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Robert Pattinson está na capa da revista Crash deste mês e junto com um ensaio fotográfico exclusivo temos também uma entrevista cheia de novidades sobre os próximos projetos do ator. Confira à seguir:

Robert Pattinson, que se tornou uma estrela internacional com 22 anos, graças ao seu papel como vampiro na saga Crepúsculo, mudou sua imagem definitivamente em 2012 com sua magistral interpretação em Cosmópolis de Cronenberg. Desde então, ele tem procurado trabalhar em projetos independentes e filmes que são diferente. Em Cannes, ele interpreta um personagem marginalizado em ‘Good Time’ dos irmãos Safdie. Essa produção independente altamente antecipada está na seleção  oficial do Festival de Cannes. Depois de Cannes, haverá uma filmagem com Claire Denis o aguardando. Para Crash, ele aceitou brincar com o artista Torbjorn Rodland e ele não hesitou em mudar a sua imagem de novo…
Q: Como foi fotografar com Torbjorn Rodland? Ele é um verdadeiro artista. Normalmente ele mostra o seu trabalho em museus e galerias. Não é um clássico fotógrafo de moda.
Robert: Foi divertido. Foi um ensaio fotográfico interessante e muito diferente dos outros. Sim, foi um ensaio interessante. Eu realmente adoro o seu trabalho e ele me deu seu livro. Ele é realmente brilhante.
Q: Vamos falar sobre o seu próximo filme, Good Time. Como é que você conheceu os diretores, os irmãos Safdie?
Robert: Vi Heaven Knows What há muito tempo atrás. Havia algo mágico na energia de Arielle Holmes, a estrela do filme. Então entrei em contato com Josh e Benny e me encontrei com eles em LA. Adorei eles. Eles tem uma energia incrível e senti que alguma coisa boa podia ser feita. Durante aquele primeiro encontro, eu prometi a mim mesmo fazer qualquer coisa que eles me pudessem propor. Considerando o que eles têm feito até agora, acho que estava certo.
Q: Sentimos essa energia desde o início do filme. É realmente dramático, a trilha sonora é boa, é um filme original e muito diferente… E é também um filme totalmente independente.
Robert: Sinto o mesmo em relação ao filme: é muito original comparado a todos os filmes que são lançados hoje em dia. Ninguém faz filme como eles. Então estou realmente animado para ver como os espetadores vão reagir. As filmagens correram muito bem.
Q: E é uma produção pequena.
Robert: Sim, muito pequena. Mas colocamos muita energia nisso. Foram filmagens muito intensas: pelo menos, 16 horas de trabalho por dia. No final, ficamos com muito material e podíamos ter feito três ou quatro filmes!
Q:Você gostaria de trabalhar com eles outra vez?
Robert: Claro! Faria qualquer coisa com eles. Num estalar de dedos!
Q: Good Time é um filme muito comovente. Fala de dois irmãos, um deles tem problemas mentais e o irmão mais velho tenta ajudá-lo. Como você vê a relação deles?
Robert: Um dos irmãos, Nick, é mentalmente instável e Connie, meu personagem, é um bocado maluco também! Ele não é um cara razoável que toma decisões normais e racionais. Ele começa a se convencer que consegue fazer tudo o que quiser, desde que seja pelo irmão. Mas na verdade ele não para de tomar decisões desastrosas. Ele não está normalmente ligado ao mundo. Antes das filmagens, trabalhamos profundamente na história da relação entre Nick e Connie. A nossa ideia era que Connie e Nick na verdade não fossem muito próximos. Connie acabou de sair da prisão e está consciente do fato de ter que recriar o laço com o seu irmão, mas ele não o conhece bem.
Q: Então é um relacionamento incomum. Connie não tem família. Só tem o irmão.
Robert: Sim. E quando você olha para o personagem, é realmente o típico cara que é rejeitado pela sua família. Acho que todos conhecem alguém assim, alguém que está apenas testando os limites das pessoas à sua volta para o ver o que eles irão aceitar. A família rejeitou-o há muito tempo.
