que eu faço é mais uma multi forma, roupas para homens e mulheres, coisas que eu crio com amigos… Mas eu não quero entrar em detalhes, eu não quero me trazer azar…

Numéro Homme: Possivelmente poderemos ouvir mais sobre isso logo?

Robert Pattinson: Sim, talvez… (risos)

Numéro Homme: Quando digitamos ‘Robert Pattinson’ no Google, a primeira coisa que sempre aparece é sobre sua vida amorosa. Você acha que isso vai mudar em algum momento?

Robert Pattinson: As vezes eu volto pro tempo que isso me deixava completamente bravo. Eu me pergunto o que as pessoas estão procurando quando elas digitam meu nome. Certamente fofocas. Eles estão sozinhos em casa? Dito isso, minha carreira não sofre disso, eu não estou na lista negra em qualquer lugar ainda. Eu estou trabalhando com quem eu quiser em universos interessantes para mim. Então, eu não tenho a intenção de forçar a audiência a mudar o ponto de vista deles. Eu preciso de coisas que funcionem de um jeito orgânico. Talvez um dia eu veja diferente. Bem, eu devo admitir eu continuo caindo na armadilha, caindo na prisão da internet para olhar o que dizem sobre mim. Pelo menos eu nunca senti necessidade de deixar comentários!

Numéro Homme: A regra de ouro das celebridades é nunca responder esses trolls…

Robert Pattinson: Algumas vezes, eu gostaria de responder e gostaria de ter uma conta de twitter para fazer isso. Mas eu sei que eu passaria muito tempo nisso. Eu ia me perder dentro disso noites a fora. De qualquer forma, eu espero evitar esse tipo de vida. Essa é a razão de eu não ter entrado (no twitter)! (risos)

Numéro Homme: O que você não consegue evitar é o tempo passar. Você vai ter 30 anos em maio. Como você vê essa passagem?

Robert Pattinson: Honestamente, é assustador! Faz apenas uma semana que eu pensei sobre isso estar aconteceu, o resultado é, hoje, pela primeira vez em semanas, eu me barbeei com precisão antes de um photoshoot. Eu experimentei algumas roupas ontem, e o modelo que fez a propaganda da roupa, deve ter uns 14 anos. E me olhando no espelho eu me perguntei “Mas por que minha bunda se parece com essa?” (risos)

Numéro Homme: Você tem um foco para os próximos 10 anos? Tem uma meta?

Robert Pattinson: Todos os trabalhos que eu aceito abrem novas portas para mim e perspectivas inesperadas. O tempo todo eu estou atônito por isso, e eu quero ser mais e mais surpreendido. É por isso que eu não foco em uma meta particular. Eu apenas continuo com a mente aberta para tudo que possa surgir para mim.

Numéro Homme: Quando o primeiro ‘Crepúsculo’ foi lançado, algumas pessoas em Hollywood,  te viram chegar com sua atitude britânica, tentando controlar seu comportamento. Eles te pediram para não beber álcool nas premieres por exemplo. E você se rebelou contra isso. Você ainda sente como se estivesse em rebelião?

Robert Pattinson: Não, eu me sinto adormecido, eu fui quebrado pelo sistema. (Risos) Para ser honesto eu não me coloco em situações onde as pessoas ao me redor me dão ordens ou tentam mudar a maneira que eu sou. A liberdade que eu tenho para escolher as pessoas que eu trabalho para produzir algo produz algo realmente interessante: aqueles que me querem fazendo parte dos seus filmes não me dão uma falsa ideia de mim. Então, eles não tentam me torcer ou me mudar. Eu não me arrependo de ter sido rebelde no passando quando era tempo de ser. Se nós tentarmos ser parte de um monde quando somos jovens, isso com certeza vai desencadear um desastre. Nós apenas acabamos não sabendo quem nós somos e começamos a destruir quartos de hotel! (riso) Eu sei quem eu sou. Pelo menos, quase.  Tudo reside no quase.

Fonte – Tradução: Gabi Araujo