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Claire Denis, diretora do próximo projeto de Robert Pattinson, High Life, cedeu uma entrevista a revista Vogue Homme onde revelou detalhes sobre o filme e comentou como conheceu o ator e quão importante foi ele ter aceitado o projeto. Confira a entrevista transcrita pela nossa equipe:


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  • ATENÇÃO: contém spoilers do filme

O ídolo e o Olho

 

Claire Denis, a melancólica diretora de filmes  D’auteur, está com o ídolo adolescente, Robert Pattinson, em seu time em uma das parcerias mais excitante do momento. Aqui ela fala sobre ‘High Life’, um meditativo filme cientifico antes das filmagens começarem em maio.

– Robert Pattinson tinha sido selecionado para estrelar no filme policial ‘Idols Eyes’, de Oliver Assayas, mas os patrocinadores caíram fora e o projeto foi arquivado. A jovem estrela britânica, que surgiu aos olhos do publico como o vampiro Edward Cullen, na serie de filmes góticos, ‘Crepúsculo’, sempre esteve sobre vigia – pronto para se aventurar em projetos que são radicalmente diferentes dos filmes que é esperado de um ator, que alcançou esse sucesso e disparou vários níveis de histeria  em fãs, de se fazer. Agora ele se juntou ao elenco do filme de ficção científica da diretora e escritora francesa Claire Denis, chamado ‘High Life’, co-escrito pelo diretor e escritor britânico Zadie Smith. Patricia Arquette e Mia Goth já tinham sido anunciadas como coadjuvantes de Pattinson. Mesmo completamente ocupada com as preparações do projeto, Claire Denis arrumou um tempo entre seus compromissos em Paris, Londres e Cologne, onde os estúdios de filmagens estão localizados, para falar  para nós como ela veio a conhecer Robert Pattinson – uma longa e sinuosa estrada.

“Eu fiz um roteiro, que era naturalmente em inglês, porque a história se passa no espaço e, não sei porquê, as pessoas falam inglês – ou russo ou chinês –mas definitivamente não falam francês no espaço. Enquanto eu estava escrevendo o roteiro, eu tive um rosto em mente: o ator Philip  Seymour Hoffman. Ninguém nunca tinha me feito sentir tanto senso de humanidade em si próprio. Foi algo tangível. Eu senti como se pudesse toca-lo. E então ele morreu de uma massiva overdose de várias drogas. Ele foi encontrado em casa, sozinho e com uma seringa em seu braço. Naquele momento eu achei que nunca fosse fazer esse filme…  Na minha mente, eu visualizei o rosto dele, o corpo dele, a voz e o ser enigmático. Hoffman era uma pessoa muito quebrada, que a morte repentina e prematura, foi terrivelmente dolorosa para mim, como eu pensei que o que eu gostava tanto nele fosse seu emocional, e sua realidade espiritual que beirava o insuportável. Enquanto eu me sentia completamente abatida, eu tomei conhecimento que Robert Pattinson  tinha ouvido sobre o projeto e queria me conhecer. Eu tinha medo que ele se desapontasse… Eu pensei que talvez ele não tivesse interessado em trabalhar com os tipos de filme que eu faço! Ele leu o roteiro e me disse que ele queria  fazer. Alguma coisa se impressionou dentro de mim, uma sensação de liberdade, um elemento surpresa. A confiança dele em mim renovou minha confiança no projeto.”

“Robert tem o papel principal: um homem bem longe da terra. Um por um, seus companheiros vão morrendo, e ele sobrevive; talvez porque ele é reservado, monástico, um lado dele que o protege.  Ele vai ter que tomar decisões que não vão afetar somente à ele, mas sim aos outros. Ele é tipo um cavaleiro da Távola Redonda, só que em um mundo de ficção científica. Eu imagino ele sendo secretamente  cercado nisso, então mesmo quando ele está em grupo, ele aparenta estar sozinho, e essa forma ou essa deficiência de se reservar, dá a ele uma habilidade, que outros não tem, de resistir ao medo e a dor. A primeira vez que eu encontrei Robert,  foi em Los Angeles. Ele estava no seu próprio território e tão à-vontade com o projeto que eu acabei esquecendo que ele era tão famoso. Quando eu vi ‘Crepúsculo’, eu gostei imediatamente porque ele tem um carisma comovente. É estranho ao mesmo tempo, porque seria difícil imaginar alguém mais diferente de Philip  Seymour Hoffman, fisicamente,  mas Robert é muito enigmático, com uma presença poderosa. Ele coloca para fora uma aura que imediatamente te faz querer filmar com ele. Eu me lembro  Béatrice Dalle me ligando quando ela descobriu que a atriz escolhida para fazer ‘I Can’t Sleep’ tinha decidido se demitir oito dias depois das filmagens começarem. Béatrice não era a personagem de jeito nenhum, mas ela disse, “Se você quiser, eu vou me tornar [a personagem]’’. Ela instantaneamente se tornou a personagem ideal para a filmagem e capturou minha imaginação. Foi tão forte na primeira noite de gravação, eu senti que ia desmaiar, como se estivesse em choque, porque eu estava tão motivada ao vê-la. Eu espero que eu possa manter uma cabeça boa no primeiro dia com Robert Pattinson.”

Via – Tradução: Gabi Araujo