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Robert tem sido muito elogiado por sua interpretação em Good Time, filme dos irmãos Safdie que tem estréia americana prevista para agosto. Robert é a capa da revista Film Comment, onde o filme foi matéria principal da revista, confira abaixo os scans e a entrevista de Robert para a Film:


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Completamente mental

Robert Pattinson não consegue parar, não vai parar. Entrevista por Nicolas Rapold

Logo depois da primeire mundial de Good Time em Cannes, a estrela Robert Pattinson pode finalmente se sentar por um momento para uma entrevista em um hotel no The Croisette. Ele estava afável, pensativo e apenas falando sobre um filme nerd.

Q: Você trabalhou com o David Cronenberg, James Gray, os Irmãos Safdie. A próxima é Claire Dennis em High Life. Você tem uma lista de diretores que você está checando? 

Robert: Eu apenas pego a pequena parte que eu fico super animado sobre, com Ciro Guerra que fez “Embrace of the Serpent”. Esse filme foi lindo. Eu gosto de ver pessoas que fazem esses filmes de outro planeta como Claire Denis. Eu assisti todos os filmes semana passada e cada um deles tem esse pequeno universo único. 

Q: Qual é o seu filme favorito da Claire Denis? 

Robert: Eu realmente amo “No fear, No Did”. Eu não sabia quem era ela antes de eu ver “White Material”quando eu estava filmando um dos filmes de ‘Crepúsculo’. Eu estava  assistindo um dos canais a cabo em Baton Rouge. Eu fiquei atônico. 

Q: Vamos falar sobre ‘Good Time’. Seu personagem, Connie, é quase um ator em sua vida, um molde. E ele dimensiona todos. 

Robert: Ele tem uma compreensão inata do que as pessoas querem. E ele tem essa habilidade com a mão – ele é muito bom em desviar atenção. Quando ele começou a desenvolver isso ele realmente queria fazer parecer como se ele meio que fosse místico. Ele não se da conta realmente do que é. Ele é um  solitário e a quanto mais você vive em isolamento mas você envolve essa fantasia única da vida na sua cabeça. Eu acho que ele está contando histórias ao invés de mentiras. Quando ele fala com o policial no hospital, eu estava imaginando que não era uma mentira. O imediato foi uma coisa muito interessante pra mim: ele não tem que pensar, é tao instintivo. 

Q: Quando você trabalha em um personagem você pensa sobre o por que de ele ser assim?

Robert: Eu gosto de coisas nas quais você não sabe nada sobre, como pular de um penhasco pra ver o que acontece. Há certos elementos do personagem que você, como uma pessoa,  realmente projeta. Isso significa que você sabe que você está na área certa, que tem alguma coisa boa acontecendo, e você se da conta que você não está na sua zona de conforto. 

Q: O que você se viu  projetando?

Robert: A primeira cena que gravamos foi quando eu tiro Nick da sua sessão de terapia. Nós estávamos em um hospital gravando, e tinha um monte de pessoas portadoras de deficiências em volta, e o Josh estava tipo “diga, “é isso que você acha que você é?”” E eu estava tipo “eu não quero falar isso! isso é  muito louco de se dizer”. E foi tipo, não, isso é algo: ele se recusa a aceitar que tem qualquer coisa errada com seu irmão, simplesmente porque é seu irmão.  Definitivamente há uma narrativa narcisista ao longo da trama e eu sei que isso é uma coisa típica de ao longo da vida dos criminais também. Tem  também definitivamente alguns outros momentos.

Q: Acho que eu tenho que perguntar sobre a cena romântica com a garota de 16 anos então

Robert: Isso foi terrível! Pra ser honesto eu achei que a linha mais decadente na coisa toda é quando ele fala: “Quantos anos você tem?” E ela fala, “16.” mas ela parece ser  muito mais nova que 16. E ele ta tipo, “você parece mais velha que isso.” Mas eu acho que ele é estranhamente assexual na coisa toda. Ele não está no seu próprio corpo de forma nenhuma. Não que eu esteja tentando justificar as dele de qualquer forma. Eu assisti o filme duas vezes. Na primeira vez, eu apenas achei que a coisa toda, era realmente engraçada. Na segunda vez, eu estava tipo,: “merda.” eu estava tipo que eu estava tipo “Que completo bastardo!  Ele realmente, realmente é um cara mal.” E é assim que provavelmente a maioria das pessoas vão vê-lo. 

Q: Esse surgimento no filmes dos Safdies: imoral, amoral, o que realmente está acontecendo? 

Robert: “Daddys Longlegs” é o exemplo perfeito. É como, você é o cara. Mas você está tipo, “oh meu Deus. Você é um monstro!” Eu não sei o que tem neles. Talvez ele só sejam assim (risos). 

Q: Como foi aproximação entre você e os Safdie? 

Robert: Eu perguntei para o meu a gente sobre eles e eu estava tipo, “eu acho que eu devo achar alguma coisa que ninguém sabe sobre!” Quando eu conheci eles eu estava tipo, yeah, eu definitivamente estou um pouco fora da curva (risos).

Q: Isso faz parte da diversão para você.

Robert: Eu sou tipo uma pessoa A&R!

Q: Como você se preparou para esse tipo de personagem?

Robert: É um processo constante. Eu vi uma versão do script que não é nada parecida com filme. Eles disseram que eles estavam fazendo um rascunho, então eu pensei que eu apenas ia mandar pra elas tudo que eu queria que tivesse nele. Josh estava bem acessível e levava tudo incrivelmente a sério. Quero dizer, ninguém com quem trabalhou com ele – bem, com eles, mas eu realmente falei com Josh porque Benny acabou de ter um bebê… Eu não me senti apenas conectado com o produto final, mas também com as pessoas que fazendo ele. No final do dia, é um filme, mas ao mesmo tempo, tem que ter o significar tudo para você para que você o faça.  Se não vai ser atoa. 

Q: Deve haver uma de muitas diferenças em fazer um filme de estúdio. 

Robert: Com esse, especialmente, foi muito fora do controle. Nós apenas estávamos roubando cenas. Eles são muito audaciosos. Quando nos estávamos fazendo a cena da perseguição policial, nós não tínhamos a permissão pra filmar a cena na rua e nós estávamos colocando o câmera men dentro de uma van de família (*esses carros grandes que acomodam uma familia toda*) com a porta aberta e tentando fazer um movimento em que a camera segue o personagem no meio da rua. Josh e Benny estavam bloqueando a rua eles mesmos, segurando os monitores em uma rua de duas vias de mão dupla com o trânsito engarrafado. É loucura!

Q: Você sente que você está explorando algo com seus personagens nos últimos anos?

Robert: Eu acho que tem uma vaga generalização. Não apenas pelo que eu estou interessado e pela experiência de vida, eu me sinto um pouco fora da realidade. Tem uma coisa meio que parecida com ‘Cosmopolis’ e esse, onde você está tentando se castigar, e você se convence que não está vivendo na realidade. Esse personagens estão espiritualmente fora da órbita terrestre. 

 

Tradução & Transcrição: Equipe Robert Pattinson Brasil – Gabriela Araujo