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Assim como Robert Pattinson, o diretor de Cosmopolis, David Cronenberg também concedeu uma entrevista para a revista francesa Premiere, na mesma edição em que o ator foi capa e publicamos aqui. Nessa breve, mas reveladora entrevista, o diretor conta como foi o seu processo de escolha por Robert para o papel de protagonista, como o convenceu a aceitar o projeto, como ele o vê a daqui a uns anos e muito mais!

002 x Scans > Internacionais > 2012 > Maio 2012 – Premiere (França)

Première: Que o fez voltar a Cannes com Cosmópolis?
David Cronenberg: O festival e eu temos uma longa história. De certa forma, tenho a sensação de voltar para casa. Penso ser um filme ideal para Cannes e estou entusiasmado com a ideia de ter Rob.

P: Hoje é impossível imaginar outro neste papel. No entanto, você o tinha proposto antes a Colin Farrel…
DC: Quando Colin deixou o projeto para rodar o remake de Total Recall comecei a repensar absolutamente em tudo. Enfim, ele era muito velho para o papel: tem 35 anos e eu queria ser fiel ao livro, era preciso contar com alguém de 25 anos. Então comecei a rever todos os atores dessa idade e assim foi como pensei em Rob. O tinha visto em Crepúsculo, evidentemente, mas nada do que tinha feito até esse momento o predisporia realmente para atuar em Cosmópolis. Ao menos que escolhesse um ator pelo potencial que se percebe nele, não por seu Curriculum Vitae. E quanto mais pensava nele, mais me seduzia a ideia.

P: O fez passar por uma audição?
DC: Não. Sobretudo falamos muito pelo telefone. Rob não é dessas pessoas com um ego exacerbado. Tinha muita vontade de fazer o filme, mas perguntava-se seriamente se seria capaz. Era sua única preocupação. Ele me disse: “Você pensa realmente que sou bastante bom para interpretar este papel. Temo arruinar seu filme”. O respondi dizendo que a conversa não tinha outra intenção que o convencer de que seria perfeito para Cosmópolis.

P: É difícil imaginar que ele esteve à frente de Crepúsculo. Você viu os quatro filmes?
DC: (Risos). Não, ainda não. Eu tinha visto um filme e meio.

P: A saga fez dele uma estrela, mas também criou uma situação absurda: pessoas que não o viram atuar decretaram que ele é um ídolo para jovenzinhas carentes de talento.
DC: Isto é reflexo do mundo em que vivemos hoje, onde a internet, entre outras coisas, favorece essa classe de julgamentos apressados e perigosos. Eu os ignoro e trato de ver além disso. A vantagem é que os fãs de Rob aguardam o momento em que ele demonstrará a todo mundo que é capaz de existir para além de Crepúsculo. E se todos eles vão ver Cosmópolis, não me preocupa o futuro do filme.

P: Como reagiram os outros atores quando você os anunciou que Robert Pattinson teria o papel principal?
DC: Paul Giamatti, que foi um dos primeiros atores em se unir ao elenco, achou a ideia brilhante. Não estou certo de que Juliette Binoche tivesse contraposto a popularidade de Rob quando assinou para o filme, mas nenhum deles expressou dúvidas ou menosprezo. Ninguém me disse: “Que te levou a contratar o garoto de Crepúsculo?” Ao contrário. De fato, me surpreendi com Juliette e com Rob no meio de uma conversa muito profunda sobre o cinema francês. Eles se entenderam plenamente.

P: Você tem em mente alguma cena em que ele o tenha impressionado em particular?
DC: Até o final das gravações, estava tão focado em seu papel que só fez uma ou duas tomadas por plano. E ele me surpreendia cada vez pelo modo como conseguia consolidar todas as emoções que estavam em jogo. Estava totalmente impregnado da solidão e da dor do personagem. Porque nós gravamos o filme mais ou menos em ordem cronológica, a cena final foi aquela que rodamos por último. E só tive necessidade de fazer uma tomada de tão perfeitos que estavam Rob e Paul. Quando dizia “Corta” todos os membros da equipe se olhavam estupefatos pelo que acabava de passar.

P: Vendo Robert Pattinson em seu filme, vem a mente, em seguida, Johnny Depp e Brad Pitt, que eram ídolos para as adolescentes antes de poderem mostrar o que verdadeiramente tinham ao serem dirigidos por Tim Burton ou David Fincher…
DC: Alguns atores transformaram-se em estrelas graças ao seu rosto bonito e a um carisma que transpassa a tela. A princípio, raramente oferecem a eles a oportunidade de demonstrar algo mais que isso. Mas acontece que não tem só isso para mostrar… Com Cosmópolis estava orgulhoso de oferecer a Rob a oportunidade de provar a capacidade de seu talento. Se ele se desenvolve bem, o vejo fazer, sem problema, uma carreira comparável à de Johnny Deep ou à de Brad Pitt. Inclusive melhor.

Fonte | Tradução: Déia Almeida