Q: É importante para você que um filme como este tenha sido selecionado para Cannes?
Robert: Oh, claro que sim. Especialmente quando sabe como o filme foi filmado, dia após dia. Começou como um projeto muito pequeno e correu muito bem. Adorei o filme quando assisti pela primeira vez. E Cannes é o meu local favorito para mostrar filmes. É realmente uma experiência diferente, mesmo quando comparado com outros festivais de cinema. Acho que os irmãos Safdie merecem realmente estar lá, especialmente em competição. Fiquei tão feliz quando soube que eles tinham sido selecionado para a seleção oficial.
Q: Você também apareceu em grandes projetos. É importante para você trabalhar em pequenos filmes independentes?
Robert: Sim, mesmo que não tenha feito nenhum blockbuster desde muito tempo. É muito difícil encontrar projetos pequenos interessantes. Alguém pode ter um roteiro muito bom, mas não tem tudo o que é preciso para fazer um bom filme. Os irmãos Safdie são artistas fascinantes. Todo mundo quer trabalhar com pessoas como eles. Fui extremamente sortudo.
Q: Você fez dois filmes com David Cronenberg. Como foi trabalhar com ele?
Robert: Filmei Cosmópolis com ele há cerca de cinco anos atrás. Foi uma experiência totalmente nova para mim. Eu nunca imaginei que seria capaz de fazer filmes como esse e de trabalhar com pessoas como o Cronenberg. E porque David confiou em mim, o meu destino tomou outro rumo e mudou completamente a minha vida. David é mesmo o melhor.
Q: Ele é o melhor diretor com quem você trabalhou?
Robert: Todos eles são muito bons, mas os filmes do David são diferentes. Eu assisti Videodrome outro dia. Ele fez filmes no início dos anos 80 que são totalmente diferentes, até mesmo hoje em dia. Mas todos os diretores com quem trabalhei são incríveis.
 Q: A ideia de Cosmópolis também foi muito original: fazer um filme que se passa inteiramente em uma limousine e que foca só em você.
Robert: A escrita era tão incrível. Mas eu gosto de pessoas com pensamentos originais. Good Time também é assim, considerando que não te dá qualquer indicação da maneira que você tem que reagir. Claramente não há só o bom e o mau. Eu tento trabalhar com pessoas que conseguem detectar as áreas não tão brancas e nem tão negras da vida. E no fim são mais inteligentes. Há muitas semelhanças na maneira dos Safdie de ver a existência de como o Cronenberg vê.
Q: Hoje em dia você quer trabalhar mais na Europa do que nos Estados Unidos?
Robert: Sim, este verão vou fazer um filme da Claire Denis na Alemanha. Acho que vou ficar por lá três meses ou algo assim. Não sei porque demorei tanto tempo para trabalhar na Europa. Simplesmente aconteceu.
Q: Atualmente está vivendo no Reino Unido ou em LA?
Robert: Na verdade, entre Londres e LA.
Q: Pode falar um pouco sobre High Life de Claire Denis? É em inglês ou francês?
Robert: Em inglês. Se passa em uma nave espacial. É sobre um grupo de criminosos condenados à prisão perpétua e que têm a oportunidade de realizar uma missão espacial. Mas também é sobre um relacionamento entre um pai e sua filha. Há também muitas questões psicológicas e sexuais neste filme. Todos os filmes de Claire são muito pesados e interessantes. Estou realmente ansioso pelas filmagens. Esperei três anos até que o filme pudesse ser feito.
Q: Vai ser a primeira vez que trabalha com um diretor francês?
Robert: Acho que sim. Eu ia trabalhar em um filme do Olivier Assayas, mas a produção foi cancelada um dia antes das filmagens. Duas vezes, na verdade. Então acho que a Claire vai ser a minha primeira diretora francesa.
Q: O que aconteceu com o filme do Assayas? Foi cancelado?
