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Durante o lançamento de Z – A Cidade Perdida, Robert concedeu uma entrevista ao jornal português Destak, onde falou sobre o filme, fazer terapia e outros assuntos, confira à seguir a entrevista e o scan:

“Adoraria começar a fazer terapia.”

Estreia hoje o épico “The Lost City of Z”, protagonizado pelo inglês Robert Pattinson. A propósito do seu novo filme, falamos com o talentoso ator sobre ansiedades, Los Angeles e sobre o que o leva a escolher um papel. Era certo e sabido que o tom etéreo de Robert Pattinson, nascido a 13 de maio de 1986, iria levar destino divino ou, pelo menos, ter direito a aparição flutuante em qualquer panorama de cinema ou tela plasma doméstica.

Assim visto do exterior, como quem olha pela vitrine de um antiquário de Mayfair, o rapaz é de porcelana branca. Conforme a luz, parece ter semblante sombrio e não a face rosada de flor inglesa na qual reside a sua natureza. A distância entre os olhos, felino-sedutores, são padrão no universo nipônico de anime dada a pulcritude intergaláctica revelada no equilíbrio e serenidade de feições.Que tem feito ele com a sua carreira? Não se imagina, felizmente.

Depois de andar metido com o obscuro órfão de Hogwarts (Harry Potter), graduou-se em estrela de cinema (que foge dos fotógrafos e da multidão de fãs) logo que interpretou uma criatura intocável na série Twilight. E, quando uma pessoa ia pensar que Rob já estava com a mão na mala dos ‘royalties’ e mais que pronto para o sossego, ele transita, tal qual um bailarino experiente, para um terreno escorregadio do cinema adulto. Mais arriscado ainda: cinema adulto feito pelos mestres da 7ª arte ou inconformados. Sim, Rob colaborou diversa vezes com David Cronenberg. Sim, também é verdade que, nos últimos dois anos, o ator trabalhou com Julianne Moore, Nicole Kidman e outras almas aventureiras sem tempo a perder com ninharias. O artista desbrava agora, em A Cidade Perdida de Z, os terrenos da Amazônia e de mais uma mente fervilhante.

Q: Depois da série Twilight, Robert tem andado fazendo filmes nas mais diversas partes do mundo. Onde é que acabou por fixar residência? Ou ainda se considera, sobretudo, um menino de Londres?
Robert: Ainda passo cerca de dois meses por ano na Inglaterra. E, claro, de vez em quando vou lá passar o Natal. Mas acabo por ficar muito deprimido, então regresso a Los Angeles. É este o meu local de residência, por agora.

Q: Confesse: por causa das influências estéticas de Harry Potter, escolheu viver numa mansão acastelada. Cascatas de hera e uma ou outra trança de Rapunzel?
Robert: Não. Mas a ideia tem graça. A casa que comprei aqui em Los Angeles fica num bairro muito arborizado e com colinas, chamado Los Feliz. No entanto, já a vendi. Vivi naquela casa uns cinco anos.

Q: Por favor, não me diga que, agora, é um daqueles artistas sem eira nem beira que levam uma vida nômade, e nos lembra os sem-abrigo…
Robert: Não, ainda não cheguei a essa fase. O que faço agora é viver numa casa durante seis meses e, depois, me mudo para outra que também tenha sido emprestada por um dos meus amigos. A decisão de vender a minha primeira casa teve mais a ver com o fato de não me sentir suficientemente velho para andar super estressado e nervoso com questões de canalização e catástrofes domésticas afins.

Q: Presumo que, nestes seus anos nascentes de fama e celebridade global, toda a experiência tenha vindo atrelada a uma certa ansiedade debilitante. Como lida com as novas pressões emotivas?
Robert: Adoraria começar a fazer terapia, mas a coisa me deixa ainda mais ansioso.

Q: Porque diz isso?
Robert: Alguns dias atrás estava falando sobre isso com alguns dos meus melhores amigos. Suponho que sim, que sinto uma certa afinidade por todos os meus picos e vales temperamentais. Vejamos, por exemplo, os testes de imagem que fiz para este filme, A Cidade Perdida de Z, antes de assinar o contrato. No início da minha carreira, esse tipo de teste me provocava um ataque de ansiedade de tal modo debilitante que, finda a experiência, eu só ouvia na minha cabeça uma coisa: ‘É desta. Vais ter mesmo que abandonar os planos de ser ator’. Eram crises de depressão agoniantes. Uma dor física que me derrotava sem falhar. Hoje é diferente. À medida que vou entrando nos escritórios deles, passo de compartimento a compartimento sem ter que fazer qualquer tipo de teste ou representação, e acho que é nesse percurso que vou habituando às minhas neuroses recorrentes. Depois acabo por me sentir bem e as coisas correm normalmente.

Q: Você mencionou sentimentos depressivos. Como lida com eles?
Robert: Não consigo escapar. Sou obrigado a rebolar-me neles. Não, agora é sério: não sei como é a sequência. Felizmente, esses episódios depressivos nunca duram muito tempo. Prova de que há certas vantagens em ser maníaco.

Q: As histórias que tem escolhido contar são, igualmente, opostas entre si, radicais nos campos diferentes que ocupam. Ou faz peças íntimas e de autor, com realizadores que não entram em compromissos, ou faz épicos para multidões em busca dos grandes panoramas do chamado cinema clássico. Enquanto ator, que regra usa na fase da escolha? 
Robert: Em 50% dos casos recorro a uma lista de realizadores com quem gostaria de trabalhar. Aliás, coloco aí uma dose imensa da minha energia mental, pensar nessa lista. A curiosidade nisto está em que, se escolho um filme porque quero trabalhar com um diretor que admiro, prefiro fazer papéis pequenos. Sinto-me mais à vontade. Agora, se o filme que tem de ser feito é algo em que fui contratado para cabeça de cartaz, então prefiro optar por algo que vá depois desaguar no resto da minha vida normal. Por exemplo: vou e faço algo que, para mim, seria totalmente impossível de concretizar, de fazer. Opto por uma história que faça de mim uma pessoa melhor e maior para o resto da vida.

Q:Se tivesse só mais um dia para viver, que faria?
Robert: Assim de repente, não faço ideia. Sei lá. Suponho que minha obrigação seria dizer ‘Ah, vou passar o dia com as pessoas que adoro’. Mas, na verdade, seria mais provável eu cometer uma loucura.

Q: Por favor, me dê um exemplo de loucura…
Robert: Deus do céu! Não sei. Talvez algo simples como andar de um lado para o outro na Times Square, em Nova Iorque… pelado.