Robert: O filme estava no meio da pré-produção. Eu estava ensaiando durante dois meses. E depois, um dia antes do início das filmagens, o fundo do projeto foi recusado. Eu voltei alguns meses depois e aconteceu o mesmo. Este tipo de coisas acontece muito com filmes independentes. As pessoas procuram dinheiro em todos os lados que o possam fazer e certamente que nada é certo. Talvez um dia trabalhemos juntos novamente.
Q: É louco como alguns projetos são cancelados na última da hora. Você também está envolvido na produção de filmes?
Robert: Gostaria de poder me envolver em projetos específicos, claro. Eu confio completamente nos diretores em um curto espaço de tempo. Há alguns anos atrás eu nunca seria capaz de me envolver completamente nas ideias de outra pessoa. Eu percebi que se deixar o diretor ser o diretor e você ser apenas o ator, é estranhamente libertador. Acho que você aprende a fazer melhor as coisas. Mas estou sempre à procura de coisas que possa produzir. Apenas ainda não encontrei a coisa perfeita.
Q: Estar envolvido na produção pode ser interessante, mas é um tipo de trabalho diferente…
Robert: Em Good Time, gostei muito da mente aberta dos produtores comigo. É bom se sentir envolvido em todo o processo além de só a fazer o seu trabalho como ator e ninguém fala contigo até à premiere. Eu certamente vou tentar produzir, mas no futuro.
Q: é realmente novo para fazer tudo ao mesmo tempo…
Robert: Mas estou ficando velho! [Risos] Sempre penso que sou novo, mas já não sou tão novo assim.
Q: Você começou a fazer filmes muito cedo…
Robert: Ajuda quando está fazendo um filme como Good Time, onde está filmando à noite e durante muitas horas. Uma vida não seria suficiente para fazer filmes como esse. É muita responsabilidade para outras pessoas . Mas, novamente, dias atrás, assisti King Of New York. Você sente que o filme exala uma energia totalmente selvagem, mas hoje em dia Abel Ferrara começou a ser velho…
Q: Você vai de um filme para outro? Ou precisa de pausas entre cada filme?
Robert: Quero ir de um filme para outro, mas os filmes que gosto demoram muito tempo para serem feitos. Acabo andando de um lado para o outro na minha sala de estar, durante meses a fio e rezando para que as filmagens comecem. Terminei Good Time há muito tempo e já vai sair.
Q: Agora que é famoso consegue ter uma vida normal?
Robert: Há alguns anos atrás era mais intenso, mas agora tenho uma vida completamente normal. Não faço muitas coisas, exceto andar na rua com meu cão e ler livros, ocasionalmente. Não faço nada! Sou realmente caseiro. Desde que começo um modo de vida, eu posso fazer exatamente a mesma coisa durante semanas. Outras pessoas ficam malucas mas eu posso comer a mesma coisa, fazer a mesma coisa e ir para a cama à mesma hora durante um ano.
Q: Esta trabalhando em outros projetos?
Robert: Vou fazer um filme com o Antonio Campos. É uma espécie de drama gótico do Sul.
Q: Começa a filmar com Claire Denis logo depois de Cannes?
Robert: Sim, e vai demorar muito tempo. Acho que vou filmar até o outono.
Q: Então significa que não terá férias de verão…
Robert: Viver em LA é como se estivesse sempre de férias… Já tive muito! [Risos]
Q: Sortudo! Última pergunta: Lembra de quando decidiu ser ator? Foi um decisão clara  em um momento específico?
Robert: Fiz a minha primeira audição quando tinha 16 ou algo assim, então parte de mim queria ser ator. Gradualmente, comecei a levar isso mais a sério. Entre cada filmagem, eu pensava que ia provavelmente ser a última, então eu queria fazer o melhor. Não acho que tenha havido um dia em que pensei ‘É isto que quero fazer’. Mas agora não consigo me imaginar fazendo outra coisa. Hoje, posso dizer que o tenho feito por metade da minha vida. É um pouco louco!
Q: Sabe quantos filmes você já fez?
Robert: 23 ou algo assim? De fato, não tenho ideia.
Q: Não são muitos. Você tem que fazer um pouco mais…
Robert: Sim, tenho que aumentar o número!